O garoto da frente

Laila - Parte I

Para Shopenhauer "o sentimento amoroso radica exclusivamente no impulso sexual". Ele acreditava que o amor seria um nome dado para camuflar o desejo sexual gerado pelo impulso de reprodução da espécie. Já para Platão o amor é a busca pela beleza.

Em minha opinião isso seria outra coisa, o amor é algo mais que isso. O amor é como dizia Camões:

É fogo que arde sem se ver;

É ferida que dói e não se sente;

É um contentamento descontente;

É dor que desatina sem doer;

É uma coisa além do compreensível. Só quem sente pode opinar verdadeiramente sobre o que realmente seria o amor. Para mim o amor é algo mutuo e se não for assim, não é o famoso e procurado amor.

Você tem que amar a pessoa conhecendo suas qualidades e, continuar a amando conhecendo, seus defeitos.

 Quem me conhece e tem noção do que sinto, pensa que idolatro o Alexandre, pensam que amo suas qualidades e não percebo seus defeitos... É perda de tempo explicar que é totalmente o contrário. Eu amo suas qualidades e defeitos em igual. Se ele perdesse um defeitozinho se quer, já não seria meu Alê.

Mas o que não bate é ele também não se sentir assim... Então o que sinto não passa de platônico.
Triste causa. Quem sabe um dia ele me nota como mulher em vez de uma amiguinha que só procura quando precisa de ajuda para se sentir melhor em meio ao caos que é a casa dele.
Eu sei que ter pais workaholics não deva ser algo bom para um adolescente cheio de hormônios e tal, mas eu não preciso servir apenas como um band -aid que logo após perder a cola se jogue no lixo... Não sei se algum dia ele vai perceber que na verdade eu sou mais que sua amiga, ou vai parar de fugir desse sentimento, mas o jeito é esperar o tempo dele. Só sei que estou fazendo o que posso para fazê-lo notar isso antes que seja tarde demais. Eu quero ser importante de verdade para ele, como ele é para mim.Quero ser algo permanente nesse mundo tão passageiro.