Parte II

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"A gente não faz amigos, reconhece-os."

Garth Henrichs


- E então, como estamos? - Perguntou Leonor logo a me ver entrando na sala de aula em plena segunda-feira com um sorrisão de propaganda de creme dental. Abraçou-me e cuspindo seus cabelos cacheados da minha boca respondo:


- Ah, claro. Acordei muito bem! Depois da nossa "noitada" de sábado estou bem melhor. - Conclui com um sorriso fraco.

Ela sorri para mim assentindo e puxa o cabelo loiro cacheado para o lado e prende com uma presilha de borboleta azul que dei a ela no seu aniversário.

Jô e Emi me olham com cara de quem acreditaram muito (sqn) e assentem uma vez fazendo biquinho de forma sincronizada o que me faz rir de verdade. Percebo que Lili chegou por ter uma pessoa bagunçando meu cabelo já rebelde devido ao vento da nossa linda cidade litorânea, e sei que é ela sem precisar olhar.

- E vocês como estão? – Pergunto tentando me animar com suas respostas. 

- Ah eu estou muito bem, obrigada. Tive que passar a noite revisando o assunto da prova de amanhã, mas tudo bem. - Diz Lili, reclamona como sempre.

As demais meninas balbuciam suas respostas e logo sentamos nos nossos lugares, já que a professora já está instalando o datashow para iniciar a aula super animada de geografia.

Olho para meu flanco direito e Emi me lança um sorriso encorajador, sinto um aperto no ombro e sei que é Jô me dando apoio moral, direciono o olhar para meu flanco esquerdo e Lili me mostra a língua e logo retribuo, Leo que está mais ao lado de Lili sopra um beijinho para mim e olho para frente. Bia faltou a primeira aula, então a cadeira a minha frente está vazia. Ela estaria agora me olhando por sobre o ombro e piscando para mim.

Sorrio e balanço levemente a cabeça. Meu Deus, como ficar mal com pessoas tão maravilhosas ao meu redor? penso e sei que tirei a sorte grande na roleta da vida por ter elas. É quase impossível de acreditar.

Nesse momento sinto um calorzinho gostoso no meu coração e sei que são os pedacinhos dele tomando seus devidos lugares.

- Intervalo! Obrigada Deus! - Grita Alice com Bia a tira colo, para nós que estamos sentadas em uma das mesas de piquenique na área aberta da escola

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- Intervalo! Obrigada Deus! - Grita Alice com Bia a tira colo, para nós que estamos sentadas em uma das mesas de piquenique na área aberta da escola. Elas sentam de frente para mim e sopro um beijo para elas.

- Menos Lice - Diz Leo - A aula de vocês era de quê? Parecia que estava presa no inferno!

- Matemática! – Fala teatralmente deitando a cabeça sobre a mesa de madeira escura.

Todas nós franzimos a cara para o nome dito. Nós somos alunas de boas a ótimas, mas matemática não é matéria preferida de nenhuma.

- Perdi o quê na aula de geografia? - Perguntou Bia, que chegou no intervalo, porque teve que ir ao médico devido a uma gripe chata, mudando o curso da conversa de azedo para amargo e logo as meninas começaram a tagarelar sobre o mesmo.

O papo na mesa está animado, mas nem ouço mais... Alguns raios solar matinal que passa por entre a copa da árvore frondosa ao qual a nossa mesa está sob me aquece e me faz refletir em quão grande é meu amor por essas perturbadas que estão ao meu redor. E penso que apesar de nos magoarmos às vezes, nós nunca ferimos de modo intencional. Não seria amor se isso ocorresse. Uma pessoa que ama nunca magoaria de propósito o outro e logo um clique soou na minha mente.

O Alê realmente não me ama e nem nutri nada de bom por mim... Por que se fosse o contrario ele não me magoaria de todas as formas possíveis e intencionalmente.

Nesse momento as comportas se abriram e decidi por fim sem rodeios, que dessa vez ele da minha mente e do meu coração ele sai.


O garoto da frenteOnde histórias criam vida. Descubra agora