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POV's Dulce

Tinha tudo para ser um dia normal. Apesar de que se fosse normal, não seria eu.

A mesma rotina; trabalho, faculdade e etc. Para todos uma rotina comum e cansativa, até para mim também, mas isso mudou de uma forma tão rápida e prática que não me imaginei naquela situação.

Me chamo Dulce María, tenho 23 anos e estou a dois anos trabalhando na empresa jornalística de meu tio Rogério. À uma semana atrás, recebi uma ótima notícia vinda do meu chefe. A idéia de morar fora do paí pra mim é surpreendente, sempre foi um sonho que tive. E quando ele deixou sair aquelas belas palavrinhas de sua boca: "Parabéns Dulce, você está recebendo uma proposta de trabalho para Londres." foi como se todo o meu coração parasse por um momento.

Acredite ou não, mas precisei de três copos de água com açúcar para digerir aquela informação.

Enfim, depois de chorar, agradecer a um por um que estava ali naquela sala, depois de ligar para todos os meus familiares e amigos; A minha ficha finalmente caiu. EU VOU PARA LONDRES.

E hoje, 20 de Janeiro de 2017 minhas malas estão sendo feitas. E eu estou literalmente surtando aqui nesse quarto, nem aparentando ter a idade que tenho.

Infelizmente tive que trancar a faculdade enquanto estiver lá. Não gostei mas um ano não vai matar ninguém.

Minha mãe já veio ver se eu estava bem, Lurdes - a governanta - já veio ver se eu estava viva e meus primos vieram ver se eu precisava de algo. E eu realmente precisava, entrar rapidamente naquele avião e explorar aquela cidade da cabeça aos pés.

— Vamos minha filha, está atrasada! — ouço minha mãe, dona Blanca, gritar lá de baixo. Termino rapidamente de colocar o restante de roupa dentro da mala e desço encontrando Giovanni e Gustavo com os olhos marejados. Meus implicantes e queridos primos - quase irmãos - gêmeos, que moram comigo a exatamente cinco anos desde que seus pais morreram. Os abracei instantaneamente.

Depois, olhei em volta dali procurando duas pessoas importantes que deveriam pelo menos está ali para me desejar boa viagem.

— Mãe, onde está Maíte e Lunna? — Perguntei me referindo a minha irmã e minha sobrinha. Vi o semblante de minha mãe mudar para desapontada em seguida.

— Sua irmã não veio minha filha, disse que estava ocupada demais com o trabalho, com a empresa. — ela disse meio triste, respirei fundo e coloquei um sorriso meio amargo no rosto. Afinal, sempre foi assim, depois que Maíte engravidou de Lunna, se entregou de bandeja para o trabalho. Esquecendo assim de sua família, amigos e até da sua filha que precisa mais que tudo de sua mãe naquele momento. Afinal, a culpa não foi da criança se o pai desapareceu depois de engravida-la. — Porém, Lunna veio. Sua irmã pediu que Giovanni fosse buscá-la na creche.

Minha cabeça que permanecia baixa, se levantou junto com minha alegria e um sorriso sincero. Lunna saiu de trás de Giovanni e veio correndo me abraçar. A girei em meus braços já sentindo o seu cheiro doce do perfume irreconhecível da Johnson's.

— Titia, a minha mamãe disse que você vai passear. Você me leva? — perguntou doce depois de me abraçar. Sorri com tamanha fofura daquela menininha que encanta a todos. Ela estava com um vestidinho vermelho rodado com bordas rendadas e sapatinhos pretos cintilantes que a deixavam totalmente estilosa. Lunna é uma garota inteligente, com apenas 3 anos ela já faz e fala de tudo.

— A Titia vai passear sim, mas não posso levar você agora meu amor. — digo e ela logo me encara com uma fisionomia triste. — Mas logo logo eu venho te buscar para que possamos brincar naquele carrossel que você adora.

Logo vi seu sorriso se iluminar e ela me abraçar novamente, sorri já derramando algumas lágrimas e ela me encarou com aquele sorriso lindo.

— Você vem mesmo Titia?

— Venho meu amor. Eu venho. — Falei e lhe dei um beijo na bochecha, ela retribuiu no mesmo instante, limpando com os dedinhos as minhas lágrimas.

Sem mais delongas e já atrasada, me despedi rapidamente deles todos, enchi Lunna de beijos a entregando a minha mãe e já fui entrando no táxi que me esperava do lado de fora. Respirei fundo e acenei para eles que acenaram derramando algumas lágrimas de volta. Me peguei a lembrar das vezes em que nos divertimos, momentos únicos que jamais serão esquecidos. Toquei em meu colar e fechei meus olhos agradecendo ao meu pai por tudo isso está acontecendo na minha vida.

E bom, apesar do contrato ser de apenas um ano, nunca se sabe se eles vão renovar ou até mesmo me contratar de uma vez.

O que importa é que essa oportunidade de trabalho é única, e o meu futuro está em jogo nisso tudo.

Me liberto dos devaneios com o motorista me chamando. Pago certinho a corrida e entro rapidamente no aeroporto, vejo meus dois colegas de trabalho e maravilhosos melhores amigos já me esperando no Check-in.

— Dulce não seria Dulce se não se atrasasse! — Felipe diz sorrindo e me abraça. Felipe é o meu melhor e mais insuportável amigo.

— Me desculpem, mas precisava mesmo arrumar minha mala novamente. — disse ofegante de tanto correr contra o tempo naquela manhã de sábado.

— Você arrumou essas malas todos os dias durante uma semana, como ainda pôde achar que faltaria algo? — Beatriz, minha colega de trabalho e amiga, perguntou indignada.

Ia pensar em responder quando fui interrompida pela voz mais irritante e chata do aeroporto que anunciava que o vôo de destino para Londres sairia em breve, última chamada; Salva pelo gongo, literalmente.
Puxei eles com dificuldade por causa das malas e então entramos no avião. Senti todas aquelas sensações antes de levantar vôo e um frio na barriga tomar conta, peguei na mão de Felipe que estava do meu lado e apertei, ele sorri e acaricia a minha mão de leve me causando uma sensação de conforto.

— Vai ficar tudo bem. — sussurrou no meu ouvido e mordi meu lábio inferior, nunca tinha andado de avião antes.

— Só não solte a minha mão. — eu falei aparentemente com medo e ele concordou sem ao menos mover nossas mãos de lugar ainda acariciando as mesmas.

E assim permanecemos até chegar em Londres. Olhei de relance Beatriz me olhar, olhar para minha mão grudada na de Felipe e logo após ele dormindo em meu ombro, o que a fez mudar sua expressão para raiva, descontentamento, rapidamente; aquele olhar que ela me lançou fez com que eu desgruda-se rapidamente minha mão com a do meu amigo que dormia com a cabeça em meu ombro. Eu não sabia o que eles tinham, mas mesmo assim não queria atrapalhar.

A viagem durou mais algumas horas, até que desembarcamos naquela maravilha de lugar chamada Londres.

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Primeiro capítulo de muitos que ainda estão chegandooo. Espero que me acompanhem, vocês não vão se arrepender ♡

Querido Chefe - Vondy ♥Onde histórias criam vida. Descubra agora