- Será que dá pra parar? - perguntei em um sussurro enquanto observava Uckermann andar de um lado para o outro naquele pequeno e entediante quarto.
Estávamos a minutos ali só nos encarando. A aquela altura eu já devia está sem os dedos da mão do tanto que os puxei para tentar conter meu nervosismo.
- Parar? - perguntou em um tom agora grosso. Seu olhar de repente mudou para ódio, rancor e aquilo me magoou. Imagina quando ele ouvir tudo o que tenho para dizer? - Dulce María eu estou dia e noite nesse hospital tem um mês. A minha preocupação é tão eminente que até meu pai já veio me perguntar se estou bem. Eu pergunto pra todos o que você tem. Cheguei até a implorar pra Poncho ou Annie me dizer mas eles simplesmente me ignoram. Eu preciso saber o que está acontecendo. Eu quero cuidar de você mas pra isso preciso saber Dul.
Permaneci intacta. Seu olhar logo se desviou do meu e o vi cair derrotado na poltrona ao lado da minha cama colocando suas mãos no rosto. E sem que eu percebesse, lágrimas extensas caiam dos meus olhos ao vê-lo naquela situação por minha causa.
- Me desculpa. Eu não queria ter que fazer ninguém sofrer, só isso. Eu amo você Christopher mas não posso permitir que isso aconteça. Eu não quero fazer ninguém sofrer, por favor me entenda. - resmunguei sem o encarar.
- Mas é diferente Dulce María. Por que todos sabem e eu não? Por que eu não posso te ajudar? Diferente do que acha, eu quero está do teu lado, e isso não é uma decisão sua. Eu vou saber de um jeito ou de outro. Então me conte, o que você tem amor? Por favor, confie em mim....
Sinto sua mão pegar na minha, sua mão gélida. As mesmas também tremiam, eu as sinto como nunca as senti antes. As apertei e olhei em seus olhos.
- Eu estou... doente. - falei só para mim mas ele parece ter escutado pois no segundo seguinte, arqueia a sobrancelha por alguns longos segundos até eu derramar cada vez mais lágrima. Ucker então me olha agora surpreso e assustado ao mesmo tempo.
- Não pode ser... - sussurrou se levantando e passando a mão nos cabelos. O vi caminhar novamente de um lado para o outro. - Diz que não é verdade Dulce, diz que não está com...
E nesse exato momento, deixei que todo o peso de minhas costas se derramasse naquele quarto. Juntei minhas duas pernas em cima da cama, cruzei meus braços em volta do joelho e deitei minha cabeça ali me permitindo pela primeira vez, chorar e me lamentar por tudo o que estava acontecendo comigo. Percebi aos poucos que já soluçava do tanto que chorava.
O silêncio estava evidente. Só se ouvia o meu soluço e a pesada respiração de Christopher no local. Eu queria olhar para ele e pedir perdão por não ter dito antes. Mas eu não conseguia, meu corpo só me permitia chorar, chorar e chorar.
- Dulce María por favor... olhe para mim. - ouço ele dizer baixo. Quase inaudível. Continuei a soluçar e neguei. Talvez por medo ou vergonha.
- Não. Sai daqui. Me deixa sozinha. - resmunguei.
- Mas Dul... - ouço ele sussurrar e se aproximar.
- Não quero conversar agora. Sai. Por favor. - doeu dizer aquilo. No fundo, no fundo, eu não desejava o que estava dizendo mas as palavras simplesmente saíram. E ali, um arrependimento me tomou.
Após alguns minutos, não ouço mas a sua respiração pesada por cima do meu choro. E por um momento, me peguei rezando que ele não tivesse ido, que ele não esteja com raiva de mim o suficiente para ter me deixando naquele quarto. Com o silêncio e os fantasmas que me rodeavam.
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Querido Chefe - Vondy ♥
Fanfiction"É errado querer você. Mas eu sempre tive uma queda por erros." Dulce é uma estagiária que sonha em trabalhar fora do País. Já trabalha na empresa Venture a mais de dois anos. Como sempre foi uma ótima e elogiada funcionária, ela recebe uma propost...