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POV's Uckermann

Depois de uma semana naquele hospital, eu finalmente recebi alta.

Durante toda essa semana em que precisei para me recuperar, Dulce ficou aqui do meu lado. Foi um acidente, mas não pude deixar de agradecer à ele por ter feito Dulce ficar.

Em todos esses dias em que recebi a sua visita, não pude deixar de observar a fisionomia do meu pai ao vê-la entrar no quarto, eu senti uma raiva incontrolável, ainda mais quando percebia que Dulce ficava sem graça.

Por esse motivo, eu decidi que tomaria uma decisão drástica. Se eu quisesse ficar com Dulce, teria que tomar essa decisão o mais rápido possível. Até porque ela já veio aqui hoje e disse que ainda teria que ir embora. Preciso fazê-la ficar de alguma forma.

O meu noivado com Margo foi cancelado. Foi preciso uma semana sem vir me ver que meus pais finalmente perceberam que ela não era quem pensavam. Eu finalmente percebi quem ela é.
Eu vou criar meu filho, vou ter responsabilidade com o que fiz, mas para isso não pretendo me casar com ela, nem que para isso eu passe por cima da decisão do meu pai. Coisa que à 32 anos eu não faço.

— Já está decidido. Eu não vou me casar com uma mulher que não está nem aí pra mim, só liga pro meu dinheiro. Já está bem claro que à uma semana ela só se preocupou com o noivado. — falei já decidido.

— Uckermann você está louco? Isso é uma atitude muito precipitada, o que acha que os jornalistas vão pensar? E os empresários? Isso vai ser uma calúnia a nossa família. — Victor diz irritado. Vejo minha mãe tentar acalmá-lo, algo que eu nunca tinha visto antes.

— Se acalme Victor. Christopher só está de cabeça quente ele...

— Ele é um irresponsável. Eu passei todos esses anos dando tudo do bom e do melhor para esse imprestável. E agora ele vem querer dar as costas a mãe do filho dele?

— Eu não a amo! Eu não sou o senhor que é capaz de se casar por conta de dinheiro, sem um pingo de amor. Ou o senhor acha que eu não sei do seu envolvimento com aquela Vivian? — extravasei jogando um vaso no chão. Meu pai me olhou enfurecido. Ele parecia que a qualquer momento iria vir para cima de mim. Minha mãe estava perplexa, é claro que ela não sabia. Vivian e meu pai mantiveram um relacionamento por muito tempo, até eu descobrir. Ela era amante dele e planejavam se casar mesmo ele já estando casado com mamãe. Não me surpreendo, Vivian é filha de um dos empresários mais renomados de Londres.

— Você não sabe do que está falando. Eu nunca...

— Vai negar papai? Na frente da minha mãe? Na frente da sua mulher? Daquela que te amou quando você estava no buraco e você só precisou de uns dólares pra quase jogar o amor dos dois fora? Confessa, que se Vivian não tivesse te dado um pé, vocês estariam casados hoje. — falei debochado. Conviver com Dulce dá nisso. Vi o senhor Victor me olhar com muito mais ódio.

— Saia da minha casa. AGORA!

— O quê? Não Victor, é o nosso filho... ele não vai conseguir....

— Ah ele vai sim Alexandra, eu não criei um vagabundo todos esses anos. Ele vai saber se virar. — disse com certa repugnância e saiu em direção ao escritório. Suspirei já imaginado que aquilo iria acontecer.

— Meu filho, não vai por favor. Você não pode deixar a sua família assim. — Minha mãe corre em minha direção já chorando. Lhe abracei e beijei o topo da sua cabeça.

— Acho que chegou a hora do seu bebê crescer e ter responsabilidade mãe. No fundo, todos nós sabíamos que esse dia chegaria. — Falei e ela beijou minha bochecha várias vezes.

— As portas sempre estarão abertas pra você meu amor. Se precisar, pode vir. Nem que para isso eu tenha que capar o seu pai. — sorrimos de leve.

Me despedi da minha mãe mais alguns segundos e subi para o meu quarto. Arrumei minhas malas e desci vendo que Margo estava ali.

— Meu thuthuco. — disse sorridente pulando em cima de mim. Bufei e lhe afastei.

— Não estou afim de falar com você.

— Ah, pensei que quisesse saber daquela sua... secretária... Como é o nome dela mesmo?

— O que tem a Dulce? — perguntei desesperado. Vi um sorriso cínico brotar nos seus lábios.

— Ela foi embora. Ela te deixou Uckermann, como eu disse que deixaria. Ela não te ama. Se não, não teria ido. — Margo diz repugnante, passei a mão em meus cabelos e senti uma parte ser arrancada do meu coração. E doía, doía muito.

×××

Mais cinco dias se passaram desde o dia em que saí do hospital, e que Dulce foi embora.

Durante esse tempo, mudei para um apê e tentei refazer a minha vida. Não tinha visto Poncho e nem Anahí ainda. Estava com uma certa raiva de Dulce, pelo simples fato dela ter dito que ficaria, eu confiei que iríamos conversar com calma e ela simplesmente foi embora, sem me deixar explicar.

— Thuthuco, esta fazendo o café pra gente? — Margo pergunta me abraçando por trás.

— Estou. E... Não me abraça assim, não estamos juntos.

Eu decidi que Margo moraria comigo. Afinal, eu só tenho esse filho, daria tudo do bom e do melhor para ele. A campanhia toca, Margo tinha ido ao banheiro e eu fui atender.

— Cara, você é um idiota. — Annie entrou bufando. Poncho entra atrás.

— Bom dia pra você também Annie. — resmunguei.

— Bom dia é o escambal. Eu só estou aqui por sua causa. Você só pode ser tolo mesmo. — Annie continua.

— Poncho me ajuda, não estou entendendo nada. — falei pedindo socorro.

— Dulce foi embora. — disse encarando o nada.

— Eu... sei. Eu cheguei até a pensar que ela pelo menos iria se despedir, ou algo do tipo. Eu saí daquele hospital disposto a vê-la.

— E ela ficou todos esses dias esperando uma visita sua, uma ligação. Ela foi embora hoje arrasada Ucker. Por sua culpa. — Annie choraminga exausta. 

— Espera, hoje? Ela foi embora no dia em que sai do hospital. — falei confuso.

— Tá doido? Recebeu informações erradas amigo, ela foi embora hoje. E além do mais, Dulce nunca faria isso, afinal, ela te ama. — Poncho diz abraçando a Annie. Passei a mão nos meus cabelos impaciente e jogando meu celular na parede.

— Eu a perdi! Eu a perdi para sempre. — Resmunguei deixando algumas lágrimas caírem.

Querido Chefe - Vondy ♥Onde histórias criam vida. Descubra agora