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× Um mês depois ×

Um mês desde a minha primeira visita ao hospital. Durante esses trinta dias, me revezei entre reuniões, visitas ao hospital e visitas à Lunna. Não foi nada fácil conciliar tudo, mas eu consegui.

    No começo Uckermann queria me proibir de trabalhar enquanto minha irmã estivesse desacordada, mas eu não podia largar meus compromissos assim. Ah, e a mãe dele já melhorou e está em casa se recuperando bem. Fiquei até um pouco mais aliviada em saber disso, se caso ela piorasse, não sei o que Ucker seria capaz de fazer.

Maite continua sem nenhuma reação. A visitei quase que todos os dias. Foi difícil vê-la naquela cama de hospital nos primeiros dias, mas eu consegui driblar esse sentimento de medo de perdê-la. Lunna continua perguntando sobre a mãe, consecutivamente, tem até dias que ela chega a não acreditar que a mãe está viajando. Chegou a ficar doente três vezes. Nem a babá aguenta mais tanta manha dela. E eu sentia que ela só se sentia segura quando eu estava por perto. Até porque minha mãe vive no hospital, conversando com Maite e esperando alguma reação da mesma. Lunna não tem tempo de brincar ou algo do tipo e se sentia sozinha a maioria das vezes que eu não podia estar com ela.

  Por esse motivo que tomei uma decisão drástica, posso dizer que a mais drástica que já tomei na minha vida. Eu iria levar Lunna pra passar um tempo comigo em Londres. Passei a última semana pensando na possibilidade, e já que eu não poderia largar o trabalho pra ficar com ela, eu iria levar ela comigo. Tenho certeza que Maite ia querer ver a filha sobre os meus cuidados. Ela não ia querer que Lunna sofresse. E ela não vai.

— Mas filha, o lugar dela é aqui. Ao lado da mãe. — Blanca diz já impaciente. Estamos tentando chegar a um acordo a mais de meia hora.

— A senhora só esqueceu que ela não está ao lado da mãe. — respondi agora com raiva transparente. — A senhora tem que entender que ela não vai morar comigo, ela só vai passar um tempo. A Lunna está sofrendo, ela sente falta. Da pra ver.

— Mas, eu estou tomando conta dela e...

— Não! A senhora não está. — falei mais calma agora caminhando até ela e a abraçando. — Ela vai continuar sendo a sua neta, vai continuar sendo a filha da Maite, só que a senhora tem que entender que vai ser melhor assim. Pra todo mundo.

— Promete que vou falar com ela todos os dias? — perguntou derramando algumas lágrimas. Sorri afagando os seus cabelos.

— É claro mamãe. Você vai sim falar com ela todos os dias. — disse beijando a sua testa. Sorrimos em uníssono.

Continuamos a conversar sobre o estado de Maite e mais alguns outros assuntos relacionados a isso.

— Bom, está na hora. A senhora arruma tudo da Lunna que amanhã mesmo vamos embarcar tá bom? Eu venho buscá-la.

— Tá bom meu amor. — ela diz sorrindo e assim, saio da casa.

— Ela aceitou?

— Foi difícil, mas ela aceitou. No fundo ela sabe que será melhor para Lunna. — respondi sorrindo.

— Eu já falei que vou te ajudar a cuidar dela. — Uckermann disse segurando minha mão de leve.

— Obrigado por estar do meu lado.

— Ora, não é pra isso que os amigos servem?

— É sim. — respondi e ele deu partida.

  Ele cancelou todas as duas reuniões que tínhamos hoje. Não era nada tão importante, então seguimos para o hotel novamente.

Querido Chefe - Vondy ♥Onde histórias criam vida. Descubra agora