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P.O.V's Dulce

— Dulce María Saviñón! Vai devagar, você vai matar a gente. — Annie grita. Apenas sorri de nervoso e engoli em seco.

— Se vocês me dissessem o que está acontecendo, talvez eu não precisasse atravessar esses diversos sinais vermelhos e quase atropelar, acidentalmente, uma velhinha com seu cachorro. — falei sem emoção. Mas por dentro, eu estou a mil.

— Mana, entenda, não podemos falar nada. Agora, vá devagar ou não vamos chegar vivas até o destino. — Mai diz calma mexendo em seu celular. Bufei e virei a rua bruscamente, freando na entrada do Starbucks.

Saí do carro, olhei para trás e vi que Mai estava com a mão no coração e Annie com as mãos na cabeça, sorri sorrateira e entrei no local.

Vários corações estavam rodeando ali deixando o lugar completamente, vermelho.

Primeiramente, dei um longo suspiro idiota. Ah qual é, eu sei, vocês já sabem e todo mundo que está neste local sabe quem organizou isso tudo. E convenhamos que não estou mais no ensino médio, o que faz alguns funcionários olharem pra mim e pra decoração com tédio eminente.

Segundamente, sorri para a atendente a minha frente que me entregou uma espécie de buquê com muito brigadeiro em cima.

Que saudade de comer brigadeiro.

Apenas sorri e em segundos ela já estava com os olhos cobertos de água. Meu Deus! Como ela é sensível.

, vamos . Eu não sou um adolescente, mas o intuito disso tudo é te ter de volta como qualquer garoto inconsequente que fez burrada, na hora errada. Não vou fazer joguinhos pois sei que você não tem paciência para isso e eu também não! Enfim, aqui neste local. Na porta de entrada à alguns extensos meses atrás, eu trombei com você. E nossa, como eu te odiei e te amei naquele momento. Acho que você não percebeu o sorriso bobo que dei quando você saiu porque estava furiosa demais para isso. Mas, direito ao destino, o último lugar é um lugar muito especial para nós. Nossa melhor noite juntos. Aquela em que nosso futuro foi conversado e onde eu tive certeza que você, Dulce María Saviñón, é a mulher da minha vida.

Dobrei o pequeno papel e sorri comigo mesma. Só podia ser ele. Afinal, se não fosse, quem mais seria? Certamente, não há resposta para essa pergunta.

Saí do Starbucks já pronta para colocar Annie e Mai contra a parede mas não as encontrei. Só o carro e mais um bilhete de Mai dizendo para que eu seguisse o meu coração. Achei o bilhete algo idiota mas pensando por outro lado, Mai pensaria que eu facilmente não teria paciência pra isso e logo pegaria um avião para o Brasil. O que não deixa de ser verdade, Dulce de alguns meses atrás não suportaria isso.

Mas, como dizem, o amor muda as pessoas.

Revirei meus olhos e segui agora mais calma. Na verdade eu estava calma só por fora, pois por dentro, meu coração já queria estar do lado de fora à muito tempo.

Querido Chefe - Vondy ♥Onde histórias criam vida. Descubra agora