2 dias para o fim.

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2 dias para o fim.
Chegamos ao local circulado no mapa por volta das seis da noite; a Tess está sentada ao meu lado no banco do carona enquanto eileen, amiga da Tess, está sentada no banco de trás.
- E aí? O que fazemos agora? pergunto, lançando um olhar rápido para as duas.
- Eu... realmente não sei o que fazer, agora que estamos aqui - diz Eileen; os olhos dela me  fitam rapidamente pelo espelho retrovisor e olham para fora do carro.
O lugar onde estamos é um bairro próximo ao município de Rusholme e eu não conheço a redondeza, mas não aparenta ser um lugar muito seguro.
O local circulado no mapa indica um prédio de 5 andares e estamos parados em frente a ele nesse exato momento; a Tess um pouco,  olha para mim, dá de ombros e sai do carro sem olhar para trás. Eu a sigo. A Eileen demora um pouco antes de sair, mas sai.
- O que será que tem aí dentro? - pergunta até pulando a cerca com a minha ajuda.
- Eu não sei, mas agora preciso admitir que a gente tá se arriscando muito vindo aqui.
Tess virá e olha para ela meio incrédula.
- Agora que você vem dizer isso? Sério? Eu sinceramente preferia não ouvir isso de quem tava super empolgada para essa missão investigativa...
Eu dou risada, mas logo em seguida mergulhamos num silêncio profundo, concentrados na entrada escura do prédio.
- E agora o que a gente faz? A gente entra ou ficamos aqui parados olhando... isso - Eileen fala e aponta para o prédio.
- se tiver alguma garantia de que não iremos levar um tiro, eu sugiro que a gente entre - Tess fala, numa voz bem baixa.
- A qual é! A gente não veio aqui para ficar parado olhando pra esse prédio sombrio; vamos entrar logo e acabar com isso.
- É, só espero que não acabem primeiro com a gente...
Subimos os degraus em direção ao prédio e entrarmos. É bastante óbvio que ele está abandonado, mas isso não torna as coisas  melhores ou menos assustadoras. O primeiro andar está repleto de coisas quebradas, sujas e empoeirados e eu vejo, a um canto do primeiro cômodo, ratos roendo um pedaço de madeira velha.
- Eu não entendo... - sussurra Eileen ao meu lado.
- Nem eu - sussurra Tess, do outro.
Aponto para a escada à nossa frente e começamos a subi-la.
No segundo andar as coisas começam a ficar um pouco mais tensas ; vejo colchões finos e maltrapilhos num canto e no outro um balde de metal que queimava algumas coisa dentro. Eu sei disso porque que tem fumaça saindo desse balde, o que só pode significar duas coisas: 1- alguém acabou de sair daqui e 2- ainda há alguém aqui.
Trocamos olhares nervosos e seguimos para o próximo cômodo, agora com os passos mais leves. Pois, se alguém estiver no andar de baixo, não poderá nos ouvir. É o que eu penso.
Já estou quase considerando a ideia de desistir, quando vejo uma coisa que me faz estatelar; olho para o lado e vejo Tess e Eileen também viram, pois elas estão paradas, os olhos arregalados.
À nossa frente, sentadas no chão com os olhos fechados, vemos duas garotas amordaçadas e com os braços e pernas amarrados. Uma delas é a Mary, minha ex namorada.
- Ai meu Deus...
Me agacho na frente delas e tento acorda-las sem fazer nenhum barulho.
- Elas ao menos estão vivas? - pergunta Eileen. Checo seus pulsos e confirmo com a cabeça. - Ah... que bom. Mas...
- Olha - interrompe Tess, se agachando ao meu lado. - por que não fazemos assim: salvamento primeiro, perguntas depois?
- É, é numa boa idéia.
A primeira coisa que fazemos é tirar as amordaçadas; as cabeças delas pendem molemente para o lado e isso faz parecer com que estejam mortas. Passo meus braços ao redor da cintura da Mary, enquanto a Tess e a Eileen seguram a outra garota.
- Tentem não fazer muito barulho - aconselho, mas vejo que minhas palavras são totalmente ignoradas quando, sem querer, elas derrubam a garota desacordada no chão.
- Quem está aí? - pergunta alguém do andar de baixo.
Tess empalidece, ao passo que Eileen abre a boca para dizer alguma coisa, mas desisti no meio do caminho.
- Vamos logo, vamos logo - ordeno num cochicho.
Saimos dos dois cômodos do andar de cima e chegamos ao patamar próximo à escada.
Para o nosso total azar, um cara calcasiano, todo agasalhado, sobe os degraus na nossa direção.
- Que diabos???!!
- Segura ela - fala Tess, passando todo o peso do corpo da garota para Eileen.
- Tess!!
Num ato de excessiva coragem, Tess desce os degraus às pressas - nessa mesma hora o homem leva uma das mãos à cintura - e, vocês não vão acreditar, ela chuta ele bem no meio do peito.
Como era de se esperar, ele se desequilibra e cai rolando.
- O que vocês estão esperando? Que ele levante e nos mate? Vamos logo!!!
Descemos as escadas com rapidez e passamos pelo corpo desacordado do homem.
Saímos do prédio, nos ajeitamos dentro do carro e eu dou partida, sem olhar para trás.

[CONCLUÍDA] A Contagem Regressiva de Charlie e TessOnde histórias criam vida. Descubra agora