Laila - Parte I

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"O amor é um sentimento sublime; supera os problemas e diferenças, resiste ao tempo e se fortalece com a distância. Difícil fugir, impossível esquecer."

Barbosa Filho


Eu simplesmente não consigo parar de sorrir, mesmo com o mundo caindo lá fora e trovões ecoando para todos os lados. O som do mar revoltado era para ser aterrorizante, assim como o da árvore que caiu perto daqui, mas não. Nada era assustador quando estava nos braços de Alê.

Seus lábios macios não deixam os meus e continuam sendo do mesmo jeitinho que lembrava. Seus braços fortes e quentes me acolhem e suas mãos alisam meus cabelos com delicadeza.

Não percebo de imediato que ele está se deitando sobre mim, assim que o faz, poucos segundos depois de me depositar no centro da cama macia, o cheiro de amaciante e o seu cheiro juntos é inebriante. O frio que sinto na barriga nem de longe se assemelha ao medo. A música ainda toca alta, mas meus sentidos estão ligados aos movimentos de Alê, pelo que imagino a voz que emana no quarto parece ser o Boyce Avenue.

Como ele estava sem blusa, minhas mãos não encontram obstáculos ao percorrer seu peitoral e costas quentes e lisas e me perco nos músculos definidos e saltados na medida certa. Suas mãos percorrem meu corpo como brasa e sinceramente arfo a cada toque. Estou me sentindo arder mesmo estando fazendo frio. A sensação de ter seu peitoral pressionando meus seios era formidável, assim como a pressão de algo mais embaixo, se é que entende. O seu toque é leve como plumas que passeiam por minhas costelas e logo puxam minha blusa para fora do meu corpo com a rapidez de um guepardo.

- Linda. – Ele sussurra e me arrepio instantaneamente.

Sussurro algo incompreensível e ele sorri me mordendo na clavícula delicadamente e passa para meu pescoço. Seu hálito morno me faz arquear as costas de deleite, mas então ele se foi.

- Mas o que foi? – Pergunto confusa levantando meu tronco apoiada nos meus cotovelos.

- Não é nada princesa, eu só quero fazer as coisas direito. – Diz sentado na ponta da cama me olhando com aqueles olhos negros como a noite brilhando de expectativa.

- Eu não sei bem o que dizer. – Solto com sinceridade.

- Não precisa dizer nada, só sentir. Agora deite. – Ordena fofamente e faço o que ele disse.

Ele começou a massagear meus pés por alguns minutos antes de subir para as panturrilhas e para antes do joelho. As cócegas que sempre odiei porque era sua marca registrada explodem naquele local e me movo como uma minhoca no sol convulsionando.

- Não vale Alê! Você sabe que é meu ponto franco! – Grito em meio a sorrisos e grunhidos.

- Não existe uma lei que proíbe uma pessoa de fazer cócegas em quem se ama! – Ele rebate e me sento com as pernas um de cada lado de sua cintura e o beijo.

Eu o amo. Eu o quero. Por isso a decisão foi tomada sem esforço algum. O beijo como nunca havia beijado alguém. Depositando toda a minha confiança, amor e carinho naquele toque. Ele é pego de surpresa, mas retribui rapidamente com a mesma intensidade. Sua pegada é forte, porém cheia de ternura e paciência.

Novamente ele me deita direitinho e volta à massagem. Meus músculos se soltam e me sinto uma gelatina ou uma nuvem, pelo menos é a sensação que imagino que é ser algo desse tipo. Suas mãos agora passeiam por minhas coxas e a vontade que teria se não estivesse escolhido isso seria de fechar as pernas e sair correndo como uma anta desgovernada.

O garoto da frenteOnde histórias criam vida. Descubra agora