Sem nem perceber o que estava fazendo, meus pés estavam seguindo os comandos dele. O jeito que ele estava me conduzindo, mesmo com aquele vestido maldito e com salto alto, parecia que eu havia ensaiado por dias.
— Você disse que não sabia dançar. — ele sussurrou, me trazendo pra mais perto. Meu queixo encostou em seu ombro, e agora não conseguia ver mais seu rosto.
— E eu não sei. Mas eu desconfio de que eu tenha o sangue da Baby, do Dirty Dancing, correndo em minhas veias. — falei, e pelo jeito que seu ombro se mexeu, a piada tinha sido boa.
— Eu gosto das suas referências. — e então respirou fundo — Já teve um desses devaneios onde imagina que a sua vida é perfeita? Onde tudo o que você quer acontece e você tem coragem pra dizer ou fazer tudo?Sim. E usava os meus últimos neurônios da madrugada pra planejar como seria nosso casamento.
— Que pergunta difícil. — respondi, com as bochechas queimando de vergonha de falar a real.
— Eu estou em um desses momentos. Assim que eu acordei, imaginei esse momento bem aqui. — ele virou seu rosto pra encontrar meus olhos, e meu peito disparou em uma corrida frenética.
— Se bem te conheço, a sua imaginação não parou por aqui. — disse, quase sem fôlego. Era difícil respirar perto dele, ainda mais quando ele estava usando um terno daqueles.
— Não, realmente não. — ela deu um daqueles sorrisos de concordância, e logo completou: — E se você fosse um pouco menos racional as vezes, todos os meus devaneios já estariam materializados.
— Se eu não fosse tão racional, talvez nós dois estaríamos presos. — resmunguei, e ele se afastou um pouco para olhar meu rosto.
— O que anda fantasiando nessa cabecinha, Kate? — arqueou a sobrancelha.
— Ah, você só pensa bobagens. — dei um tadinha de leve em seu ombro — Eu estava falando sobre homicídio. — ele prendeu o riso.
— Claro, isso me deixa mais tranquilo. Ainda bem que é a minha cabeça que pensa bobagens.
Sorrimos então, e um silêncio nos tomou. Éramos só nós dois naquele salão enorme, não tinha mais casamento nenhum, aquele momento era nosso. A música fazia parte da nossa trilha sonora, Billy Joel tinha composto a música só pra nós dois.
Slow down, you're doing fine
You can't be everything you wanna be before your time
Although it's so romantic on the borderline tonight, tonight— O que vai acontecer? — perguntei, depois de um período.
As dúvidas começaram a surgir, minha mãe tinha feito um ótimo trabalho.
— Hum? Acontecer o quê?
— O que vai acontecer quando você se apaixonar por alguém? Vai sair da minha casa?
— Tecnicamente a casa é minha. Então você que se vire. — ele me encarou sério, mas obviamente eu já esperava uma resposta idiota daquelas.
— Você tá pedindo um soco, sabia?
— Seria um prazer, querida.
— Para de me chamar de querida.
— Qual é o problema com isso?
— É estranho.
— Só porque eu não sou o Maxon?
— Ah, o Maxon também é loi... pera aí! — segurei os ombros dele com força, fazendo ele parar de dançar — Você leu A Seleção?
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O irmão da minha melhor amiga
RomanceDizem que o amor e o ódio andam lado a lado. Kate discorda disso totalmente. Alissom também. Kate nunca entendeu por que Alissom parecia odiá-la. Desde criança, ele era sempre distante, grosseiro e fazia questão de evitar qualquer lugar onde ela est...