Me revirei na cama, já era madrugada. A sensação de seus dedos na minha pele, meu cabelo... não conseguia apagar. Minha mente latejava, pensando no porquê dele ter feito aquilo, e eu não conseguia entender. A menos que... não, Alissom não estaria... estaria?
Precisava andar e expelir aquela sensação. Abri a porta, com o objetivo sair do quarto, tomando cuidado para não cair de cara no chão, mas esbarrei em uma parede de músculos.
— Você não olha por onde anda? — ele disse, parecia bravo.
— Como que eu vou olhar se as luzes estão apagadas?
— Ah, me desculpa! Eu esqueci que você é péssima em lidar com situações que não estão no seu controle. — ele resmungou.
— Mas que diabos você tá fazendo? Por que tá falando assim comigo?
— Tô extravasando minha frustração, Kate.
— Frustração pelo quê? — cruzei os braços.
— Por você ter pedido pra esquecer o nosso beijo. Francamente, Kate!
— Porque ele foi um erro, Alissom. — minhas palavras o acertaram, ele pareceu magoado — Você está abalado, obviamente não está pensando direito e...
— Não! Não coloca a culpa na morte dos meus pais. Você sabe que não foi por isso que eu te beijei, Kate!
— Por que foi, então? — o encarei.
— Pelo amor de Deus! Eu pensei que você quisesse a mesma coisa, eu senti isso, você correspondeu.
— Você não me perguntou nada! Não pode sair me beijando assim como você faz com as outras.
— Você adora me lembrar das outras, não é? Grrrr, por que você tem que...
— Que...?
— Ser tão linda assim? E teimosa. — ele suspirou, e abaixou o olhar para minha boca.
— Eu não sou... isso. Você só pode estar delirando! — minha boca secou.
— É, sim! Se não fosse, eu não estaria com a cabeça tão cheia de pensamentos indecentes. — sua mão percorreu meu rosto, fechei os olhos.
Queria pedir a ele que detalhasse cada pensamento, melhor, que fizesse cada coisa que estava pensando. Meu corpo esquentou, e parecendo ler meus pensamentos, Alissom se aproximou, resvalou sua boca na minha, mas não me beijou, segurou meus cabelos novamente e percorreu meu pescoço com beijos lentos.
— Não faz... hmm — tentei protestar, mas não consegui.
Ele estava me tentando, e eu já não estava com muito juízo ultimamente.
Por um minuto, me deixei levar por suas carícias, mas então, vi a luz do quarto de Agnes se acender, e em um movimento rápido puxei Alissom pra dentro do meu quarto e fechei a porta sem fazer barulho. Ele pareceu irritado, por eu ter o interrompido, e pareceu ainda mais confuso quando viu que estávamos em um quarto.
— O que... — ele sorriu, estava pensando besteira.
— A Agnes, fica quieto.
Ele estava encostado na parede, meu corpo o pressionava. Por que eu estava fazendo isso?
Tomei distância, tentando colocar os pensamentos em ordem. O que foi... aquilo?— Por favor, se você estiver pensando em dizer pra eu esquecer isso... — ele começou com a voz baixa, mas o interrompi.
— Shhhhh, cala a boca.
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O irmão da minha melhor amiga
RomanceDizem que o amor e o ódio andam lado a lado. Kate discorda disso totalmente. Alissom também. Kate nunca entendeu por que Alissom parecia odiá-la. Desde criança, ele era sempre distante, grosseiro e fazia questão de evitar qualquer lugar onde ela est...