quase um mês

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LEONARDO SALVATTORE 

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LEONARDO SALVATTORE 

Se a intenção dela era me levar ao limite, Loren estava conseguindo.

Além de ter deixado nosso quarto e levado tudo para o outro lado do corredor, Mic tinha uma agenda cheia. Todos os dias eu recebia relatórios do que ela estava fazendo. Visitas diárias ao Palazzo, onde nunca fiz questão de colocar os pés desde a morte dos meus pais, compras, sessões de yoga e pilates, conhecendo museus e locais turísticos da cidade, tudo isso ao lado da senhorita Pont, o que não me agradava muito, mas pelo menos os seguranças estavam indo com ela e isso me deixava um pouco mais aliviado, caso acontecesse algo, ela estaria protegida. 

— Chefinho, você parece amargo  - Armando disse entrando em meu escritório. 

Estávamos na Notte Nera, o que parecia ser uma simples boate nos arredores da cidade, era a sede da Camorra em Pisa. Antes a sede era um prédio no centro junto com outras construções comerciais, longe de quaisquer suspeitas, mas eu odiava aquele lugar com todas as minhas forças, então decidi transformar o lugar que foi meu refúgio boa parte da minha vida no meu local de trabalho. Não é necessário pontuar que Armando foi quem mais se deliciou com a mudança de cenário, trabalhar cercado de musica, álcool e mulheres era o sonho realizado do bastardo. 

— O que você quer? - perguntei sério, fechando a aba de bate papo com o chefe de segurança. Loren estava em casa, ela tinha passado o dia no Palazzo, então provavelmente iria para a cama mais cedo e eu poderia me concentrar no meu trabalho o resto da noite. Eu tinha alguns convidados importantes, e não iria conseguir dar atenção a eles se minha mente estivesse nela, como sempre estava desde que ela entrou em minha vida. 

— Pietra Pont reservou um camarote hoje na boate - ele disse sentando-se a minha frente — Não gosto dela perto da loirinha, a garota chama problemas. Ela é problema

— Só está tão amargurado sobre isso porque ela ignorou você no dia em que você a viu com Loren - eu o alfinetei, divertido. Não era grande fã da garota Pont, mas Armando a odiava, eles tinham sua própria história. 

— Ela está mentindo para Loren - Armando bufou, cruzando os braços — Ela fingiu não me conhecer e tenho certeza que até o momento ela não disse de quem ela é, de quem ela é filha. Até quando vai deixar Loren sair por ai sem mais nem menos? Pelo amor de Deus, ela é uma mulher casada! Aquela menina, não é uma boa influência, me escute pelo menos uma vez na sua vida, Leonardo! 

— Não era você que dizia que Loren precisava sair, viver e respirar ar puro? 

Armando revirou os olhos. Eu não entendia como um homem crescido como ele, conseguia agir tão infantil como quando éramos crianças.

Essa época da minha vida se tornou suportável apenas pela presença de Armando, talvez por isso eu ainda o aturava.

— Você é um amigo de merda, sabe disso não é? 

— Adicione à lista, Armando. 

Junto com filho ingrato e um péssimo marido, completei mentalmente.

— Porque está tão conformado com essa amizade? - Armando questionou, jogando uma perna por cima da outra. 

— Nada vai acontecer com Loren enquanto ela estiver com Pietra, principalmente no Pallazo. - eu respondi simplesmente — Mas, quando minha esposa estiver mais calma, vou conversar com ela sobre isso. 

— Então trate de acalmar a sua pequena fera loira. Eu não aguento mais seu mau humor, já faz quase um mês desde que ela se mudou pro outro lado do corredor.

— Dê o fora, Armando. - eu disse sério, me amaldiçoando por ter contato a ele o tratamento se silêncio que eu estava ganhando de Loren.

Armando abriu um sorriso maldoso, mas se pós de pé e saiu da minha sala sem dizer mais nada. 

***

Cheguei em casa já passava das três da manhã. O movimento em Notte Nera ainda estava grande, mas eu não gostava de estar no meio de toda aquela gente. Armando tomava conta de tudo isso por mim. 

Mesmo que eu tivesse saído cedo de casa, e meu corpo pedisse por algum descanso, eu sabia que seria mais uma madrugada em claro. Sozinho.

Eu sentia falta da presença dela, sentia falta do seu perfume impregnado no quarto, no closet praticamente vazio agora... Era como se só ouvesse silêncio, como era antes dela chegar, mas agora, esse silêncio não era tão bem vindo, mesmo quando eu tentava me convencer do contrário, mas eu sentia falta dela.

Mais um pouco e eu imploraria de joelhos que ela voltasse para nosso quarto, mas eu ainda não me sentia pronto para dar a ela o que ela queria, então eu tinha que aguentar.

Passei pelo novo quarto da minha esposa e, lutando contra mim mesmo, toquei a maçaneta. Não estava trancada, nunca estava.

Eu fazia questão de visita-la quando ela estava dormindo, dessa forma, Loren não podis ignorar minha existência como fazia sempre que nos encontrávamos por acaso em casa. Ela estava fazendo um bom trabalho em me evitar, tinha que lhe dar esse credito.

Girei sutilmente, o quarto estava escuro, somente uma vela aromática iluminando o rosto adormecido de Loren.

A observei de longe, ela havia dormido sentada na cama, um livro nas mãos. Podia ser apenas impressão, mas ela andava com aquele livro pra cima e pra baixo desde que nos casamos. Ela pendeu a sua cabeça para o lado, os cachos presos em um coque quase desfeito, estavam selvagens como eu gostava.

Eu não queria, mas quando me dei conta, já estava caminhando em sua direção. A olho por o que poderiam ter sido minutos ou horas, memorizando seu rosto. Tiro uma mecha de cabelo rebelde dos seus olhos, e acabado tocando sua bochecha com cuidado, Loren solta um suspiro, mas não abre os olhos ou se move.

A seguro pelos ombros, para deita-la de forma confortável, a posicionando na cama com o máximo cuidado possível. Loren solta um resmungo, mas se acomoda preguiçosamente no travesseiro enquanto eu puxo a coberta até sua cintura.

Pego o livro que ela ainda segurava, para guarda-lo, no mesmo instante  Loren suspira alto, me fazendo quase derrubar o livro. Eu fui rápido o suficiente para segura-lo, mas algo caiu no chão.

Deixei o livro na beirada da cama e me agachei para pegar o que havia caído.

Franzi a testa. Era um lenço. Meu lenço.

Apertei o tecido entre os dedos e, me controlando, sai do seu quarto depois de coloca-lo de volta no livro e apagar a vela de cheiro doce.

Caminhei até o quarto que agora era só meu e me sentei na cama, que agora não era nada convidativa.

Loren tinha meu lenço com ela, do dia em que nos conhecemos... ela andava com aquele livro pra cima e pra baixo, com o meu lenço lá dentro.

Por que estava ali? Qual o motivo? Ela... o que ela fazia com aquele lenço?

Fechei os olhos com força, tentando ignorar a imagem que surgiu em minha mente. Loren estava deitada no meio da nossa cama, nua, eu a tinha visto apenas uma vez, mas lembrava do seu corpo perfeitamente. Uma mão estimulava seu clitóris, enquanto a outra, segurava meu lenço contra o nariz. Ela soltava aqueles sons baixinhos, implorando por satisfação, inclinando o corpo contra a própria mão, buscando um orgasmo, sentindo meu cheiro.

— Porra - me levantei de uma vez, respirando fundo, meu pau latejando contra o tecido da minha roupa — Você não é mais um adolescente, Leonardo.

Eu estava dizendo a mim mesmo, mas acabei gozando na minha mão aquela noite, duas vezes.

***

Um pov inteirinho do Leo pra vocês irem entendendo um pouco mais sobre ele.

LORENOnde histórias criam vida. Descubra agora