(POV Ashley) Estava tudo mais tranquilo desde o nascimento da Kayla. Bruno havia voltado a falar Jessica, porem eles estavam cada vez mais afastados um do outro. Eu tentava não ficar tão próximo de Bruno para evitar que Jessica falasse novamente que eu estava tentando roubar seu namorado. Jessica estava se apegando a Kayla e talvez fosse por isso que ela estivesse aguentando continuar nessa casa, mesmo sabendo que Bruno já não se importava com sua presença ali. Eu estranhava a calmaria que aquela casa havia adquirido, os hooligans não apareciam lá com a mesma frequência de antes. Quando comentei isso com Ryan, ele me disse que os caras não apareciam mais lá, porque as suas mulheres não gostavam de Jessica – a maioria delas. Eu achava que elas não haviam se permitido conhecer a Jessica, apesar das diferenças existentes entre nós duas, eu sabia reconhecer que ela era uma pessoa agradável quando lhe davam a oportunidade.
O dia estava lindo, o sol brilhava fraco e uma leve brisa soprava. Eu estava sentada no jardim da casa, com Kayla. Estávamos sobre uma dessas toalhas de piquenique, minha filha dormia preguiçosamente enquanto o sol banhava seu corpo, me deitei ao seu lado e fiquei relaxada. Estava tudo bem, até eu ouvir gritos vindos de dentro da casa, abri os olhos rapidamente e peguei minha filha no colo, não queria que ela se assustasse. Bruno e Jessica discutiam, aos berros. Será que eles não se davam conta que o relacionamento deles já havia acabado? Só estava faltando que alguém desse o fim, de fato. Pra quê viver assim?
Jessica – EU VI! VOCÊ A BEIJOU, NÃO ADIANTA NEGAR!
Bruno – COMO VOCÊ BEM DISSE, FUI EU QUE A BEIJEI.
Jessica – E VOCÊ FALA ISSO COM TODA TRANQUILIDADE. SEJA MENOS CARA DE PAU, BRUNO!
Bruno – Estou falando o que você tanto queria saber. – Respirou fundo. – E quer saber de mais uma coisa? – Pausa. – Eu não aguento mais o seu ciúme doentio. Você sempre soube da importância dela na minha vida, porque eu nunca escondi isso de você. E tem mais. EU AINDA AMO A ASH, ELA É A MULHER DA MINHA VIDA!
Peguei minha filha no colo e saí do jardim antes que eu ouvisse mais alguma coisa que pudesse interferir no meu bem-estar, no meu emocional. Fui para o estúdio de Bruno, o isolamento acústico do local me ajudaria a manter a calma. Ao entrar ali e ouvir o silêncio, me senti segura novamente.
Bruno acabara de dizer que me amava, eu não esperava que ele dissesse isso para Jessica, não dessa forma. Aquelas palavras eram como eco em minha mente, se repetiam diversas vezes me deixando confusa. Sacudi a cabeça, rapidamente e peguei meu telefone. Mandei uma mensagem para Jaime, lhe contei o que estava acontecendo e pedi que ela viesse separar a briga dos dois. Eu não tinha coragem de me meter nessa confusão, por mim e por minha filha. Minha filha estava chorando, um choro sentido, eu tentava acalmá-la, mas ela não parava.
Andei, com ela nos braços, de um lado para outro. Ela havia se assustado com os gritos, e começou a chorar baixinho. Olhei para os lados, procurando algo que pudesse entretê-la e vi o violão de Bruno. Naquele instante pensei em cantar pra Kayla – isso funcionava quando Bruno fazia, não custava nada tentar. Cantei uma canção de ninar espanhola, que minha avó cantava para mim quando eu estava assustada.
"A la nanita nana, nanita ella, nanita ella
Mi niña tiene sueño, bendito sea, bendito sea
Fuentecita que core clara y sonora
Ruiseñor que en la selva
Cantando llora
Calla mientras la cuna se balancea
A la nanita nana, nanita ella"
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Somewhere in Brooklyn
RomanceAshley, uma bela moça de 21 anos natural de San Diego/CA e vive em Nova York onde estuda e trabalha em uma rádio. Tem dois amigos inseparáveis, Alex e Sandy que trabalham junto com ela. Ela é descrente no amor, acha que nunca encontrará alguém que a...