*depois de sair do café e pegar minhas coisas no carro do John*
- Olha - digo finalmente, depois de termos andado por quase dez minutos em total silêncio. Eu sei que essa não é a melhor hora, nem nada mas: EU REALMENTE ESTOU EM LONDRES!!!! ? - Eu sei que você está mais que aborrecido comigo. Eu sei que nesse exato momento talvez você até queira me matar, tudo bem, eu entendo. Mas... Pense comigo: eu só fiz isso porque queria te ver, Charlie. Talvez até existissem outras formas de chegar aqui sem fazer isso, tipo prostituição, ou tráfico, mas... naquela hora eu estava tão desesperada para te ver que... sei lá, eu simplesmente não pensei - ele continua em silêncio e isso me deixa inquieta. - Eu não gosto do John, ok? Não gosto nem um pouquinho dele e aquele beijo foi uma droga... Não que isso mude alguma coisa... É sério... Fala alguma coisa, droga!
- Eu... eu sei que você não gosta dele, mas saber que... que você o beijou me deixa com raiva. Muita raiva.
- Tudo bem, tudo bem, você tem todo o direito... Só me deixe ficar com você... Não me afaste de você, Charlie, por favor.
Ele para e ficamos de frente um para o outro. Há uma névoa saindo pela sua boca e nariz por causa do frio e ele parece triste. Me sinto um lixo ao vê-lo assim. Tudo o que eu quero é tocar no rosto dele e dizer que eu pertenço a ele e a mais ninguém.
- Você acha mesmo que eu te deixaria por isso? - ele força um sorriso. - Eu não vou te deixar. Mas isso não muda o fato de que eu estou... nem um pouco contente com o que você fez.
- É, eu sei.
- Certo... Onde você pretende ficar? - ele pergunta e eu arqueio as sobrancelhas, mas ele ri logo em seguida. - Você vai ficar comigo, relaxa.
- Hum... De qualquer forma, me desculpe.
- Tá, tá... Está com fome?
- É, eu tô, mas antes de comer, eu preciso ligar pra minha mãe.
- Avisar que chegou?
- Na verdade... Eu preciso avisar que vim. Em minha defesa, eles não queriam me deixar vir.
- Ora, ora... Primeiro você passa por cima da ordem dos seus pais e depois você beija outro cara que não é seu marido... Olha, eu sinceramente espero que a próxima coisa proibida que você faça, seja comigo.
- Só depende de você...
Depois de falar com a minha mãe ("O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? NÃO É ASSIM QUE AS COISAS FUNCIONAM, TESS, VOLTE JÁ PRA CASA!... AI MEU DEUS, FILHA, EU TE AMO TANTO, VOCÊ ESTÁ BEM? QUANDO VOCÊ VOLTA? LEVOU SEUS REMÉDIOS? CADÊ O CHARLIE? PEDE PARA ELE CUIDAR DE VOCÊ, OK? ME LIGA MAIS TARDE, POR FAVOR. TE AMO. SEU PAI VAI TE MATAR, QUANDO VOCÊ CHEGAR."), eu e o Charlie fomos para o prédio da Susan.
- Tess!! - exclama Kim, ao me ver entrar no apartamento logo depois do Charlie. Ela pula o sofá e vem me abraçar. Eu não sabia que a Kim gostava tanto assim de mim. - finalmente alguém que veio me levar de volta ao meu lugar.
- Hum... Na verdade, eu meio que vou ficar aqui.
- Pra sempre? - ela se afasta rapidamente, os olhos arregalados.
Dou risada.
- Não. Pra sempre não, Kim...
- Cadê a Susan e a mamãe? - Charlie pergunta atrás de mim.
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[CONCLUÍDA] A Contagem Regressiva de Charlie e Tess
Ficção AdolescenteEsse é o relato de uma garota com câncer que sabe que irá morrer, e de um garoto sem muitas expectivas na vida, cuja felicidade é encontrada nos olhos coloridos de uma menina ruiva. A contagem regressiva de Tess e Charlie é uma história sobre como...