Achamos o resto do grupo perto do bar de bebidas. Lorena estava a ponto de chorar.
— O que aconteceu? — perguntei.
— Aquelas meninas estão rondando o Arthur. — Ela disse, sua voz estava magoada.
— E você vai deixar?
— Elas são mais bonitas do que eu!
— Mas ele gosta de você! Vai lá e agarra o seu homem antes que elas façam isso. — a empurrei.
Ela caminhou devagar, até ver uma delas tocar o braço dele. Chegamos mais perto para ver o barraco, mas só escutamos ela dizer:
— Vocês podem me dar uma licença?
E depois dar um beijão nele.
— O quê? Ela beijou ele? Ela beijou ele! — gritei.
— Finalmente. Eu não aguentava mais esse romance proibido dos dois. — Pérola comentou.
— Ai, ele chegou. Kate, finge que acabei de te contar uma piada. — Vivian disse.
— Como assim? Quem chegou? — me virei para procurar a pessoa.
— Tem como você ser mais discreta?
— Tem um menino vindo pra cá, é ele?
— Droga!
O menino parou na minha frente e esperou Vivian olhar para ele.
— Nos encontramos novamente, marrentinha. — o menino falou.
— Você não me esquece, né garoto? — ela bufou.
— Como vou esquecer a garota que me deu um soco no nariz no meio de uma festa? — ele cruzou os braços.
— Você comeu o meu bolo! Ai, vê se me erra. — ela o empurrou e saiu andando.
— Ela me ama, eu sei. — ele disse, se escorando no balcão.
— Se conhecem há muito tempo? — perguntei.
— Sim. Eu sou sobrinho da diretora, venho em todas as festas que tem aqui. E só venho pra perturbar a sua amiga...
— Gosta dela?
— E como! Desde a primeira vez que eu a vi, implorei pro meu pai pra estudar aqui. Mas ele não deixou, infelizmente.
— Engraçado, ela não me falou sobre você.
— Digamos que ela não é fácil de lidar. Já tentei de todos os jeitos, mas ela é muito marrenta!
Vivian voltou pisando duro na minha direção.
— Eu esqueci de você. Vamos. — Ela me pegou pelo braço.
— Ah, muito obrigada. Fico feliz em saber que sou importante. — brinquei.
— O que ele te falou? — ela perguntou.
— Que gosta de você.
Ela paralisou. Virou bem devagar para me olhar nos olhos.
— Ele disse o quê?
— Ele falou que gosta de você, tá surda?
— Ele... ele gosta de mim? C-como assim? Eu... — Ela gagueijou.
— Fala sério Vivian, tá na cara. Os meninos são assim, eles acham que te irritando... — automaticamente lembrei das coisas que Alissom fazia — vão fazer com que gostemos deles.
— O que eu faço? — ela torceu os dedos.
— Vamos dançar e esquecer um pouco esses meninos, tudo bem?
— Tudo bem.
Não tive notícias do Alissom o dia inteiro, estava preocupada. Que droga! Mesmo quando estava me divertindo, minha mente teimava em pensar nele. Era Alissom, Alissom, Alissom o dia todo.
Me sentei em um dos bancos do bar, as meninas vieram logo atrás.
— Cansou? — Pérola perguntou.
— Lembrei de algumas coisas... não tô muito afim de dançar agora. — falei.
— Não acredito que vai ficar baixo astral por causa de um menino! Af, eles só atrapalham.
— Você não entende... Eu... eu amo ele. — falei.
Pela primeira vez eu estava admitindo que eu o amava. Sim, eu o amava. Ficar negando isso era horrível, parecia que estava presa com uma corda no pescoço, um nó muito apertado que estava me sufocando.
Essa era verdade: eu o amava. Não conseguia pensar em mais nada, nem respirar, nem dormir, só conseguia pensar nesse amor.
— Ai, meu Deus. Acho que a Kate vai se animar um pouquinho agora. — Vívian disse.
—
Como assim? — perguntei confusa.
Ela sorriu mordendo o lábio, e apontou para a porta. Me virei devagar, torcendo para ser aquilo que eu estava pensando.
Por favor, por favor, por favor!
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O irmão da minha melhor amiga
RomanceDizem que o amor e o ódio andam lado a lado. Kate discorda disso totalmente. Alissom também. Kate nunca entendeu por que Alissom parecia odiá-la. Desde criança, ele era sempre distante, grosseiro e fazia questão de evitar qualquer lugar onde ela est...