"Sorte é questão de coincidência. Coincidir de você estar presente no lugar certo na hora certa."
The Secret
No momento que pus meus olhos naquela baixinha de óculos eu só tive uma certeza. Ela iria ser minha! É perfeita para me ajudar a esquecer o que nem deveria ter que lembrar.
Ela é tão linda. O vestido que estava usando a dava um ar meigo, mas com suas pernas lindas a mostra a deixava muito sensual. Já tinha visto ela algumas vezes em eventos das escolas e na academia, já que malho em uma academia próxima a casa dela, mas nunca tão de perto.
E ai me dou conta o porquê Alê estava tão estanho quando me viu com ela. Eles deviam ter tido algo, e que a pobre garota tinha saído ferida. Já tinha certeza disso e com ela não sabendo se saia correndo ou entrava em mim, confirmou o que já era obvio. Ela optou por se colar em meu flanco, a sua pequena mão apertando a minha (pelo menos o intuito era esse). Ele estava com o punho serrado e a mandíbula trincada, não entendi isso. Se ele a feriu, porque está tão abalado de ela estar comigo?
Alê só pode ser muito idiota, por que meu Deus! Deixar Laila, para ficar com Bárbara, ele só pode estar usando alguma droga, sei lá. "Babinha" não é feia, mas não chega aos pés de Laila! Sei nem o que pensar.
Na verdade eu sei sim.
Obrigada Deus pela loucura que acometei meu amigo! Assim posso ter essa coisinha linda somente para mim.
A puxo pelo corredor de pessoas que se abre a me ver passando rapidamente pela área, sigo por dentro de casa para a entrada e fico um pouco receoso do que ela vai pensar de ver tantas pessoas se pegando num sofá como esse. Tinha umas seis pessoas no mínimo, mas não olho muito para essa cena que se desenrola, olho para ela por cima do ombro e vejo-a corar e me encarar com um leve sorriso tímido, a retribuo o sorriso e logo passamos pela porta da frente.
Graças a Deus! Lá dentro estava um cheiro de cigarro e cachaça que não estava normal, além da orgia que estava prestes para acontecer no sofá da minha mãe! Vou ter muito trabalho quando tudo acabar... Espero que ninguém vomite no carpete novinho de mamãe, se não vou ser homem morto!
Enfim, seguimos para a praia. O mar estava revolto e se chocava furiosamente com algumas rochas ali presentes. O cabelo de Laila voava como louco ao seu redor parecia uma medusa, só que linda e angelical. A lua estava cheia e parecia mais próxima de nós. Não tinha como estar mais romântico, se estive programado não estaria assim. Gostei bastante disso, ela agora vai ser presa fácil, está estampada em sua testa em neon que ela é uma romântica incurável.
Como eu disse presa fácil.
O local que queria e estou mostrando a Laila é um trecho da praia que descobri quando criança e que não é muito frequentado por turistas, a maior parte do tempo é somente eu. Venho para cá quando quero ficar completamente sozinho e sintonizado com a natureza. A trouxe aqui por ver nela algo diferente das demais.
Tem uma parte somente de areia com alguns coqueiros, daí o nome da praia, mais um pouco a frente há uma aglomeração de rochas e bem no meio delas há um espaço relativamente grande. Que cabem algumas pessoas dentro confortavelmente na medida do possível. Tem uma passagem próxima a água e quando está na maré alta lá fica cheio até a metade, agora está desse jeito e estamos bem próximo às paredes. A outra é escalando, quando era mais novo coloquei uma escada para quando não pudesse usar a passagem. Tive que ajudá-la a subir e infelizmente ela estava com um short bem colado e cor da pele. É, eu sou homem e não podia achar isso uma coisa boa, mas enfim.
Ela está com os braços em volta de seu corpo esbelto olhando tudo ao redor atentamente maravilhada, enquanto eu estendia um cobertor que sempre mantinha guardado em um espaço entre as rochas.
Sentei e bati levemente no espaço ao meu lado abrindo um sorriso de canto, que sei que faz um efeito deslumbrante nas mulheres, e estendi a mão. Ela tremeu levemente, não sei se pela brisa gélida vinda do mar ou pelo que disse, mas colocou a pequena mão na minha e sorriu levemente. Sentou na posição de "flor de lótus" e arrumou o vestido.
- Muito lindo este lugar, queria eu ter conhecido antes. Iria passar muito tempo aqui, acredite. - Falou e sorriu melodiosamente.
- Fiquei minha infância toda aqui brincando. Se encontrar algum carrinho de brinquedo, por favor, devolva. Sinto muita falta deles. – Brinco.
Sorrimos e passei minha jaqueta para ela, que negou com a cabeça firmemente. Insisto mais um pouco porque vejo que ela está com frio e logo ela aceita. Fico com minha blusa de manga comprida cinza mesmo. E ela diz:
- Obrigada, estou com um pouco de frio mesmo. - Sorri um pouco sem graça e continua: - É aqui que trás todas as meninas que está interessado? – Pergunta curiosa.
- Não. - Respondo sem graça. - Você foi a primeira e juro que não estou mentido. – A sinceridade é palpável na minha voz.
Ela cora muito e baixa a cabeça, para não deixá-la mais sem graças, puxo um assunto relax e continuamos conversando trivialidades por mais um tempo. A conversa foi leve e fluiu facilmente. Em um momento em meio a uma gargalhada gostosa dela, seu pequeno corpo pendeu para trás e em um reflexo rápido girei o corpo para segurá-la, mas acabei caindo sobre ela, mas antes de esmagá-la me sustentei com meus braços e ficamos de frente a frente a poucos centímetros.
Seus olhos estavam quase negros, a boca levemente aberta. Sustento-me em um braço e com a mão livre limpo seu rosto que sujou com terra molhada, passo meu polegar de leve no seu lábio inferior e ela solta um leve suspiro, desço meu rosto suavemente para não assustá-la e quando nossos lábios iam se tocando, ouço alguém saltando o paredão de pedras ao nosso redor, sem nem ao menos usar a outra escada que pus do lado de dentro, nos assustando.
- Jorge! – A voz ofegante e rouca grita.
Levanto o olhar par o local do baque e quem vejo parado ali é alguém que deveria está em outro lugar, cuidando da sua própria vida.
Nunca senti tanto ódio de um amigo como agora. O leve sopro da respiração acelerada de Laila com cheirinho de chocolate, já que dividimos uma barra que ela tinha na bolsa há poucos minutos, estava me deixando louco para prová-la.
Alexandre me paga por isso!
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O garoto da frente
Teen FictionLaila é uma menina meiga, estudiosa, linda, pequena, muito forte já que tem que ser a normal da sua família complicada demais e perdidamente apaixonada por Alê, o garoto da frente. Alê é um o filho mais novo de uma família workaholics (viciados em...