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POV's Uckermann

Se eu estava feliz? Bom, posso dizer que em partes. Depois que Margo anunciou a gravidez na frente de todos e Dulce saiu, foi como se meu coração se dividisse em partes. Ao mesmo tempo em que eu queria ir até Margo e saber do meu filho, eu também queria ir atrás de Dulce.

Os dias após essa comemoração se passaram voando.

Como eu previ, meus pais me obrigaram a se casar com Margo. Sim, eu vou ficar noivo dela na festa do comitê, daqui a três dias. Eu até neguei, neguei até demais. Mas meu pai infelizmente consegue tudo o que quer. E morar na casa dele não ajuda muito.

Não tenho notícias de Dulce desde a festa. Pergunto todos os dias a Annie como ela está e o que está fazendo, mas ela não me conta. Eu me sinto um lixo por tê-la feito sofrer. Me sinto um canalha por ter colocado ela nessa história.

— Eu estraguei tudo Poncho. Estraguei tudo. — resmunguei bebendo e bebendo. Poncho sempre tenta me colocar na realidade mas eu não quero, eu não consigo entender o que eu fiz de errado.

— Não estragou. Você pode consertar Ucker. — Poncho diz.

— Posso? Como? Desengravidando a Margo? Não dá cara. — resmunguei pedindo mais uma dose de tequila no bar.

— Conversa com ela Uckermann. Pelo o que eu conheço da Dulce, ela vai te ouvir. Diz a ela que você a ama e que nada vai atrapalhar vocês. — Poncho diz pegando a dose da minha frente. Suspirei e me levantei.

— Eu vou conversar com ela. — falei convincente me levantando. Vi Poncho sorrir. Revirei meus olhos e bebi o gole de tequila de uma vez.

×××

Depois de ter passado em casa, encarado a felicidade de Margo e da minha mãe, ambas preparando os detalhes do casamento, e depois de ter tomado um banho demorado, eu segui até a casa de Dulce. Foi difícil convencer Anahi a passear com Lunna e deixar Dulce sozinha. Mas, quando Poncho pediu com jeitinho, ela acabou deixando. Os dois ainda não estavam juntos oficialmente, mas garanto que em breve esse status muda.

— Se você deixar minha amiga na fossa, mais do que ela já está, eu vou te matar. — Annie me ameaçou antes de entrar no carro com Poncho. Concordei suspirando.

— Titio Ucke, a tia Dul chorou, faz ela sorri? Eu já tentei mas ela não sorri. — Lunna diz fazendo biquinho. Sorri lhe olhando de soslaio.

— Eu vou tentar fazer ela sorrir anjinho. — disse por fim e dei um beijo em sua testa. Logo, eu já estava na porta do apartamento dela, suando e criando coragem para tocar a campanhia.

— Eu sabia que tinham esque... Uckermann? — ela pergunta surpresa ao perceber que era eu quem estava ali. Sorri de lado.

— Será que... a gente pode conversar? — perguntei de soslaio. Ela pareceu pensar no assunto, mas logo depois suspirou e sorriu.

— É claro que sim.

Entrei e me acomodei. Não foi fácil ter que olhá-la e não poder lhe tocar. Eu estava com saudade. Com saudade da gente.
Dulce se sentou a minha frente e passou a mão no rosto.

— Eu não quero que ache que eu saí da festa por causa da gravidez dela... foi por causa de você. Mas, não me ache uma escrota, eu sai de lá justamente pra você ter privacidade com a mãe do seu filho. Não queria ter que te olhar e deixar que... a raiva que eu estava de mim, pudesse transparecer. Me desculpa se não era isso que você estava esperando. — Dul diz sem me olhar.

— Eu só fiquei surpreso Dulce. Eu... nunca imaginária que ela poderia estar grávida de mim. Você acha mesmo que se eu suspeitasse disso, daria chance pra gente?

— E porque não? Por que seus pais te obrigariam a casar com ela e você ia ter que me deixar como vai fazer agora? — Perguntou com a voz embargada. Eu estava surpreso, não sabia como ela tinha descoberto aquilo. Dul se levantou e passou a mão no rosto.

— Eu não ia te deixar! Eu não vou te deixar Dulce María! — disse caminhando até ela e a abraçando. Ela me abraçou no mesmo segundo. Senti suas lágrimas molharem minha camisa.

— Mas... Você vai se casar com ela Ucker. E... eu não quero atrapalhar sua vida. — falou e se afastou. A olhei sem entender e ela apontou para a porta. — Não faz isso comigo, vai embora.

— Não faz isso com a gente, você. Dulce María eu gosto de você. Eu não vou te deixar pra casar com ela.

— Você vai sim. Porque eu não vou aguentar ter que conviver com você e ela no mesmo lugar. Me desculpa se estou sendo egoísta, eu só não sou forte o bastante. — Dul disse se derramando em lágrimas.

Há quem diga que aquela mulher de personalidade forte, era tão sensível assim.

Tentei me aproximar diversas vezes, mas ela não deixava. Suspirei passando a mão nos cabelos e olhei para o lado. Vi três malas arrumadas em um canto da sala.

— Você vai... Você vai ir...

— Vou. Foi a única maneira que eu achei de te tirar da minha vida. Nossa relação passou do limite Ucker. Nesse meio tempo que passamos juntos, eu descobri sentimentos por você que eu achei que não sentiria com mais ninguém. E isso me assusta, porque é forte e eu sinto que se não me afastar, esse sentimento só vai crescer. Por conta disso que vou embora. Já passou da hora de dizer adeus. — ela diz tentando cessar as lágrimas. Eu não conseguia entender tanto sacrifico da parte dela.

Corri em sua direção a abraçando. Ficamos ali alguns segundos até eu pegar seu rosto com minhas mãos e limpar suas lágrimas.

— Você não pode ir embora. Eu preciso de você.

— Não complica Uckermann. Eu já decidi. — falou sem me encarar. Fechei meus olhos e suspirei derrotado.

— Só diga que não vai embora, por favor. Eu gosto tanto de você. — resmunguei lhe abraçando mais uma vez. Eu não posso deixar que ela vá.

— Aí é que tá, eu não gosto de você Christopher Uckermann. — resmungou saindo dos meus braços e sorrindo de leve. — Eu amo você.

Naquele momento foi como se todo o meu mundo tivesse caído. Ela me ama e eu sou um tolo por não ter percebido antes. E agora eu vou a perder para sempre.

— Eu... eu... Não sei o que...

— Não tem problema. Daqui a três dias eu estou embarcando. Não se preocupe comigo. Estou indo para perto da minha família. Vou destrancar a faculdade e voltar para a empresa do meu tio. E você... Você vai ser feliz com sua mulher e seu filho. — ela diz já dá porta de sua casa.

Nunca me imaginei naquela situação. Eu não posso deixar ela ir. Eu não vou deixar ela ir.

— Eu não vou te deixar ir embora. Eu não vou desistir de você. — sussurrei em seu ouvido e lhe dei um selinho demorado. Uma lágrima escorreu do meu olho. Saí as pressas e ela fechou a porta lentamente.

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Ahhh como eu estou chorosa! Não aguento escrever cenas assim, de despedida. Dói tantoooo. Mas enfim, o que acharam da "suposta" despedida dos dois? Doeu né?
Até o próximo cap

Querido Chefe - Vondy ♥Onde histórias criam vida. Descubra agora