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Mystic Falls, Virgínia  - 2010

O sol atravessava a fresta da cortina, forçando Amélia a acordar. Com uma tentativa preguiçosa de prolongar o sono, ela virou de lado e puxou o travesseiro sobre a cabeça, mas o dia insistia em chamá-la para a realidade. Sem escolha, ela se levantou e foi direto para o banheiro, deixando que a água fria do chuveiro a despertasse de vez.

Em poucos minutos, Amélia já estava vestida: jeans, blusa preta básica, e sua inseparável jaqueta de couro. Calçou as botas de salto e pendurou a bolsa no ombro antes de descer as escadas em direção à sala de jantar.

— Ué, onde tá todo mundo? — perguntou, parando no vão entre a sala de jantar e a sala de estar.

— Papai saiu cedo pra prefeitura e mamãe foi resolver algo na sociedade histórica — respondeu Tyler, já de pé com a mochila pendurada nas costas. Ele puxou uma chave do bolso e a jogou para Amélia. — Ah, papai pediu pra te entregar isso.

— Finalmente, meu carro de volta. Já estava na hora — sorriu, enquanto Tyler se despedia. Pegando uma fatia de queijo, Amélia saiu e fechou a porta.

No caminho até a garagem, viu que o carro de Tyler já não estava lá. Sorriu ao ver o próprio carro parado e passou a mão na lataria com carinho.

— Oi, bebê... — murmurou, destravando a porta e entrando.

O carro luxuoso foi estacionado em frente a escola, as três garotas desceram e entraram juntas caminhando pelo corredor repleto de alunos agitados.

— Eu tô confusa. Você é médium ou clarividente? — Caroline perguntou, olhando para Bonnie, e Amélia seguiu o olhar da amiga.

— Minha avó diz que eu sou uma bruxa. Minhas ancestrais eram bruxas poderosas de Salem... acho. Ela tentou me explicar, mas tava meio alta por causa da bebida — Bonnie respondeu, ainda parecendo confusa com toda a situação.

Amélia riu e aproveitando a deixa.

— Podia aproveitar e adivinhar o nome e o telefone do cara misterioso que a Care não para de falar desde ontem à noite.

Caroline deu uma olhada incrédula para Amélia.

— O quê? — Amélia provocou com um sorriso. — Duas ligações e inúmeras mensagens sobre ele ontem. Tá obcecada, amiga.

— Vocês não entendem, ele era lindo. Nunca vi um cara tão lindo quanto ele — Caroline insistiu, suspirando sonhadoramente.

— Mas eu não vi ninguém... Só você. Por que não foi falar com ele? — Bonnie perguntou, levantando as sobrancelhas.

— Sei lá, eu tava bêbada — respondeu Caroline, fazendo as três rirem. Amélia passou o braço pelas amigas e, juntas, elas caminharam em direção à sala de aula.

A manhã de aulas passou mais devagar do que Amélia gostaria. Entre história, matemática e biologia, ela não via a hora de escapar dali. Quando o sinal finalmente soou, marcando o fim das aulas, Amélia recolheu suas coisas e encontrou Bonnie, Caroline e Elena no pátio.

— Vamos dar uma passada no Grill? — sugeriu, e as amigas concordaram.

◇◇


Lua de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora