Alê - Parte I

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"Sem ela, não há vitória."

Desconhecido

Ainda não entendi o porquê Rodrigo teve que tomar outro banho depois que voltamos para o quarto. Ele sabia que tinha que ser uma coisa rápida, mas mesmo assim enrolou no banho, atrasando consequentemente todos os outros, inclusive a mim.

Se eu não tivesse a certeza que ele não conhece Laila direito, eu podia jurar que ele esta fazendo isso de propósito para irritá-la. Todos aqui, menos ele, sabem que ela simplesmente odeia atrasos. Posso até imaginá-la batendo o pé no chão de forma ritmada e com certeza deve ser no tom de alguma marcha fúnebre.

Quando chegamos ao lado de fora o olhar dela era assassino, nem mesmo Jorge podia transmitir sua paz para acalmá-la. Queria estar no lugar dele alisando seus longos cabelos. Posso até sentir ela se recostando em minha lateral buscando por mais como uma gatinha.

Eu poderia acalmá-la, mas não posso tocá-la do jeito que quero.

Depois do micro discurso do Jorge e quando ele puxou Laila para segui-lo, todos lançaram um olhar semelhante ao dela em meu irmão que nem ao menos se importou e apenas acendeu seu cigarro tragando-o calmamente.

Babaca.

Meu irmão é isso. Arrogante, prepotente e até sinistro. Sempre foi assim, um cara na dele, mas por dentro ele era um leopardo-negro. Eu vejo seu olhar sobre Laila. Para ele só seria mais uma presa fácil, mas comigo aqui ele jamais faria isso. Sinto que ele está armando algo, já que um dia o ouvi falando com mamãe sobre ela e eu.

Afugento os pensamentos sobre meu irmão e quando dou por mim já estamos nos estábulos. Fico meio abobado com Laila falando com uma voz fofa com a Luna, como se falasse com um bebê. O amor parece fluir dos seus lábios, mas logo escuto um relinchar e quando vejo de qual animal vem, sinto o sorriso tomando conta de mim.

Vendaval.

Apesar de ele não ser exatamente meu, mas é como se fosse. Meu tio tentou me dá-lo, mas achei por bem não aceitar, até hoje não sei explicar o porquê, mas acho que é porque nunca quis me apegar muito às "coisas". Entretanto, o amo mesmo assim.

Acho que é impossível não amar, mesmo você tentando fugir por todas as portas, janelas ou frestas. O amor sempre te encontra.

Vou até ele acaricio seu rosto e bagunço sua crina, ele retribui fungando em meu pescoço e cabelo. Acho que o sentimento é reciproco. Vejo Jorge tirando Barão da baia e logo me lança um olhar sugestivo que já seu o que significa. Rapidamente tiro Vendaval da sua baia e o levo para onde sempre fizemos nossas competições.

Ele vai trotando feliz ao meu lado e o seu Flávio me ajuda a selá-lo. Esse ano estou confiante, sinto que vou ganhar e acho que é a presença de Laila aqui.

Sendo sua influência ou não, é por ela que irei ganhar.

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O garoto da frenteOnde histórias criam vida. Descubra agora