Alê - Parte I

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"Você pode amar muito uma pessoa e ir para a cama com outra."

Leila Diniz


Depois que Laila e Jorge partiram, Babi me levou para o bar ela faz seu pedido e peço um whisky duplo puro. Precisava algo bem forte para relaxar.

Mas, Jesus!

Não consigo parar os flashes que minha bela mente criativa formava de Jorge a abraçando, passando a mão no seu delicado rosto, retirando o cabelo negro e macio do rosto, retirando seus óculos que dão o toque final na sua beleza para beijá-la sem nada para atrapalhar...

Vejo-a corando de constrangimento a fazendo ficar mais meiga e sensual que já é. Ela pousando a sua pequena mão na nuca de Jorge para aprofundar o beijo...

É demais para mim! O que eu tinha na cabeça que me fez pensar que eu não a queria? Que não precisava dela em minha vida? Eu sou um burro, meu Deus!

Estava tudo ali sendo entregue numa bandeja de ouro para mim e eu não quis...

Agora é tarde, tudo já foi perdido, penso com pesar.

- Alê? - Babi fala comigo balançando uma mão na frente do meu rosto, tentando me fazer voltar minha atenção para ela. - Alô? Babi chamando Alê câmbio!

- Hm, sim? - Respondo meio de mau-humor.

- Minhas amigas estão ali, oh. Quer ir lá comigo? - Nem olho para onde ela apontou e só balanço a cabeça em negativo. Ela nem nota que não estou legal.

- Ok então, há algum problema se eu for lá? Você vai ficar bem aqui sozinho? – Pergunta sem estar realmente interessada, maspor educação. 

- Sim vou sim. Pode ir tranquila. – Informo aliviado por ela estar indo paralonge.

Baixo para ela me dá um selinho, que eu não queria dar, eu quero beijar Laila, não Babi! Ela sai saltitante com sua tequila e me volto para o barman pedindo outro whisky duplo, apesar de quer só voltar para casa...

Jorge é um cara que tá no meu coração, ele é um ótimo amigo, parceiro, é quase um irmão para mim. Conhecemo-nos desde pequenos, já que nossos pais são amigos, afinal nossos pais são sócios igualitários e nossasmães também são, apesar de tia Thaís ser minoritária    .

Eu sei que ele vai ser bom para Laila, ele vai ser o que ela precisar. Mas eu quero ser isso para ela mais que ele, eu só não percebi isso antes.

Depois do meu quarto whisky ou foi sexto? Nem lembro mais, eu apenas tomo uma decisão sem nem ao menos pensar duas vezes e ponho em ação. Quando percebo já estou correndo pela praia em direção ao local que tenho certeza que Jorge a levou.

O lugar especial dele, ao qual raramente me levava e que ninguém o procurava quando estava lá. Ele é um cara relax, menos quando invadem o seu lugar e quem vai querer ver aquele "gigante" com raiva?! Estou até impressionado que ele a tenha trazido aqui.

Paro em frente ao paredão, a escada não está escondida e sim estendida e recentemente usada. Meu sangue ferve ao ouvir ambos sorrindo, ouço apesar do barulho do mar e logo me ponho a subir os degraus. Quando chego no alto o que vejo quase me faz cair.

Laila sob um Jorge muito forte. Ela está seria e ele também, ambos esperando o inevitável... Vejo-o passando a mão no rosto dela e descendo o seu para mais perto.

Não irei suportar se vir isso!

Pulo lá de cima e caiu em pé na areia fofa e úmida. Ambos quase enfartam e vejo que Jorge me olha com muita raiva enquanto fica em pé.

O que diabos eu fiz?!


O garoto da frenteOnde histórias criam vida. Descubra agora