Querido Chefe - Vondy ♥

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POV's Dulce

Os dias pareciam passar rápidos. As coisas foram acontecendo e acontecendo. Sem ordem, só aconteciam, muitas vezes me pegando de surpresa.

Lunna está se adaptando muito rápido. Já fez até novos amiguinhos no prédio - ela com apenas três anos é mais social do que eu era com treze - amiguinhos graças a área de parquinho que tem aqui, ela me faz descer lá toda a semana. Pense numa garota que gosta de areia. Dona Blanca minha querida mãe liga todos os dias para dar notícias sobre May e falar com Lunna. E May teve uma reação, ela apertou a mão de Giovanni uma vez. Fiquei muito feliz por minha irmã está se recuperando. Prometi a mim mesma que a partir do momento que ela acordasse, eu iria pegar o primeiro avião até o Brasil.

E Uckermann, ele depois do dia em que chegamos de viagem não troca mais um diálogo "decente" comigo. Eu não entendi muito bem, até tentei perguntar o que estava acontecendo mas ele não dá espaço. Diz que não está passando por um momento fácil e manda eu me afastar. Vem visitar Lunna todas as semanas. No começo eu fiquei meio incomodada mas logo isso passou e agora, passamos o resto das tardes dos fins de semana no parquinho vendo crianças se sujarem de areia. Mas mesmo assim, ele me evita. Evita me olhar por muito tempo. Evita ficar por muito tempo. Confesso que essa mudança repentina me incomodou.

Felipe, agora oficialmente namorando Beatriz Gilbert. Fiquei surpresa? Fiquei. Abatida? Mais ou menos. Com raiva? Nem um pouco. Cheguei até a dizer a Annie que eles se merecem. Não por mal, mas sim pelo o que ambos têm em comum. Felipe vem visitar Lunna também, não tão frequente mas vem. Sinto falta da nossa amizade de antes. Do tempo em que éramos inseparáveis. Certamente, muita coisa mudou.

Annie e Poncho não saem do muro. É uma pegação sem dó mas nenhum dos dois assume o que sente realmente. Chega até a me dar raiva, como no jantar de boas vindas a Lunna uma semana depois da nossa chegada, onde chamei os dois e Uckermann para um jantar privado. Ambos ficaram de cu doce, eu e Ucker sempre estávamos bombardeando os dois de perguntas mas eles sempre davam um jeito de esquivar, impressionante. Porém, eles até tentam esconder, mas todo mundo sabe que eles se amam e não vai demorar pra ficarem juntos.

Agora, colocando Lunna pra dormir, lembranças da viagem me vêem a cabeça. O que será que aconteceu pra Uckermann me ignorar como tem feito?

Balancei a cabeça na tentativa de mandar todos os meus pensamentos pra longe. Saí do quarto de Lunna e fui pra sala tentar assistir TV. Ia buscar comida quando ouço a campanhia tocar. Estranho o interfone não ter tocado, mas mesmo assim vou atender.

— Ah, Oi. — falei ao ver Uckermann ali na minha frente. Foi estranho depois de tantos dias.

— Oi, é...será que podemos conversar?

— É claro, entra aí. — falei lhe dando espaço. Ele entra e está com um pacotinho de presente na mão. — A Lunna acabou de dormir. Mas se quiser pode deixar que eu entrego.

— Pode ser. — Falou e colocou o presente no balcão. — A intenção não era vim essa hora mas eu precisava mesmo falar com você.

— Pode falar. — Respondi dando de ombros e me sentando em uma cadeira do balcão. Ele me olhava atento, como se procurasse as palavras certas pra me dizer. E ele precisava procurar, pois qualquer deslize eu poderia explodir. Quer dizer, qualquer palavra eu posso explodir.

— Preciso que saiba o porque dessa minha decisão repentina de me afastar de você...

— Ah, eu acho que já entendi. Você gosta de fazer esses joguinhos. Lembra da vez que nos beijamos? O que você fez? Se afastou. Aí do nada vem com ladainha, papo de amigo e finalmente consegue me levar pra cama. O que foi que você fez mais uma vez? Se afastou. Só que...eu não gosto de ser tratada como objeto Christopher Uckermann. Então, se você veio aqui pra me pedir desculpas ou até mesmo fazer com que esse ciclo continue, pode sair da minha casa que você perdeu seu tempo. — desabafei sem o encarar. O silêncio predominou o local, até alguns segundos só se ouviam respirações. Resolvi me levantar e o encarar. Talvez o encorajando em falar algo.