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× Um mês depois ×

Um mês. O mês mais demorado e mais angustiante de toda a minha vida. Eu e Poncho já fizemos de tudo, até colar cartaz de desaparecimento nós colamos. Mas, como o delegado já falou, isso com toda a certeza foi premeditado, alguém está mantendo Dulce em cativeiro.

— Por favor Annie, você precisa comer amor... — ouço poncho dizer, suspirei mais uma vez ligando para o delegado.

— Não dá, eu preciso saber se já teve algum avanço nas investigações. É a Dulce, amor!

— Eu sei que é a Dulce, mas pensa comigo. Como acha que ela vai ficar quando entrar por essa porta sorridente e te ver toda acabada assim? Com certeza não vai ser assim que ela vai querer te ver meu bem. — Poncho diz e me abraça por trás. Solto um longo e cansativo suspiro jogando o celular no sofá.

Algumas semanas atrás nós ligamos para a mãe e a irmã de Dulce. Elas ficaram nervosas é óbvio e já até chegaram em Londres. No começo elas choravam muito, mas agora elas mais ajudam do que atrapalham, posso dizer. Qualquer pista, qualquer marca e principalmente qualquer pessoa suspeita, estamos investigando.

Eu não vou sossegar enquanto não encontrar a minha amiga.

Ucker. Aquele ali se casou e não para em casa. Margo está quase pra dar a luz a sua filha (é uma menininha) e mesmo assim, ele passa o dia ou trabalhando ou bebendo. E não, Ucker ainda não sabe que Dulce está desaparecida. Poncho vive dizendo que se ele souber talvez possa ajudar, mas Uckermann já fez Dulce sofrer demais, acredito que não iria fazer diferença se ele souber.

Rodrigo, sumiu já tem umas semanas. Poncho diz que não, mas eu garanto que aquele ali tem uma carta escondida na manga, ainda mais depois que fiquei sabendo do envolvimento que ele teve com Margo a alguns anos atrás.

— Estou com tanto medo. — sussurrei abraçada a ele.

— Eu também. Mas, vamos pensar positivo. Vamos encontrá-la sã e salva.

— Deus te ouça amor... Deus te ouça. — o abracei forte e enterrei minha cabeça em seu peito voltando a derramar algumas lágrimas.

Alguns minutos depois fui comer alguma coisa, logo após peguei o telefone discando novamente o número da polícia.

A porta se abre bruscamente, eu e Poncho nos viramos e demos de cara com Felipe acompanhado de Beatriz.

— O que aconteceu? Alguma notícia? A Dulce ligou? — perguntei já largando o celular.

— Não... quer dizer, eu recebi uma ligação estranha lá em casa hoje, agorinha. Eu atendi mas estava mudo, perguntei se era a Dulce mas só se ouvia respiração e um choro fino. — Felipe disse nervoso. Corri até ele e peguei seu celular.

— Eu não conheço esse número... — sussurrei. — Você conhece amor?

— Não identifiquei... — Diz observando. — Mas ele não me é estranho... vou ligar pra uma pessoa... esperem aí.

Poncho estava pálido, parecia ter sido acertado com um soco no meio do estômago. Ele tentou sorrir de leve e nós apenas concordamos fazendo com que ele seguisse até a cozinha. Arqueei a sobrancelha enquanto encarava Beatriz. Ela estava pálida e parecia que ia desmaiar a qualquer momento.

— Amor... — ela sussurra pegando no ombro de Felipe. — Eu acho que vou...

Não deu tempo de falar mais nada, ela correu pro banheiro já vomitando tudo.

Levei um susto com a cena mas não deixei de observar seu rosto. Ela está estranha esses últimos dias, e não sou só eu que percebi isso. Me sentei no sofá suspirando enquanto esperava Poncho quando vejo um celular caído no chão. Peguei o mesmo e vi que era de Beatriz.

Querido Chefe - Vondy ♥Onde histórias criam vida. Descubra agora