Alê - Parte I

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"No ápice da minha ingenuidade, ainda consigo ver surpresa no que é esperado."

Junior Marinho


- Então você não vem cara? A festa já tá rolando! Chegou um carro agora com umas sete meninas dentro e tudo gata! – Informa a voz com animação.

Ouço Lucas falar pelo telefone e reviro os olhos, eu sei já que a festa está bombando já que é a decima vez que ele me liga em meia hora.

- Cara eu vou já, só estou esperando Bárbara se arrumar. – Repito o que havia falado nas últimas ligações.

- VIXE! - falou alto, quer dizer mais alto que já estava falando e continuou - Tinha esquecido que está amarrado! Então vou já atrás daquelas belezinhas! Não vai haver concorrência com você! – Fala cheio das graças sorrindo.

- Tá, tanto faz. Chego já aí! – Informo e desligo. 

Lucas é tão infantil e louco às vezes. Enfim,  namorar com Bárbara até que está sendo legal. Ela é minha amiga antes de tudo e sempre nos demos muito bem. Ela é uma amiga com benefícios. Eu não sou apaixonado por ela e ela tão pouco por mim, mas nós juntos somos uma dupla razoável.

Ela termina de se arrumar e tá bem bonita, nunca como Laila, mas está bem. Vestiu uma saia desfiada jeans e uma blusa de abotoar também jeans, um sapato Anabela de amarrar, um pouco de maquiagem e pendeu o cabelo loiro e longo parecido com os de Laila em um rabo de cavalo.

Em um par de minutos já estávamos no carro seguindo para casa de Jorge. Casa essa que frequento desde criança, já que os pais deles são da família praticamente. Nossos pais se conheceram na infância e estão aí até hoje, o mesmo ocorreu com a gente. Lembro que ele tinha uma queda imensa quando mais novo por Liana e que eu o atormentava muito por isso.

- Por que está com esse sorriso bobo ai estampado na cara? - Perguntou Bárbara curiosa sorrindo também.

- Ah, não é nada demais. Só estava lembrando umas bobagens.– Digo sem muito interesse.

- Hm, tá certo então. Acelera ai, eu quero chegar logo nessa festa. Quero dançar muito! - Diz isso ao aumentar o dance que estava tocando no carro e começou a balançar o tronco e os braços.

- Doida... - E acelerei o carro.

Em poucos minutos já estávamos estacionando e vejo que Lucas não estava brincando, tem muita gente mesmo.

- Fiuuu Fiuuu... Nossa tem gente mesmo - Diz Bárbara assobiando pegando minha mão e me empurrando pela porta da casa adentro.

Muitas pessoas me cumprimentam e vou respondendo todas educadamente. A maioria das pessoas dentro da casa estava beijando ou conversando. No lado de fora, na área gigantesca com piscina e área coberta com churrasqueira, parecia um formigueiro. Muita gente se movimentando junto com a batida. Aceno para o Dj que é nosso amigo, o Henrique e ele manda um "alô" para mim pelo microfone. Sorrio e balanço a cabeça pelo exagero. 

- Vamos beber algo? Estou com sede! - Bárbara me pergunta.

- Claro, vamos. – Digo com tédio.

Ela me puxa pela multidão, pouco antes de chegarmos ao bar esbarro com Jorge que está olhando inquieto para um ponto.

- Ei cara! O que houve que está aqui parado? – Pergunto curioso.

- Ei Alê! Pensei que não vinha mais. Oi Bárbara. - Ela sorri para ele meio retraída pelo tamanho de Jorge e tenho que confessar que ele é meio intimidante mesmo, tem uns 10 cm a mais que eu, mas é um cara muito relax.

- Não poderia faltar, mas Bárbara enrolou um pouquinho. - Ela bateu no meu braço e sorri olhando para ela.

- Ah, tá certo. – Responde sorrindo, desviando o olhar para o ponto quê olhava a pouco.

Nesse momento percebo que perdi a atenção de meu amigo, ele está voltado a uma pessoa que não consigo ver devido a seu tamanho, mas vejo que está segurando uma minúscula mão e mesmo com a voz dela abafada pelo som e a conversa das pessoas presente, sei que possui a voz mais doce e melodiosa do mundo e que conheço bem.

Laila!

O garoto da frenteOnde histórias criam vida. Descubra agora