Entendi

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Alissom estava parado na porta de entrada, olhando para todos os lados como se procurasse alguém. Meu coração bateu forte e minhas mãos começaram a suar. O que era aquilo? Frio na barriga?

Então nossos olhares se encontraram e ele sorriu, vindo em minha direção. Meu estômago embrulhou, eu parecia uma criança que finalmente recebeu seu presente de natal.

— Oi. — ele disse, estava com um sorriso tímido.

Eu não conseguia falar, onde estava minha voz?
Diga alguma coisa, Kate. Diga alguma coisa!

— C-como? — gagueijei.


— Tenho meus meios. Você tá bem?

Pisquei. Eu estava?

— Kate? — Alissom disse, talvez pelo jeito que eu estava olhando para ele e pela demora a responder.

— Eu estou sentindo a sua falta. Mais do que eu gostaria. —  falei.

Ele abriu um sorriso. Céus! Como eu conseguiria resistir à ele?

— Eu também sinto sua falta, bravinha. — ele se aproximou, colocando as mãos no meu rosto.

— Vem, quero te apresentar as meninas. — falei, puxando ele pelo braço.

Isso me fazia ficar confusa. Tocar a pele dele e sentir aquele arrepio... não deve estar certo.

— Essas são Janaína, Vívian, Lorena e Pérola. — falei, apontando para cada uma — Meninas, esse é o Alissom.

— Humm, Alissom. Então é esse o famoso? — Vívian disse. Que vontade de matar essa garota!

— Famoso? — Alissom abriu um sorriso.

— Sim, eu falo mal de você.

— Não fala não, ela até disse que te a...— Ela começou, mas coloquei a mão na boca dela antes que terminasse.

— Então, já conheceu as meninas, agora vamos dançar. — falei, torcendo para que ele não tivesse ouvido.

Fui cortando caminho até a pista, ele me seguia logo atrás, mas o lugar estava muito cheio, certamente iríamos nos perder, então segurei sua mão para o conduzir. O que era pra ser apenas um gesto inofensivo, se tornou muito valioso quando ele entrelaçou sua mão com a minha.

Me sentia uma menina boba, que está descobrindo as coisas novas da vida. Sentia frio na barriga e coisas simples despertavam meu desejo de estar com ele a cada segundo. Pequenos gestos aceleraram meu coração e todas as palavras me tocavam fundo na alma.

A cada dia eu ficava com mais medo. Medo de o amar tanto, a ponto de não conseguir me recuperar se um dia ele me deixar, medo de ele encontrar alguém melhor e eu ser incapaz de amar outra pessoa, medo de tudo isso não passar de uma ilusão da minha cabeça. Mas principalmente: medo da minha mãe estar certa.

— O que foi? — ele perguntou.

— Você veio até aqui. Por quê?

— É sério? Você vai realmente me perguntar isso? — ele cruzou os braços.

— Eu sei, eu sei. Mas eu... preciso ouvir.

— Porque eu estava com saudade, Kate. A casa não é a mesma sem você, muito menos a minha vida. Eu preciso de você, Kate. — ele colocou as mãos em rosto.

Eu preciso de você, Kate. Eu preciso de você, Kate. Sua voz reverbou na minha cabeça e quando me dei conta seu rosto estava mais perto do que eu poderia resistir.

E então ele me beijou. Eu não sabia ao certo o que aconteceria depois, nem como agiriamos, mas eu sabia que faria de tudo para me manter perto dele o máximo de tempo que eu conseguisse.

— Entendeu? — ele perguntou, ainda segurando meu rosto    

— Entendi. — sorri.

O irmão da minha melhor amigaOnde histórias criam vida. Descubra agora