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POV's Uckermann

Mais um longo e tedioso dia de trabalho. Pelo menos era assim que deveria ser, porém meu querido Pai resolveu tirar a minha paciência logo cedo.

— Mas que bela visita! — exclamei me levantando. Senhor Victor permaneceu com um semblante sério no rosto. Com ele sempre foi assim, nunca deixava seus sentimentos darem lugar a sua face. Nem se fosse comigo, o filho dele.

— Sem gracinhas logo cedo Uckermann. — Victor disse e se sentou na cadeira a minha frente. O que me deixava sempre com raiva era o fato dele me tratar como um de seus funcionários e não o filho que criou a 25 anos. — Precisamos conversar antes que você faça uma besteira... como sempre.

Olhei em seu rosto e me permiti sentar novamente na minha cadeira. Sorri e ajeitei alguns papéis na minha mesa.

— Pode falar papai. — Disse e ele rapidamente me olhou sério - mais ainda - suspirou e colocou a mão no rosto, parecia impaciente.

— Pois bem. Como eu já prevejo, você já deve está sabendo da vinda de alguns funcionários da empresa Venture do meu querido amigo Rogério...

— Ah sei. Aqueles três estagiários que eu vou ter que ensinar tudo? — O interrompi. O que o fez se levantar e andar de um lado para o outro.

— Funcionários Christopher! E não me interrompa mais. — falou extremamente grosso. Apenas me ajeitei na cadeira e o fitei. — Dentre esses três funcionários, a afilhada desse meu amigo virá também e ela sim você vai tomar de conta aqui na empresa.

— Virei Babá? Eu sinceramente não tenho tempo para cuidar de criança senhor Victor. — exclamei me levantando. Esperei uma reação extremamente diferente da que ele teve, mas o que Victor fez foi realmente ao contrário do que eu imaginei, ele apenas sorriu e me encarou com precisão.

— Isso não é um pedido Christopher, isto é uma ordem. Caso não faça o que estou pedindo, ou deixe que ela volte para o Brasil, eu mesmo vou te tirar desse cargo de diretor geral da Landers. E não me subestime, eu sou dono disso tudo aqui e faço o que quiser aqui dentro. esse é um favor dos grandes que estou fazendo para o meu grande amigo, e se você não der conta, sinto muito meu filho. — ele diz e sai da sala em seguida.

Me jogo na cadeira e fecho os olhos respirando fundo. Logo, ouço a porta da minha sala ser aberta.

— Ucker, o que o seu pai estava fazendo aqui? Isso é um fato muito interessante a ser presenciado aqui já que ele nunca aparece. — Poncho pergunta já se sentando. Abro meus olhos e o encaro.

— Veio pra me dizer que vou ter que ficar de babá. — digo simplesmente e fito o nada.

— Babá? Como assim cara?

— Ah, nada. Sabe se a ficha dos novos estagiários que estão chegando do Brasil já estão aqui? — Pergunto e ele se levanta.

— Vão chegar só amanhã. Mas, caso queira um conselho, é melhor você fazer o que o seu pai está mandando. Pensa bem e vê o que ele já fez aqui na empresa, quem ele já prejudicou. — Poncho diz e sai em seguida. Passo a fitar o nada e a pensar no que ele falou. E até que me vem Anahí na cabeça. Victor a despediu por está de namorico com Poncho na época. Ela era uma ótima funcionária, mas mesmo assim ele a despediu por está de caso com um ser superior ao seu. Deprimente.

Após pensar no que faria dali em diante, resolvo ir até o Starbucks que tem aqui perto. Já estava quase na hora do fim do expediente, então como Poncho finalizaria tudo por ali, resolvi ir para casa de lá mesmo. Porém, ao caminhar até o estacionamento da empresa, vi uma garota atravessar a rua lentamente e de forma distraída. Corri até a mesma para impedir que alguma besteira acontecesse e ela me tratou com uma ignorância absurda. Só podia ser turista. Admito que fui um grosso mas ela aparentava ter idade suficiente para saber atravessar uma rua.

Fui para casa naquele dia com os problemas da empresa, minha conversa com meu pai e com aquela garota na cabeça. Tive que me esforçar para não deixar que aquilo me consumisse e a vontade de beber dissesse mais alto.

Acabei acordando tarde. Não consegui tomar café e tive que passar no Starbucks novamente, e para minha surpresa esbarrei na ignorante novamente, se ela não fosse tão diferente acharia que o destino estava conspirando a nosso favor. Trocamos algumas farpas como de costume, e ela entrou emburrada. Desisti do café e segui para a empresa.
Cheguei na empresa e os dois novos estagiários já estavam ali, fui até a mesa dos dois e os cumprimentei.

— Bom Dia! Sou o Sr. Uckermann, o diretor chefe de vocês, por enquanto. — Digo e vejo um pequeno sorriso nascer nos lábios de ambos. Eles se apresentam e pelas minhas contas faltava uma ali. — Me desculpe mas, falta uma, não?

— A Dul. Mas ela é assim mesmo senhor, já já ela tá aí. — A garota diz, cujo nome é Beatriz. O outro que estava ao seu lado, a olhou estranho.

— Dulce não é de fazer isso senhor Uckermann, com certeza aconteceu algo para justificar o atraso. — Felipe, o outro estagiário diz. Apenas balanço a cabeça afirmando e vou em direção a minha sala.

— Chegou tarde Ucker. — Poncho, que já estava na minha sala disse. Apenas sorri e tirei meu terno. — Aqui já estão a ficha dos três.

— Veio em boa hora! — exclamei e peguei as três fichas. — Acredita que o dia mal começou e a estagiária que veio do Brasil ainda não chegou?

Perguntei com certa indignação, Poncho sorriu e balançou a cabeça.

— E o que vai fazer? — Perguntou se sentando.

— O que qualquer chefe faria. Se eu der sorte, a tal Beatriz é a garota de quem vou ter que servir de babá, então quando a outra chegar aqui é só mandar pro Brasil novamente. — respondo seco. Poncho se levanta e caminha até a porta.

— Faça o que quiser então. Vou cuidar do meu trabalho. — ele diz e sai da sala.

Sem ter o que fazer, vou vasculhar a ficha dos estagiários. Pego primeiro a ficha do garoto. Logo após a da tal Beatriz, e para minha indignação, ela não era a afilhada do amigo de meu pai. Os dois não tinham um mísero sobrenome em comum ou aparência. Bufei e peguei a outra ficha. Não posso negar que me surpreendi em ver a foto da ignorante ali na minha frente. Esperava qualquer pessoa ali, menos ela. Suspirei e li tudo a seu respeito. E surpreendente, cabeça quente estava ali. Dei um leve sorriso e escutei três batidinhas na porta. Virei minha cadeira e logo ouvi a porta ser aberta, logo é fechada e Dulce começa a falar.

Nem preciso dizer que a cara dela foi a melhor quando virei a cadeira. E também não poderia deixar de recebê-la com uma certa ironia. Foi Hilário, se ela tivesse senso de humor. Logo a mesma se irritou e saiu dali, a vi carregar o meu emprego junto. Sr. Victor me mataria se ela fosse embora.

Esperei dar o horário do almoço, então peguei o endereço da mesma e fui de carro até o local. A vi andar até lá, cheia de sacolas na mão e pareciam pesadas. Apenas sorri. Seria mordomia demais deixar que eu a desce uma carona tão perto da sua casa. Logo a mesma entrou, desci do carro e acabei descobrindo que o elevador estava em manutenção. Encontrei ali uma solução para pedir desculpas a ela e fizesse que a mesma voltasse a empresa. Porém me arrependi no minuto seguinte, já era o terceiro andar e o suor já estava pingando.

Ali, cheio de sacolas nas mãos, acabei descobrindo que Dulce adora uma vingança.

Querido Chefe - Vondy ♥Onde histórias criam vida. Descubra agora