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No outro dia, acordei com uma dor de cabeça horrível. Me levantei do lado de Felipe - acabamos dormindo no tapete da sala dele - lhe dei um beijo na sua bochecha e sorri me lembrando das suas palavras de ontem. Me fizeram tão bem ouvi-las. O acordei para que pudesse se arrumar e ir trabalhar, já que hoje eu não iria. Pois trabalhar com dor de cabeça e aguentar aquele chefe, seria castigo demais para mim. Eu sei que é arriscado faltar ao trabalho logo no segundo dia, mas eu não serei demitida. Eu sei, mas rezo que não.

Assim que ele se levantou, trocamos breve palavras e o mesmo insistiu para me deixar na porta. A porta da casa dele foi fechada pelo mesmo em seguida, me virei e dei de cara com Beatriz. Seus olhos estavam arregalados, me fuzilando e certamente me condenando por algo.

— Não é isso que você... — ia dizer a frase mais cliche do mundo. Mas, ela me interrompe com a mão.

— Poupe me de suas desculpas esfarrapadas. Você não faz mais parte da minha vida e nem eu da sua. Mas se você se meter no meu caminho.... eu acabo com você. — ela diz ríspida e entra no elevador em seguida. Suspirei derrotada e entrei no meu apartamento. Não me importaria com o que estivesse pensando. Como ela mesma disse, não fazemos mais parte do mesmo ciclo.

Logo tratei de tomar um remédio power e me deitei. Dormi mais um pouco e acordei assustada. Me despeço rapidamente e vou preparar algo para comer. Já era quase hora do almoço, então resolvo fazer um miojo - especialidade da casa.

Comia meu miojo enquanto assistia mais um episódio da terceira temporada de Teen Wolf. Meu celular toca me tirando dos meus devaneios. Era uma mensagem.

"Abra a porta para que possamos conversar Dulce María, odeio ter que esperar."

A bendita mensagem estava assim, sem remetente nem nada. Fico alguns segundos pensando em quem poderia ser. Mas ninguém vinha a minha cabeça. Será que mandaram para o número errado? Mas como poderia acertar o meu nome? Eu certamente não sei, mas queria descobrir se a porta que mencionavam, era a minha porta. E se a Dulce era realmente eu.

Levantei ainda receosa e fui andando devagar até lá. Contei até cinco e abri a porta de uma vez. A minha frente, estava Uckermann com um olhar apreensivo me fitando.

— O que faz aqui? — perguntei confusa. Ele estava escorado na entrada da porta e continuava a me fitar com seu olhar sério. Pensei em bater a porta na sua cara mas ainda amo meu emprego. — Não, espera! Como conseguiu meu número?

— Vim deduzir pessoalmente os motivos pelo qual fez você não ir trabalhar hoje. E, não importa onde e nem como consegui seu número. — ele diz sério.

Me permiti fazer uma fisionomia de doente e entristecida, apesar de estar super bem. Qual é? Chantagem é sempre um perigoso caminho. E o bom em saber disso? Eu adoro o perigo. Ignorei o fato de sua ignorância na resposta e apenas choraminguei.

— Oh, me desculpe senhor. Só não acordei me sentindo bem, só isso. — falei baixo e com a mão na testa. De olhar sério, a fisionomia de Christopher mudou cinco segundos para preocupado, isso mexeu comigo, pois percebi instantaneamente. Depois dele perceber o que acabara de fazer, mudou para sério novamente.

— Dulce María, eu por acaso tenho cara de trouxa? — ele pergunta sem deixar de me fitar. Minha vontade era de rir e gritar ao quatro ventos que sim. Que ele não passa de um trouxa, mas como disse a minutos atrás, eu amo o meu emprego.

— Não! Jamais senhor...

— Não me chame de senhor. — brandou me interrompendo.

— Então, jamais insinuaria uma coisa absurda dessas sobre você. Mas acredite em mim, eu estou falando a verdade. — disse certamente convincente. Enganaria qualquer um, menos Felipe, é claro.

Querido Chefe - Vondy ♥Onde histórias criam vida. Descubra agora