No final da aula Alissom ficou me esperando no portão para me dar carona.
— O que tá fazendo? — perguntei.
— Esperando você como eu sempre faço.
— Pensei que estava me vigiando pra ver se eu estava dando em cima de algum garoto, já que eu faço isso com todos, não é?
— Kate, para de complicar as coisas, por favor. Entra no carro.
— Não, eu quero distância de você! Eu odeio você por ter feito eu te amar pra depois me tratar igual uma vadia! — gritei, a escola toda deve ter ouvido.
— Algum problema, gatinha? — Fred apareceu, envolvendo seu braço na minha cintura.
— Não, da pra você me soltar? — tentei me desvencilhar dele, mas ele parecia um polvo, cheio de mãos.
— Cara, não tá ouvindo que ela quer que você solte ela? — Alissom empurrou ele.
— Qual foi? — Fred empurrou ele de volta.
Os dois começaram a brigar, me meti na frente de novo. Coloquei as mãos no peito de Alissom e o empurrei para trás, ele colocou as mãos nas minhas e olhou em meus olhos.
Odiava quando ele fazia isso.
— Eu nunca quis insinuar que você era uma vadia. Me desculpa, Kate, eu fui um idiota.
Aaaaah aquele olhar que me derretia.
— Tudo bem.
— Não vou mais atrapalhar a sua vida, tá bom? — ele passou os dedos na minha bochecha.
Minha respiração falhou, o que ele quis dizer com isso?
— Só me diz que vai ficar bem, por favor. — ele segurou forte minha mão.
— Vou ficar bem.
Será?
— Tá tudo bem? — Agnes apareceu.
— Sim, tá tudo bem. — falei.
— Eu ia te convidar pra ir lá em casa, vai ter uma festa, quer ir?
— Sim, vamos.
Olhei para ele mais uma vez, antes de dizer silenciosamente que eu ainda o amava. E nunca deixaria de amar...
Bebidas, agora eu entendi esse negócio. Você bebe pra esquecer das decepções que a vida traz, e coloca músicas que parecem que foram escritas no exato momento em que tudo dá errado com você.
Não entendia porquê tinha que ser assim, tudo complicado. Inferno!
— Eu sabia que tava acontecendo alguma coisa! — Agnes disse, depois de eu ter tomado uns goles de alguma coisa que desceu queimando minha garganta.
— O seu irmão é um idiota. — falei, entre soluços.
— Eu bem que estranhei aquela coisa lá de ir pra São Paulo. — engasguei.
— Ir pra São Paulo? Como assim? — falei.
— Ele ganhou uma bolsa de estudos em São Paulo, não sabia? Não foi por isso que brigaram?
Então ele realmente iria se afastar?
— Eu preciso de mais daquele negócio transparente.
— Se chama vodka, e você não vai tomar mais nada!
Meu peito estava em chamas, mas não por causa da bebida e sim por causa da dor que eu estava sentindo. A dor da perda do amor da minha vida por causa de uma mentira da Vitória.
— Viu, é por isso que eu não gosto de loiras! Elas são bonitas e te fazem acreditar nas mentiras delas. São quase homens, sabe?
— É melhor você para de beber.
Eu não achava. Eu queria mais, eu precisava de mais.
Já era noite, eu ouvia vozes no fundo, era meu irmão Gabriel.
— Deixou minha irmã se embebedar, Agnes! — ele esbravejou.
— Ela já tá bem grandinha pra tomar conta de si mesma!
— Eu vou matar aquele desgraçado.
— Aquele desgraçado é meu irmão, e se você encostar um dedo nele, eu é que vou te matar.
Mas eram só vozes no fundo, nada pra me preocupar.
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O irmão da minha melhor amiga
RomanceKate e Alissom sempre se odiaram. Todos sabiam que no dia em que Kate pisou na casa da melhor amiga, eles travaram uma guerra que perdurou até Alissom partir para a Inglaterra. Os cinco anos pacíficos estavam com os dias contados, pois ele retorna p...