Rodrigo - Único

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"Já não sei mais o que é amar desde que a luz dos olhos do amor da minha vida para sempre deixou de brilhar."

Autor desconhecido


Sabe às vezes ainda sinto o cheiro dela no ar,orquídea, blueberry e cigarro. Foi com ela que dei o meu primeiro trago e é por isso que continuo fazendo, me lembra a ela. Mas que tudo, isso me lembra a ela. Amanda, esse é o nome da pessoa que um dia resumiu a minha vida. Minha Panda! Lembro tão bem do dia que ela ganhou esse apelido.

Era um dia quente e um pouco abafado, estávamos com minha família na nossa casa de praia e fomos a pé para perto do mar. Alê era um pirralho ainda, tinha 13 anos e queria porque queria ir com a gente. Ela era doce com ele e me convenceu a deixar. Chegamos lá e Alê começou a procurar conchas ou ficar chutando as algas que a maré deixou para trás, enquanto eu e ela chegávamos perto de onde a água estava.

Fria.

Vi ela se arrepiando quando uma pequena ondinha tocou seu pé. Seus olhos grandes verdes brilhavam sempre que estava próxima do mar. Seu sonho era ser Bióloga Marinha.

Sua animação me contaminou e logo a peguei no colo e a rodopiava dentro da água. Nossas roupas ficaram encharcadas, mas nem ligávamos. Seu cabelo loiro longo estava pregado em seu rosto e quando parei de rodar e expirar água sentamos na areia úmida e sorrimos. Olhei bem no fundo dos seus olhos brilhantes e era como se pudesse ver sua alma! Linda, lilás e viva.

Ela tentava em vão tentar arrumar o cabelo e a ajudei. Puxei as mexas do seu rosto e coloquei-as atrás da sua orelha, que possuía dois furos nos lóbulos, em um tinha um brinco com uma pedrinha negra e o outro era uma tartaruga. Seus dois amores. Eu e o mar.

Puxei-a para meu colo e a beijei. Seus lábios eram tão macios, tinha sabor de mar e sol. Quando a soltei Alê viu a nossa situação e começou a rir apontando para ela dizendo:

- Manda, você tá parecendo um Panda! Nossa agora você realmente é um Panda, além de dormir como um ainda tem rodas negras ao redor dos olhos!

Nem tinha me tocado que seu rímel tinha escorrido e formado uma grande bagunça ao redor dos seus lindos olhos. Sorri com Alê e a puxei para mais um beijo ao qual ele preferiu dar as costas para não ver.

- Meu Pandinha! – Disse com a boca próxima a sua sentindo seu hálito quente tocar os meus.

- Não Rô! Panda? Serio? Amor, me chama de Amanda! É um nome tão lindo, mamãe adora! – Diz fingindo indignação.

Calo-a com mais um beijo e sei que ela se rendeu.

Meu coração aperta em não poder apertá-la como fiz naquele dia. Dói não poder beijá-la daquele jeito e de jeito nenhum nunca mais. Sentir seus fios cor de ouro escorrendo por meus dedos. Ver seus olhos verdes curiosos a me fitar cheios de amor. Sentir sua pele clara com algumas sardas tocando a minha. Nunca mais ouviria sua voz doce e empolgante, seus sussurros e gemidos.

Nunca mais!

Ela teve que ir sem mim. Era para termos idos juntos! Ela era meu centro, meu porto seguro, meus pilares, meu tudo! Mas agora o que tenho é somente o vazio que ela deixou depois de ir. Depois de sofrer aquele maldito acidente. Aquele maldito carro!

Ela se foi para bem longe de mim e infelizmente tive que ficar sem ela e seguir em frente.

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O garoto da frenteOnde histórias criam vida. Descubra agora