Capítulo 78

35 2 0
                                    


Bruno - Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito/ Nem que seja só pra te levar pra casa/ Depois de um dia normal.../ Olhar teus olhos de promessas fáceis/ E te beijar a boca de um jeito que te faça rir

Bruno colocava seus sentimentos a cada frase dita, ele parecia sentir o que cantava, as palavras pareciam vir diretamente de seu coração. Por instinto, eu me encolhia aos poucos enquanto apertava meu urso de pelúcia e Sandy me abraçava pelos ombros tentando me confortar. Eu sentia meus pedaços se juntarem e aos poucos minhas ideias se clareavam.

Bruno - Hoje eu preciso te abraçar.../ Sentir teu cheiro de roupa limpa.../ Pra esquecer os meus anseios e dormir em paz!/ Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua!/ Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria.../ Em estar vivo.

Eu olhava para o vídeo sem realmente ver algo com nitidez. Eu precisava estar ao lado dele como um barco precisa da maré para seguir seu curso. Meu mundo havia se convertido no mundo do Bruno, como nunca antes eu também sentia que era o mundo dele.

Bruno – Hoje eu preciso tomar um café, ouvindo você suspirar.../ Me dizendo que eu sou o causador da tua insônia.../ Que eu faço tudo errado sempre, sempre.

Senti as mãos de Sandy enxugar minhas lágrimas com delicadeza, a olhei e vi um sorriso emocionado em seu rosto. Recostei minha cabeça em seus ombros sentindo o ar voltar aos meus pulmões, pouco a pouco, eu me sentia viva.

Bruno – Hoje preciso de você/ Com qualquer humor, com qualquer sorriso/ Hoje só tua presença/ Vai me deixar feliz/ Só hoje

Assim que o vídeo terminou, fui para meu quarto com rapidez. Sandy me seguiu sem entender o que estava acontecendo e ao chegar lá me encontrou retirando minhas roupas de dentro do armário, eu arremessava cada peça de roupa em cima da cama.

A meu pedido, Sandy pegou algumas malas e caixas para que eu acomodasse as coisas que eu estava tirando do lugar. Minha amiga dobrava algumas peças enquanto eu ordenava as coisas nas caixas. Eu tinha pressa, queria estar ao lado de Bruno e sentir-me inteira, protegida... Ele era minha kriptonita. Sandy parecia incerta sobre o que eu fazia, mas não questionava minha atitude, eu sabia que ela esperava o momento certo e que quando ele chegasse eu falaria tudo. Naquele momento me senti confiante e decidida a largar tudo e ir viver o amor que arrebatava meu peito.

As estrelas brilhavam no céu iluminando meu quarto e minha vida, me sentei na janela para apreciar sua luz que se assemelhava a luz de pedras preciosas coloridas. A noite estava abafada, porém um vento suave tornava o clima ameno e confortante. Eu desejava que a lua prateada iluminasse minha mente e acalmasse a ansiedade do meu coração. Eu queria gritar ao mundo inteiro que eu amava o Bruno, mas guardei meus sentimentos naquele momento e só iria expô-los quando estivesse junto com meu garoto. A lua formava um sorriso no céu, sem perceber eu estava sorrindo como uma boba.

Me levantei ao notar que minha pele estava gelada, fechei a janela e as cortinas, caminhei até minha cama e me deitei cobrindo-me com o edredom. Minutos depois, Sandy entrou no quarto com duas canecas fumegantes, ela se sentou ao meu lado e me entregou uma das canecas. Me aconcheguei em seu ombro, como tantas vezes fiz antes – em momentos de tristeza e medo –, eu sentiria falta de seus abraços.

Sandy – Suponho que você decidiu ir morar com o Bruno, não é? – Sorriu entristecida.

Ashley – Sim. No fundo eu já havia decidido, mas só percebi isso ao ver aquele vídeo!

Sandy – E quando você vai? – Colocou a caneca na mesinha de cabeceira e se deitou em meu colo.

Ashley – O mais breve. – Sorri. – Acho que invertemos os papéis, normalmente sou eu quem deita no seu colo, – uma lágrima escorreu de meus olhos – e você cuida de mim.

Somewhere in BrooklynOnde histórias criam vida. Descubra agora