Mystic Falls, Virgínia - 2010
O sol brilhava suave sobre o parque em frente à escola, encerrando o local em uma luz dourada que contrastava com a brisa fria de início de outono. Bonnie, Elena e Amélia estavam sentadas na grama macia, sob a sombra de uma árvore antiga. As folhas alaranjadas dançavam ao sabor do vento, criando um espetáculo tranquilo. Ao longe, o burburinho dos estudantes em conversas ou brincadeiras se mesclava ao som das folhas secas sendo esmagadas sob os pés.
Caroline, no entanto, não havia aparecido naquela manhã, e a ausência dela parecia pesar no trio, deixando um vazio sutil mas óbvio.
Bonnie gesticulava energicamente com as mãos enquanto descrevia sua experiência, a voz compartilhada com uma mistura de preocupação e incredulidade que prendia a atenção de Elena e Amélia. Seus olhos estavam arregalados, refletindo o impacto do que ela estava narrando.
— Aí eu acordei nas ruínas da antiga igreja, no meio da floresta. — Ela concluiu, os olhos fixos nas amigas.
— E você sempre vê a sua ancestral, a Emily. — Elena comentou, a voz baixa e carregada de curiosidade.
— O seu sonho é parecido com o meu, só que mais intenso, eu diria. Será que eu também sou uma bruxa? — Amélia perguntou, lançando um olhar intrigado para Bonnie.
— Eu não sei... — Bonnie hesitou antes de perguntar, franzindo a testa. — Vocês acreditam em fantasmas?
— Há duas semanas, não acreditaria. Mas agora... — Elena deu de ombros, um leve sorriso incrédulo em seus lábios.
— Agora, se você me falar que Papai Noel existe, eu vou acreditar. Ceticismo não é uma palavra que existe no meu vocabulário mais. — Amélia acrescentou, arrancando risadas breves das amigas.
— Acho que tô sendo assombrada. Bonnie voltou a franzir o cenho, sua voz saindo hesitante. — E talvez você também esteja, Amy... pelo homem do seu sonho.
— Mas por que a Emily? — Amélia inclinou a cabeça, ponderando.
— Minha avó disse que ela era uma bruxa muito poderosa na época da Guerra de Secessão, e esse cristal era o talismã dela. — Bonnie explicou, tirando o colar do bolso e deixando-o à vista das amigas.
— E tudo começou quando você pegou o colar? — Elena perguntou, os olhos fixos no cristal como se ele guardasse todas as respostas.
— Acho que ela está usando pra se comunicar comigo. — Bonnie murmurou, a mão fechando-se em torno do talismã.
— O que sua avó disse sobre isso? — Elena quis saber.
— Não contei pra ela. — Bonnie desviou o olhar, mexendo nervosamente no colar. — Ela vai me dizer pra ir fundo, mas eu não quero. Quero que pare.
— Por que não fazemos uma festa do pijama hoje? — Amélia perguntou tentando aliviar a tensão. — Faz tempo que a gente não faz isso.
— Não estamos velhas demais pra isso? — Bonnie arqueou uma sobrancelha, sorrindo.
— Não, se a gente trocar o refrigerante por álcool. — Amélia deu um sorriso travesso.
— Eu topo. — Elena disse sem hesitar, cruzando os braços com um sorriso cúmplice.
— Eu também. — Bonnie respondeu, rindo pela primeira vez naquela manhã.
— Ótimo. Vou falar com a Caroline. — Amélia concluiu, já pegando o celular enquanto as amigas trocavam olhares mais leves, o clima sombrio dissipando-se aos poucos.
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Lua de Sangue
FanfictionAmélia Lockwood sempre viveu uma vida normal em Mystic Falls ao lado de seu irmão gêmeo, Tyler. Inteligente e de língua afiada, ela nunca se envolveu com o que não podia explicar, até começar a ter sonhos sombrios e perturbadores: um homem de terno...