Parte II

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"Então ele decidiu e fez, bebeu até a última gota daquela cachaça maldita..."

Igor Azevedo 


Chego no "bar" e logo sou atendida por um cara que não tinha idade para estar numa festa como essas, ele devia ter uns 35 anos. Não é muito feio, cheio de tatuagens nos braços, mas tem uma cara de tarado que Jesus!

Olho para os outros dois barmen e eles estão ocupados... É o jeito ser esse mesmo. Aff, não estou com saco para isso agora.

- Então minha gatinha o que vai ser? - Ele diz mascando um chiclete e pisca para mim ao terminar.

Reviro os olhos e arqueio uma sobrancelha, coisa que as meninas dizem que costumo fazer muito quando algo está me estressando ou por algo idiota. Nesse caso é por algo idiota, com certeza!

- Olha não querendo ser mal-educada e coisa e tal, mas já sendo, eu não sou gatinha e muito menos sua. E eu vou querer uma caipirinha. – Sou um pouco grossa e me repreendointernamente por isso. Esse cara não tem culpa das merdas da minha vida.

Eu nunca havia provado uma caipirinha, mas foi à única bebida alcoólica que me veio à mente, além de cerveja, mas ela é fedorenta e meu pai bebe muito dela o que me faz odiá-la.

- Oooow, tudo bem princesa! Caipirinha saindo! - Ele diz sorrindo todo debochado.

Reviro novamente os olhos, meu Deus, isso com certeza é carma!

Pelo menos ele é eficiente, logo estou com meu copo transparente rosa com um limão na borda e um canudinho. Nunca vi ninguém bebendo caipirinha de canudinho, mas quem sou eu para falar algo? Eu nunca nem bebi.

Arranco o canudinho e tomo um gole direto no copo e quase coloco tudo para fora de novo. Parte da bebida desceu quente e rasgando até meu estômago e a outra tive que segurar na boca, senão cuspiria no rosto ou nos pés de alguém.

- Ei princesa, vai com calma! Parece que nunca bebeu na vida... – Obarman diz sorrindo.

Engulo aquela coisa quente na marra. Meu estômago se revolta um pouco, mas logo aceita a caipirinha. Olho para o barman que falou comigo e digo:

- Deve ser porque nunca bebi. – Informo sem graça alguma.    

- Ah, tá explicado. Pois venha cá, deixe esse copo aqui que eu vou preparar algo menos forte para você. – Diz solicitamente e aceito.

Ele fez para mim uma de morango com vodca, mas bem fraquinha, até colocou uma calda de chocolate! Eu simplesmente amei! Essa era bem docinha e esquentava um pouco.

Agradeci o moço, que agora não me olhava com aquela cara de tarado. Fico sentada em um banco bem alto característico de bares e em vez de sair doida sem rumo atrás das meninas, apenas mando uma mensagem no grupo que só tem apenas nós e espero a resposta.

Nada.

Então fico lá pelo bar mesmo bebendo minha batida devagar, apesar de querer virar o copo, pois estava muito bom. No meu campo de visão, vejo próximo a um grupo de caras fumando, Bárbara e ela está muito animada, sem brincadeira alguma. Ela tá descendo até o chão e olha que está tocando um dance normal. As meninas que estão a acompanhando também não estão melhores que ela. Sorrio contidamente, quando na verdade quero gargalhar daquilo. Estava muito engraçado.

Meu celular vibra, me fazendo tirar o foco da bagaceira que está acontecendo e vejo que foi Jô que respondeu:

Jô: Lai, estamos próximo à piscina. Vem para cá! E onde você está mocinha?

Laila: Estou no bar... Longa história! Estou indo ai. Estão próximas a mesa do Dj?

Jô: Sim. Vem! E quero saber mesmo -_-

Laila: Sim senhora '-'

Bloqueio o celular, digo um "tchau" para o barman e sigo rumo a piscina o que é uma missão quase impossível. A massa de corpos dançantes está muito densa.

Aí se Jorge estivesse aqui, penso com certo drama, ele abriria um corredor de pessoas enorme aqui. Mas graças a Deus chego ao outro lado da festa, somente com apenas dezenas de pessoas pisando meus pés, um quase banho de whisky e um puxão de cabelo, como também algumas mãos bobas. Vida difícil essa, Jesus!

Quando as localizo quase caiu para trás. Jô está falando com menininho fofo, cabelo estilo sufista e com aparelho. Lili está nos maiores amassos (isso mesmo, amassos) com um amigo de Jorge, acho que o nome é Lucas, cabelo cor de mel, olhos da mesma cor e sorriso contagiante. Bia está de mãos dadas (!!!!!) com Tomás. Emi e Leo estão gargalhando com dois gêmeos que já vi em alguns eventos, um sendo mais alto, mas eles são gêmeos então a cara de um é o focinho do outro. Cabelos castanho-escuros e olhos da mesma cor, além de serem bem gaiatos pelo que estou vendo.

Todas com caras, que devo ressaltar são bem lindos, e eu aqui chupando o dedo!

Meu Deus, por que Alê teve que atrapalhar?! Ainda gosto dele, e muito, apesar de não dever... mas ele seguiu em frente e eu também tenho que seguir.

Caminho em direção a elas e já preparo meus castiçais, a noite vai ser bem longa...

O garoto da frenteOnde histórias criam vida. Descubra agora