Eu e a Tess acabamos de entrar no quarto da minha mãe, e a vejo temribqar de costurar um suéter verde.
- Mãe - chamo, fechando a porta com um estalido. Ela desvia os olhos do suéter e sorri para mim; um sorriso bastante triste.
- A sua irmã acabou de sair daqui - ela me conta.
- É, eu sei. Viemos juntos, mas só pode entrar duas pessoas por vez.
- Cadê o seu pai?
- Trabalhando - digo, mesmo sabendo que é mentira. Eu não sei onde ele está e não faço a mínima questão de saber. - Como você está se sentindo?
- Solitária. Triste. Entediada... Tudo isso.
- Você poderá ir para casa quando ficar melhor.
- Mas eu estou melhor!
- Isso é o que as pessoas que não estão melhor dizem.
- Eu não digo isso - murmura Tess, ao meu lado.
- Você me entendeu - murmuro de volta.
Sentamos cada um de um lado na cama da minha mãe e ela segura as mãos da Tess.
- Fico muito feliz que vocês dois estão dando certo.
- É, eu também fico.
- Puxa vida... Quem diria que dois jovens poderiam se casar por livre e espontânea vontade.
- Na verdade, o Charlie me ameaçou para que eu aceitasse o pedido - fala Tess, baixando a voz. Minha mãe arregala os olhos e eu dou risada.
- É claro que eu não a ameacei, mãe - Mas quando ela torna a olhar para Tess, bem mais aliviada, eu passo o dedo indicador na frente do meu pescoço e a Tess ri.
- Está tomando remédios, Meredith?
- Sim, estou. Eles me dão remédios o dia todo.
- Assim você pode ficar melhor mais rápido e ir pra casa.
- É, eu sei...
Ficamos mais um pouco com a minha mãe e então nos despedimos dela.
- Você pode me deixar na casa da Grace, por favor? - pede a Kim do Banco de trás.
- Certo.
[...]
- O que você acha das auroras boreais? - a Tess me pergunta, enquanto comemos batata frita no estacionamento da lanchonete mais famosa da região.
- Hum... Verdes? - ela revira os olhos e eu penso melhor. - legais... quer dizer, eu nunca parei pra pensar nelas, mas acho que são muito legais.
- Eu tava vendo na TV, e parece que só esse mês foram registradas dezenas de auroras boreais na Irlanda do Norte.
- Hum...
- E é bem perto daqui... A gente podia, tipo, quem sabe, ir lá.
- Perto tipo quanto?
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[CONCLUÍDA] A Contagem Regressiva de Charlie e Tess
JugendliteraturEsse é o relato de uma garota com câncer que sabe que irá morrer, e de um garoto sem muitas expectivas na vida, cuja felicidade é encontrada nos olhos coloridos de uma menina ruiva. A contagem regressiva de Tess e Charlie é uma história sobre como...