P.O.V's Dulce
- Você está bem mesmo amiga? Não quer um chá? Um café? E a sua perna?
- Eu tô bem Anahí. - respondi pela milésima vez naquele dia.
Cinco dias se passaram depois do meu "acidente". Eu só me lembro de flashs da noite em que fui parar no hospital. Tontura, Margo, gravidez e Uckermann, é só o que lembro. Rodrigo veio me ver umas três vezes, ele ao contrário de Uckermann foi um verdadeiro cavalheiro comigo. Ultimamente, a única coisa que Uckermann se importa é com seu Bourbon.
- Tem certeza que você não está grávida? - Annie me pergunta mais uma vez. Revirei meus olhos.
- Tenho certeza absoluta.
- Não é que...você passou duas semanas no hospital sem reagir nem nada. Achei que fosse algo mais grave e não só uma virose. E o médico também não disse nada... - ela diz preocupada. Sorri e caminhei até ela.
- Eu tô bem. Não se preocupe. - disse e a abracei.
- Se importa se eu te deixar aqui alguns minutinhos? É que Poncho quer que eu vá na casa dele, pegar algumas coisas.
- Pode ir sim. Eu vou ficar bem.
- Tá, daqui a pouco eu estou de volta. - sorriu e beijou a minha testa.
Me levantei do sofá e fui procurar algo pra comer. Durante esses dias estive pensando sobre as minhas tonturas repentinas. Elas começaram quando eu ainda estava no Brasil. Eu cheguei até a pensar que era algo mais grave pois minha cabeça doía muito. Mas eu não queria atrapalhar ninguém da minha família. Minha mãe já estava se matando pra cuidar de Vinicius e Giovanni, com o acidente de May ela acabou tendo que cuidar de Lunna e dela. Eu não estava em condições de ficar doente. Então apenas tomava remédios, o que aliviada minhas dores.
O celular tocou me tirando dos meus pensamentos, era o meu. Número desconhecido.
- Alô? - atendi.
- Oi, Dulce María na linha?
- É sim. Quem tá falando?
- É ilmar. Eu liguei pra avisar que seu marido está bêbado aqui no meu bar e chamando por você. Ele acabou de arranjar uma briga aqui e tá todo machucando.
- Como? Marido?
- Sim, ele diz que é seu marido. O senhor Uckermann. To certo? Venha buscar ele por favor. O bar já vai fechar e ele não quer sair.
- É... er... - fiquei sem fala. Eu não sabia o que dizer diante daquela afirmação. Pensei em negar, mas ele talvez estivesse realmente precisando de mim. - Tá bom, já estou a caminho.
Desliguei o celular e joguei no sofá. Em um impulso, peguei a chave do meu carro e saí.
- Dulce? A Onde vai? Você não deveria... - Beatriz dizia ao sair do elevador.
- Eu vou em um bar aqui perto. Caso a Annie chegar aqui você diz que já já tô de volta tá? - perguntei já com pressa, ela apenas concordou com um sorriso estranho no rosto, pensei em indagar mas apenas entrei rapidamente no elevador.
Não levou menos de dez minutos pra que eu chegasse no bar. Entrei rápido e logo vi um senhor de idade que correu em minha direção.
- A senhorita é a Dulce não é? - perguntei e eu concordei procurando Ucker com o olhar. - Seu marido está em um estado deplorável, ele só fala na senhora e na gravidez.
- Pode deixar que eu vou conversar com ele. Mas, onde ele está?
- Me desculpe senhorita. - Diz agora baixo. O olhei sem entender e quando me viro, sinto uma pancada forte em minha cabeça que me fez desmaiar.
×××
Abri meus olhos devagar, um cheiro horrível de queimado sobe em minhas narinas. Minha cabeça, minha perna, tudo dói. Consegui finalmente ver onde eu estava. Uma sala pequena só com um colchão. Cheio de barata e rato passando pelo local. Mal iluminado e com as paredes descascadas. Parecia o sótão de algum lugar. Meus braços e pernas estavam presos e também doíam muito.
Eu não entendia o que estava acontecendo, ou quem estava por trás dessa barbaridade toda. Meu estômago embrulhou e no mesmo segundo a porta foi o aberta, com a claridade meus olhos se fecharam rapidamente.
- Vejo que a princesa já acordou. Realmente, eu não acreditava que usar o Uckermann como isca fosse dar certo. Mas, esse seu amor por ele me surpreendeu. - ouço resmungarem. Abri meus olhos com dificuldade e encarei o ser a minha frente.
- O...o que...você fez...comigo?- perguntei com certa dificuldade.
Margo riu e caminhou até mim. Abaixou com certa dificuldade ao meu lado e pareceu sorrir com ironia.
- Você quase estragou a minha vida. Eu poderia muito bem te matar apesar de você já está quase lá... - ela diz passando pateticamente a mão ao meu rosto.
- Do quê você está falando?
- Se depender de mim você não vai saber de nada. - sorri e pega em meu cabelo o puxando. - Enfim, amanhã é o meu casamento com o otario do Uckermann, o bom nisso é que eu finalmente vou conseguir arrancar toda a fortuna da família dele.
- Você é louca. - disse entre dentes, sinto a mesma puxar o meu cabelo com uma força absurda.
- Eu não sou louca. Eu o amava e você o roubou de mim. Mas, graças a você eu finalmente abri os meus olhos e vi que ele é um canalha e fiz a escolha certa. Eu amo outra pessoa, e com essa pessoa o meu futuro vai ser triunfante, como eu sempre quis que fosse.
- Mas e o bebê? Você está grávida do Uckermann. - Resmunguei já sentindo lágrimas caírem dos meus olhos.
- Não toque no nome dessa criança. Eu não a quero. Mas isso não é da sua conta. - Margo disse com repugnância e depois de soltar o meu cabelo, se levantou. - Agora se me dê licença, eu vou fazer as últimas preparações para o meu casamento.
Depois, saiu dali sorrindo. Suspirei fechando meus olhos. A tontura insuportável voltou. Minha cabeça começou a doer insuportavelmente. Soltei um grito fino.
- Socorro... - sussurrei e tudo mais uma vez, ficou escuro.
Acordei e parecia já ser outro dia, fui abrindo meus olhos, eu ainda estou do mesmo jeito que desmaiei. Só que tem algo diferente, um cheiro forte. Um odor parecido ser de fogo. Me levantei rapidamente e tentei me soltar, até ouvir um riso baixinho.
- Pode parar de fazer seus últimos esforços, prevejo que não é assim que deseja ir para o inferno. - ouço dizerem, aquela voz, aquela silhueta. Olhei para trás num vulto e me assustei.
- Be...Beatriz? - sussurrei com dificuldade, ela pareceu sorrir mais ainda e se levantou.
- It's me - cantarolou pateticamente enquanto andava de um lado para o outro com uma espécie de fósforo nas mãos.
Suspirei fechando meus olhos e não acreditando que era ela ali na minha frente._____________________
Antes de tudo: Eu não aguentei, tive que postar mais um cap hoje 😍 Sério, quando fico animada me dá vontade de postar uns cinco capítulos de uma vez 😂 Enfiiiim, vocês pensaram mesmo que a Bia tinha mudado? Aí está uma prova que não! E agora? O que será que vai acontecer com a nossa menina? Continuem me acompanhando...♡
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Querido Chefe - Vondy ♥
Fanfiction"É errado querer você. Mas eu sempre tive uma queda por erros." Dulce é uma estagiária que sonha em trabalhar fora do País. Já trabalha na empresa Venture a mais de dois anos. Como sempre foi uma ótima e elogiada funcionária, ela recebe uma propost...