Sorrindo para ela

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Com o passar dos dias, Alissom acabou se acostumando com a presença de Vitória, e os dois começaram a se tornar... amigos.

Por mais que eu odiasse admitir, eu estava morrendo de ódio por causa dela. Meu anjinho feminista sempre me cutucava nas costelas "você não pode brigar com outra menina por causa de um cara que não é nada seu". Sim, eu sabia que ele não era meu, até porque, ele não era um objeto para ser meu, mas ainda doía.

Doeu ainda mais quando vi os dois rindo e conversando na cozinha, e quando entrei, pararam de falar. Me senti como no ensino fundamental, quando as outras meninas falavam de mim, e quando eu chegava perto, lançavam aqueles olhares julgadores.

N

aquele momento, eu só queria escutar Adele, olhando para a janela com a chuva escorrendo nela. Mas eu havia chegado até aqui primeiro, eu havia caminhado junto com Alissom, havíamos dito coisas um para o outro, que valiam como promessas, eu não iria simplesmente deixar ele escapar entre meus dedos.

Desci as escadas, Duda estava em meu colo deitada em meu ombro. Coloquei-a no carrinho, na frente da televisão para que ela ficasse quietinha enquanto conversava com Alissom.


- Alissom, você pode me ajudar? - Vitória gritou, assim que eu cheguei perto de onde Alissom estava.


- Agora eu não posso. - ele disse, olhando para as cartas em sua mão.

- Por que? - ela perguntou.

- Porque a Kate quer falar comigo agora. - ele fixou os olhos em mim, largando as cartas na mesa.

- É, mas eu preciso de você agora. A Kate pode esperar. - ela puxou o braço dele.

- Vitória, lembra a surra que eu te dei? Eu vou te dar outra se você não largar ele agora. - falei, ela logo o soltou.

- Não era você a "feminista"? - ela cruzou os braços.

- O meu feminismo não tem nada a ver com passar a mão por cima de um menina que tá querendo me prejudicar por pura birra. - cuspi, já estava sem paciência.

- Bom, eu sinto te informar mas não é birra. Se você não consegue enxergar o homem maravilhoso que você tem aqui, eu consigo. - e voltou a agarrar seu braço.

- Tá, já que vocês duas estão ocupadas discutindo, o homem maravilhoso vai trabalhar. - ele saiu, pegando Duda do carrinho e subindo as escadas.

- Eu avisei que quando você perdesse ele, eu estaria aqui para consolá-lo. - ela me encarou.

- É sério? Eu não perdi ele, Vitória! Ele me... - pausei.

- Te ama? Não me lembro de ter ouvido ele falar.

Ele não falou...

- Isso não quer dizer nada.

- Ele nem fala mais com você. Aceita, Kate, você o perdeu.

Eu... o perdi? Havia perdido o único homem que realmente gostava de mim? Havia deixado que em menos de duas semanas, uma menina desconhecida roubar algo que eu tinha há meses??

Se não fosse trágico, seria cômico.

- Bom, já que você o quer tanto, é todo seu. Mas, Vitória, o Alissom pode não ter dito que me ama, mas ele é leal a mim, pois me conhece há anos. Ele nunca ficaria com você, pois sabe que irá me magoar. - falei, deixando ela falando sozinha.

Eu esperava que ele fosse cavalheiro o suficiente para fazer isso, assim como fez com Carolaine quando ela o beijou. Na verdade, estava torcendo para que ele viesse me dizer que Vitória estava errada, e que ele não havia desistido de mim, assim como na nossa última conversa, mas ele não saberia dessa questão com a Vitória. Nunca.

O irmão da minha melhor amigaOnde histórias criam vida. Descubra agora