como posso negar?

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  A festa continuou por mais tempo que eu podia lembrar, mas enquanto todos dançavam e comiam lá embaixo, eu me livrei do meu vestido de noiva, o guardando cuidadosamente para levar comigo na minha própria casa.

A ideia de ir morar em uma casa e em uma cidade totalmente desconhecida tinha parado de me assustar fazia algum tempo, por enquanto, outras coisas me deixavam mais preocupada.

Eu estava sentada na beirada da cama enorme com adornos de ferro dourado,  um roupão de seda branco cobrindo a minha camisola branca longa e a lingerie combinando, quando ouvi a porta sendo aberta.

Nervosa não era exatamente a palavra certa para descrever o que eu estava sentindo, eu tive tempo para lavar o rosto e me acalmar.

Eu já sabia o que acontecia depois do casamento, e não era com isso que eu estava preocupada, eu estava com medo de ter deixado Leonardo furioso e ele acabasse me machucando. O homem era o dobro do meu tamanho e eu sabia que seria doloroso mesmo se ele não quisesse. 

Sexo deixou de ser um tabu depois que eu fiz dezoito. Eu sabia que meu casamento estava próximo e como eu não tinha alguém para me proibir ou me supervisionar, eu pesquisei sobre e, no começo eu fiquei aterrorizada, mas depois, se tornou apenas curiosidade.

Agora, nem parecia real. Ia mesmo acontecer.

Eu me levantei e me virei para a porta, prestes a pedir desculpas por ter agido como uma pirralha mimada e irracial, quando vi Leonardo Salvattore segurando um prato com uma fatia de bolo grande o suficiente pra me fazer chorar de felicidade.

— Você tirou o vestido - ele disse, os olhos preso em mim e eu me senti nua mesmo usando três camadas de roupa.

— Estava incomodando. - respondi, desviando o olhar e limpando a garganta, sem ideia de como prosseguir.

— Eu trouxe pra você. - ele entrou totalmente no quarto e fechou a porta atrás de si, saproximando-se com o prato nas mãos — Não queria fazer você chorar.

Então, era um pedido de desculpas?

— Obrigado. - eu aceitei sua oferta de paz sem pensar duas vezes, recebendo o prato rapidamente quando ele o estendeu em minha direção. Coloquei o bolo sobre uma mesinha de centro, todo o nervosismo que eu não sentia? Pois bem, voltei a sentir. Eu estava tentando não tremer.

Leonardo ficou calado por alguns longos instantes, o olhar preso em mim.

— Acho que eu devia ir tomar um banho. Volto logo. - ele enfiou as mãos nos bolsos e passou por mim,

— Não vou sair daqui - sussurrei pra mim mesma, quando ele entrou no banheiro.

Comecei a andar de um lado para o outro, agradecendo por as pantufas serem mil vezes mais confortáveis que os saltos jogados em um canto do quarto, e novamente, só voltei a realidade quando a porta do banheiro foi fechada.

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