As semanas passaram. Depois do médico me dar todas as informações e orientações sobre o câncer, pude voltar ao apartamento. Ainda não superei a informação de que passei por uma gravidez recentemente. Foi muita informação pra uma semana só. Preciso raciocinar direito.
Annie, Mai e principalmente minha mãe estavam inconsoláveis. As mesmas pareciam estar com a doença "terminal" e não eu. Por um lado, quando Poncho me perguntou como eu me sentia sobre isso, em princípio sorri confortável. O mês que passei no cativeiro de Margo, foi em partes essencial para o meu aceitamento com a doença. Eu já sabia que estava doente pois nem Margo e muito menos Beatriz mentiriam sobre isso, por mais doidas que fossem, elas não seriam capazes de tanto. Então, procurei me manter tranquila o máximo que consegui em relação à doença. Mas um filho? Eu nunca imaginei que fosse ter ou perder tão cedo.
— Você não vai falar pro Ucker mesmo Dul? — Annie me interroga pela décima vez naquele dia. Apenas bufei concordando. — Tem certeza? Você não pode colocar nessa cabeçinha oca que está tudo bem porque não está.
— Ele vai saber tá Anahí? No momento certo. — Resmunguei enquanto colocava os outros detalhes da roupa.
Depois de muitas conversas, eu e Ucker decidimos tentar. Sim, nós vamos, talvez, ir contra o nosso destino e vamos tentar dar certo. Ou fazer dar certo.
E não, ele não sabe de nada do que ocorreu comigo no hospital. Nem de câncer, nem de gravidez. Annie sempre manda eu dizer, mas eu tenho medo. Eu o amo tanto. E se ele me deixar ao descobrir que estou doente, eu não vou suportar.
— Então... como estou? — perguntei rodopiando na frente do espelho. Annie sorri e se levanta me abraçando.
— Você está divosa. — resmungou revirando os olhos. Sorri e beijei a sua bochecha. — Eu sempre vou estar aqui com você. Pode ter certeza disso. Eu te amo muito amiga cabeça dura.
— Epa, eu também. — Mai diz da porta e sai correndo em nossa direção. Sorri e ela se juntou ao abraço.
— Não sei o que seria de mim sem vocês! Eu às amo tanto. — Falei tentando não derramar nenhuma lágrima.
— Sabemos que não seria nada, não é Mai? — Annie pergunta com um certo deboche.
— Não é pra tanto também. — digo e todas nós sorrimos.
— Dul... sobre o... — Mai dizia quando a interrompi rapidamente.
— Não Mai! Não vamos falar sobre isso agora. Por favor.
— Você não pode fugir pra sempre desse assunto maninha. A nossa mãe ela está...
— Estou atrasada, até mais meus amores. Daqui a pouco eu volto. Sabe como é, Ucker não gosta muito de atrasos. — falei pegando minha bolsa e dando um beijo na bochecha de cada uma.
Mai me olhou com um olhar cabisbaixo. Eu fujo desse tema câncer sempre que consigo. Nunca gostei de fazer ninguém sofrer, ainda mais se for por minha causa. Elas precisam esquecer disso ou eu não sei o que farei para desviar mais. Eu quero fazer quimioterapia, tratamento, tudo sozinha. Se for para sofrer, que seja só pra mim.
P.O.V's Narradora
Assim que Dul saí as pressas do quarto, Mai cai na cama derrotada.
— Eu já não sei mais o que fazer... — sussurra fechando os olhos.
— Talvez deixe que ela se decida. Dulce é uma mulher e não uma criança Mai, ela deve saber o que está fazendo. — Annie sussurra para a mais nova amiga. Bipolaridade! Esse é um dos adjetivos que Annie domina bem.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Querido Chefe - Vondy ♥
Fanfiction"É errado querer você. Mas eu sempre tive uma queda por erros." Dulce é uma estagiária que sonha em trabalhar fora do País. Já trabalha na empresa Venture a mais de dois anos. Como sempre foi uma ótima e elogiada funcionária, ela recebe uma propost...