Lua de Sangue

3

Mystic Falls, Virgínia - 2010

Amélia não havia dormido nada bem na noite anterior e, exausta, acabou faltando à escola. Durante a tarde, foi despertada pelo toque do celular. Era Elena, que a convidava para um jantar na casa dos Gilbert naquela noite.

Segundo Elena, o encontro seria uma tentativa de reconciliar Bonnie e Stefan, embora ninguém explicasse exatamente o que havia acontecido entre eles. Amélia aceitou, mesmo sem entender todos os detalhes.

Mais tarde, quando o céu já estava escuro, Amélia se arrumou rapidamente, pegou o carro e dirigiu até a casa de Bonnie. Juntas, foram até a casa de Elena.

A Gilbert as levou para a cozinha, e elas começaram a organizar o jantar, colocando os pratos e talheres enquanto conversavam sobre o dia.

— Eu falto um dia na escola e o mundo desaba! Como assim Caroline tá namorando o irmão do Stefan? — Amélia disse, erguendo as sobrancelhas em surpresa.

— Pois é. Ela também não apareceu na escola hoje, a gente até pensou que ela estava com você. — Bonnie lançou um olhar intrigado para Amélia. — Então, durante o treino, ela apareceu com ele, como se nada tivesse acontecido.

— Parecia ainda mais estranha do que o normal. — completou Elena, ajeitando os talheres com uma expressão de incredulidade.

— Sei que vocês não se dão muito bem, mas "estranha" não é um pouco exagero? Ela é só… diferente. — Amélia riu e balançou a cabeça.

— Amy, pensa bem. Ele nem te contou sobre isso, né? E você é a melhor amiga dela — disse Elena, parando um instante para olhar Amélia.

— Ela não contou, mas a gente nem conversou hoje. Eu tive uma péssima noite de sono, então dormi o dia todo. — respondeu Amélia, dando de ombros.

— Ainda tendo aquele sonho? — Bonnie, com o olhar preocupado, se aproximou.

— Sim, e parece cada vez mais real. — Amélia suspirou.

— Conseguiu pensar se já viu o rosto dele antes? — perguntou Elena, enquanto pegava copos no armário.

— Pensei, mas não me lembro de ter visto ele antes. O Ty até fez um desenho dele com as características que falei, mas ainda não chega nem perto. Preciso ver o rosto dele mais uma vez, mas ele não se vira de novo — respondeu Amélia, frustrada.

— Talvez seja uma premonição — Bonnie sugeriu, lançando um olhar pensativo para Amélia.

— Vai dizer que sou bruxa também? — Amélia brincou, rindo levemente.

— Vocês não levam a sério, mas ontem eu estava vendo TV e pensei: "Aposto que o próximo comercial é o do telefone". E era! — Bonnie falou com ênfase, movendo as mãos para tentar convencê-las.

— Ah, Bon, esse comercial passa o tempo todo — Elena riu e revirou os olhos.

— Tá bem, e isso? Hoje estou obcecada com números. Eu vejo 8, 14 e 25 em todo lugar. Não é estranho? — Bonnie insistiu.

— Você devia jogar na loteria — Amélia respondeu, lançando um olhar divertido para Bonnie.

— Já falou com sua avó? — perguntou Elena, curiosa.

— Ela vai dizer que é porque eu sou uma bruxa. — Bonnie suspirou, exasperada.

— Eu sonho com um homem que eu nunca vi, uma floresta sombria e um rio de sangue. Nada mais é esquisito pra mim. Então, quem sabe, talvez você seja mesmo uma bruxa — Amélia comentou, com um tom sério.