P.O.V's Dulce
Meu corpo doía. A medida que os dias foram passando devagar e devagar, eu acreditava mais ainda que poderia sim, morrer nesse lugar. O que me mantém firme é o colar que meu pai me deu. De algum jeito quando eu o sinto é como se, além dele, Mai e minha mãe também estivessem aqui comigo de alguma forma, e isso me ajuda a manter a fé e a esperança de que vou sair daqui bem, viva.
Todos os dias, Margo tem o prazer de vim me ver sofrer. Beatriz depois do dia em que a vi, só escutei sua voz. Junto a uma voz que eu achei que conhecia. Mas não reconheci de primeira.
Não como direito mas todos os dias procuro manter o meu pensamento na minha família e nos meus amigos. Como será que eles estão? Será que estão procurando por mim? Será que já desistiram? E Ucker? Ah, toda as vezes que lembro da gente meu peito se contrai. Como o destino nos separou de uma maneira tão drástica dessa? Será que vou vê-lo novamente? Eu sinceramente, presumo que não.
— Mais um mês. Não se preocupe Dulce, se você aguentar mais um pouco, pode até sair daqui viva. — Margo diz já entrando no pequeno quartinho em que estavam sendo meus dias.
A sua barriga já estava enorme e o bebê poderia nascer a qualquer momento.
— Você não cansa? Já não tem tudo o que quer? Me deixa em paz, me deixa ver a minha família! — Bufei sem conseguir me levantar. Eu só vomitava e sentia dores. Estava ficando insuportável aguentar aquela rotina todos os dias.
— Calma Dulcezinha, tudo na hora certa. Primeiro, eu vou deixar essa bastarda nascer, depois vou fazer Uckermann assinar um pequeno papel e você vai poder sair daqui e fazer o que quiser. — diz sorrindo, ela imediatamente tira um celular do bolso, seu sorriso desaparece e ela me olha furiosa.
Ah não, ela descobriu.
— Parece que a rata andou mexendo no que não devia... — sussurrou desligando o celular com raiva. — O que você foi fazer ein vagabunda? Esse Luiz também é um irresponsável!
A mesma caminha até mim e pega em meu cabelo com força. Me dá um tapa na cara e me joga do outro lado da sala.
— Isso é pra você aprender a não mexer nas coisas dos outros! Eu ainda não entendi a sua tática de ligar pra idiota da Beatriz e pro seu amiguinho trouxa lá, mas se eu desconfiar que alguém descobriu algo...
— Não! Não machuca os meus amigos!
— Seus amigos? — ela pergunta sorrindo cínica. Fechei meus olhos e meu estômago embrulhou. — Vou machucar algo bem mais fundo querida. Será que posso começar pelo tal de Vinicius? Ou vou direto pra Maite? Mas porque não uma tal de Lunna? Fiquei sabendo que eles estão na cidade, então...
— Tá bom, tá bom. Desculpa! Eu não faço mais nada. Só... só deixa minha família em paz. Eu te imploro.
— É assim que eu gosto! — comenta indo até a porta. — Bom, agora eu vou ter que cuidar de um curioso chamado Christopher Uckermann. E não se preocupe, eu volto. Talvez ele até venha comigo.
Então ela sai mandando beijos. Peguei um balde que estava ao meu lado e vomitei todo o "café da manhã" se é que posso chamar disso.
As horas pareciam passar devagar. Um silêncio mútuo tomou conta do lugar. Eu só rezo e rezo. Todos os dias, todas as horas, todos os minutos.
Ouço alguns murmúrios do outro lado da porta. Coloco meu ouvido e me concentro na conversa.
— E se o Uckermann descobriu? Não podemos fugir e deixar essa doente aqui!
— Eu não vou ser preso Margo! Não por causa de uma vingança sua. — aquela mesma voz de sempre. Eu a conheço.
— Não importa! Eu não saio da cidade sem o dinheiro daquele verme. E você tá comigo nessa Rodrigo!
— Xiu, esqueceu que não pode me chamar assim?
— Eu tô nem aí, duvido que ela já não saiba que você é meu grande e único amor. — a voz irritante de Margo soa e mais alguns murmuros são ditos.
Me afastei da porta e deixei que lágrimas caíssem dos meus olhos.
Rodrigo. Como pude acreditar tão fácil em alguém que dizia me amar? Onde eu estava com a cabeça em contar tudo da minha vida pra esse ser humano horrível?
Mas algo naquela conversa martelava na minha cabeça. Uckermann poderia me encontrar. Ele deve está procurando por mim. Uma ponta de esperança surge em meu coração. Com toda a certeza, Deus irá agir e não vou passar mais nem uma semana nesse lugar.
P.O.V's Uckermann
O dia inteiro rodando. Passei quase que 24 horas atrás de pistas e até mesmo de Margo. Até que encontrei, finalmente eu vou saber onde a mulher da minha vida está.
Usei o meu GPS pra encontrar a mesma, segui até o local indicado. Assim que saí do carro, pude ver que se tratava de um matagal extenso. Não havia casa e muito menos alguém naquele lugar. Bufei e quando me virei pra ir embora, vi Rodrigo na minha frente.
— Ora, ora, ora. Não é que o bastardo do senhor Victor é esperto? — ele diz pateticamente caminhando até mim. — Sabe, eu achei que demoraria mais.
— Onde está Dulce? O que fizeram com ela? Me leva até ela!
— Calma Sr. Uckermann. — debocha enquanto continua a caminhar. Eu não estou com medo, quero sabe até onde ele vai com o teatrinho. — Eu odiava quando ouvia as conversas de Dulce com Anahí e ela pronunciava isso. Eu sinceramente não sei o que essa mulher vê em você!
— Tudo o que ela provavelmente não vê em você.
— Sério? Ela já disse que te amava enquanto vocês transavam? — perguntou agora frente a frente comigo. Meu rosto com certeza estava mais enraivecido que o normal. Fechei meu punho e ele sorriu. — Calma, ela nem tocou no nome amor enquanto estava comigo. Infelizmente o que vocês tiveram foi forte, tudo o que ela fazia, você tinha que está envolvido.
Instantaneamente sorri. Como eu estou com saudade da minha mulher.
— Onde ela está?
— Não se preocupe, daqui a pouco você vai saber. — sussurrou e se afastou. — daqui a pouco não, agora.
E em menos de alguns minutos, sinto um arder na minha cintura. Olhei instantaneamente e vi que ele me deu um tiro. Tentei fazer algo mas eu não conseguia. Aos poucos minha visão foi ficando turva.
×××
Minha visão foi voltando aos poucos. Instantaneamente peguei no local que fui atingido, estava com uma atadura mas meu corpo ainda está dolorido. Logo, percebi que estava em um quarto. As paredes são sujas e não tem absolutamente nada além de um colchão no chão. No silêncio pude ouvir uma conversa do outro lado.
— Você não tem jeito mesmo né? E se ele tivesse morrido? Como íamos fugir seu irresponsável? — era a voz de Margo e ela parece bastante irritada. Que isso não prejudique a minha filha.
— Como queria que eu o trouxesse pra cá? Amigavelmente? Margo, nós nos odiamos.
— Não importa Rodrigo! Eu não posso perder essa oportunidade de arrancar cada centavo da família Uckermann! — ela diz por fim e parece sair da sala.
— Vai deixar os dois sozinhos? Não acha perigoso?
— Perigoso pra quem? Tá com ciumes da rata? Porque se estiver...
— Não... eu só... ah vamos sair daqui. — ele diz rapidamente e a porta se fecha.
Fui caminhando vagarosamente até a parede que consequentemente dá para o outro quarto. Dulce deve está por aqui perto. Encosto minha boca com dificuldade na parede.
— Meu amor... — sussurrei. Alguns longos segundos se passaram. Até eu conseguir ouvir um choro baixinho.
— Ucker... é você, amor? — ouço um sussurro. É ela. A mulher da minha vida está viva.
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Querido Chefe - Vondy ♥
Fanfiction"É errado querer você. Mas eu sempre tive uma queda por erros." Dulce é uma estagiária que sonha em trabalhar fora do País. Já trabalha na empresa Venture a mais de dois anos. Como sempre foi uma ótima e elogiada funcionária, ela recebe uma propost...