Capítulo 18

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A colheita do café começava acelerada, como a safra era bem maior nos últimos anos, apenas os funcionários fixos não davam conta de participar. Então, além de ajudar diretamente, Valentina contratava alguns funcionários temporários. Em seu café se utilizava do método colheita seletiva, o que exigia muita atenção, esse método consiste basicamente em colher apenas os frutos que estão maduros, um mesmo cefeeiro pode ser colhido mais de uma vez. Após colhidos os grão eram levados até a estufa para a secagem de terreiro. Se exigia muita mão de obra, mas garantia a melhor qualidade aos grãos o que sempre foi a prioridade do café José Almeida.

Valentina até chegou a passar na loja na hora do almoço para ver Antônia, porém Atílio contou que ela havia saído para resolver alguns problemas, o que a preocupou de imediato, que problemas poderia ela ter? Será que era algo relacionado ao Nicolau? Estava chateada pelo fato de ela ter ido embora tão cedo no almoço de domingo, mas la estava ela morrendo de saudades e louca para ver a garota que não apareceu até ela voltar a colheita e tentar se concentrar no serviço. Antes mandou uma mensagem perguntando a Antônia se estava tudo bem, porém ainda sem resposta.

-É essa, é essa, é essa, é essa - Repetia Antônia ao ver a moto a sua frente, Rose ria da empolgação dela. Estavam em uma loja de uma amiga de Rose, onde se vendia carros e motos usados, levou Antônia lá conforme havia prometido. A moto já era bem rodada e tinha quase 10 anos, mas era muito conservada e o preço era excelente. Antônia conseguiria dar uma pequena entrada e financiar o restante em prestações baixas, era perfeita e exatamente o tipo de moto que gostava de pilotar.

-Tem certeza que você da conta de pilotar uma dessas? - Rose perguntava desconfiada

Antônia a fuzilou com o olhar, estava ao lado da moto que era preta com vários detalhes em laranja.

-Eu pilotava uma intruder 750 em Campo Grande ta, se preocupa não, além do mais - Fez uma cara maliciosa e subiu em cima da moto de modo provocante, encarando Rose, segurou o guidão com as duas mãos - Eu fico extremamente sexy em cima de uma, você não acha?

Rose balbuciou qualquer coisa, aquela pose ocasionou uma resposta imediata em seu corpo, Antônia era linda demais e sim ficava ainda mais gata em cima daquela moto, ela podia pilotar o que bem quisesse, poderia pilotar até em cima de Rose se assim fosse sua vontade. Era uma pena que Antônia levasse todos os seus gracejos na brincadeira.

-É... fica... fica sim...

Antônia riu da cara de boba da Rose e saiu da moto.

-É essa mesma, vou levar - Antônia se dirigindo a atendente e se voltando para Rose - Você vai ver, eu vou arrasar por essas ruas de Cântico, me aguarde - Rose riu novamente já composta.

-É bom mesmo, confesso que achava que você ia comprar algo tipo uma Bis. Mas se é uma Virago 535 que você quer...

-É, é sim, é isso que eu quero. E falou a moça que dirige uma Kawasaki Ninja 300, só você pode ter poder aqui é? - As duas riam, contagiavam a atendente, Antônia estava feliz.

Fizeram toda a burocratização da compra, Antônia assinou inúmeros papéis, também comprou um capacete preto em detalhes laranja para combinar com a moto. Estava apaixonada pela sua nova aquisição.

O pai ficou maluco quando a viu com aquela moto grande, ele também achou que ela ia chegar com uma Bis, ou algo do tipo, quando foi avisado de que ela iria comprar uma moto. Nicolau latia, com cara de feliz, parecia o único a compreender a dona, já estava em casa depois de passar no veterinário, onde foi constatado um pequeno quadro de anemia, o machucado já estava bem limpo e trocando curativos corretamente sararia logo. Antônia já tinha até arrumado um cantinho em seu quarto para ele. Com uma caminha bem aconchegante.

Destino Insólito (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora