A sirene soou, o que significava que eu deveria levantar, mas meu cérebro não estava entendendo isso. Me arrumei com a maior preguiça, nem sei como eu estava de pé.
As aulas foram começando a ficar muito chatas, e o meu sono foi aumentando, quando vi estava cochilando. Mas, felizmente, o sinal do recreio me despertou.
— Qual é a boa? — perguntei me sentando na mesa junto com as meninas.
— Você viu o Arthur hoje? Ele faltou as primeiras aulas, e ele nunca falta. — Lorena perguntou passando seus olhos em cada rosto daquele refeitório.
— Eu não vi. Será que aconteceu alguma coisa? — perguntei.
— Vamos procurar ele. — ela puxou minha mão.
— Olha, ele tá lá! — apontei.
— Kate! Seja mais discreta! — ela me repreendeu.
— Ah, faça-me o favor! Vocês são lerdos demais! Vem comigo. — puxei ela pelo braço.
— O que você vai fazer? — ela gritou, tentando se esquivar.
Arrastei ela até onde Arthur estava com um livro aberto. Quando olhou para ela, seus olhos brilharam. Era amor.
— Seguinte, o Arthur gosta de você Lorena. E a Lorena gosta de você, Arthur. Os dois se gostam, então se beijem, a titia agradece. — empurrei Lorena no colo de Arthur e saí de fininho.
— Tive uma ótima ideia pra você ser expulsa! — Vívian cochichou, enquanto eu entrei no corredor.
— Sério? O quê? — tinha certeza de que era um plano ruim.
— A gente põe fogo na escola com a diretora dentro. Eu não aguento mais aquela mulher. — ela falou, me fazendo rir.
— Vívian, eu quero ser expulsa, não matar pessoas. Dá uma segurada nessa tua maluquice, ou eu vou chamar um psiquiatra pra você.
— Você quer ser expulsa? Pois então eu vou te expulsar daqui a tapas! — Vitória gritou no corredor.
— Ih, olha lá. A loira pirou. — cutuquei Vivian.
— Que história é essa de você oferecer o meu homem pras suas amigas? — ela chegou mais perto e cruzou os braços.
— Mostra o termo de posse que você tem, que eu devolvo ele.
— O Arthur não é homem para ficar com aquela Lorena! — ela fez cara de nojo.
— Se você abrir a boca pra falar dela, eu vou quebrar a sua cara, me entendeu? — falei, apontando o dedo em sua cara.
— Eu não tenho medo de você, gata borralheira!
Gata borralheira? Que tipo de ser humano que fala isso?
— Sai daqui, Vitória. — revirei os olhos.
— Não saio!
— Ah, não vai sair? Tá bom, deixa que eu te tiro daqui rapidinho.
Passei por traz dela e grudei meus dedos em seu cabelo liso. A arrastei até o jardim, enquanto ela berrava e fazia escândalo por eu estar puxando seu cabelo.
— Mas o que é isso?! — a diretora gritou. — Na minha sala, agora!
Uma palavra para as minhas idas à sala da diretora: costume.
— Qual é o problema de vocês duas? — ela disse, brava.
— Olha, se você quiser eu posso fazer uma lista em ordem alfabética. — falei, os olhos da mulher cravaram em mim.
— Muito bem, vá fazer essa lista lá na sua casa, pois aqui você não fica mais. Aliás, vocês duas! Fora da minha escola! — ela gritou.
Finalmente!
— Mas... mas... diretora! Eu sempre fui uma das melhores alunas desse colégio! Não acredito que vai se deixar levar por um detalhe bobo desses. — Vitória choramingou.
— Mais nenhuma palavra, Vitória. Se não quiser sair daqui sem nada, é melhor ficar quieta. — a mulher disse.
Enfim, livre! Quem diria que aquela uva azeda iria me ajudar a sair dessa prisão? O importante era que eu estava livre. Mas... por quanto tempo?
— E então? — Vivian levantou a sobrancelha.
— Consegui! — gritei, as meninas comemoraram.
— Não acredito! Você é um gênio, Kate. — Pérola deu um soquinho no meu braço.
Será que eu sou mesmo? Ou com a minha brilhante ideia, acabei arruinando a vida de uma menina que não tinha nada a ver com meu plano? Competição feminina nunca é legal.
Alguém bateu na porta, as meninas congelaram. O que aconteceu? Abri a porta lentamente, esperando que uma bomba ou um fuzileiro me atingisse. Era a diretora.
— Conversei com a sua mãe, e ela implorou pra que eu te desse mais uma chance. Então você vai ficar, mas se aprontar mais uma vez... — ela disse sem cerimônia.
— Tá. — dei de ombros.
— Sei que não quer ficar aqui, e que sua mãe está te obrigando por algum motivo, mas tente entender o lado dela. Ela só quer te proteger.
Sim, mais uma vez eu sairia como vilã da história. Proteção e obsessão são coisas diferentes.
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O irmão da minha melhor amiga
RomanceDizem que o amor e o ódio andam lado a lado. Kate discorda disso totalmente. Alissom também. Kate nunca entendeu por que Alissom parecia odiá-la. Desde criança, ele era sempre distante, grosseiro e fazia questão de evitar qualquer lugar onde ela est...