72 dias. 31 de Outubro de 1986.

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É Halloween!! E eu estou muito animada, já que eu e o Charlie sairemos para pedir doces com a Kim... Tá, talvez você ache que estamos velhos demais para fazer esse tipo de coisas, mas... Qual é! Me dá um desconto; esse é meu último Halloween então ele tem que ser, no mínimo, legendário.

Mas antes, para você não achar que eu sou uma menina muito cruel, vou contar o que aconteceu há seis dias, quando eu, o Charlie e a Kim fomos ao parque de diversões.

Minha mãe me levou no horário combinado e, como nenhum dos dois ainda tinha chegado, me encostei na bilheteria para espera-los.

Eles chegaram alguns minutos depois. A Kim saiu do carro com a cara mais séria do mundo e, quando eu perguntei porque ela estava daquele jeito, me respondeu: "Eu quase morri sufocada dentro daquele carro porque o seu namorado passou todo o vidro de perfume antes de sair".

- Não somos namorados - digo, sorrindo para ela, que dá de ombros e entra na fila.

- Eu precisava estar o cara mais cheiroso de Machester. Não posso decepcionar a gatinha no nosso primeiro encontro - sua mão vem em direção ao meu queixo e eu dou um tapa leve nela.

- Nunca mais me chame de gatinha. Você não é o John Travolta e não estamos Nos Embalos de Sábado a noite.in

- Quem disse que não? - ele desliza dois dedos de cada mão na frente dos olhos e morde os lábios, numa tentativa falha de parecer sexy.

- Como você aguenta ele? - Kim pergunta, nunca mistura de nojo e vergonha alheia.

- Sabe que eu estava me perguntando isso agora mesmo...?

Finalemte chega a nossa vez e alguns minutos depois já estamos dentro do parque.

- Vejo vocês na saída! - grita Kim, correndo na direção de duas garotas loiras idênticas.

- São as amigas da Kim - conta Charlie, como se eu estivesse interessada em saber. - o que quer fazer agora?

Dou de ombros e digo:

- Podemos ser um daqueles casais que no primeiro encontro vai a uma barraquinha de tiro ao alvo, você acerta as argolas nas garrafas e eu ganho um urso super grande e horroroso.

Ele dá uma risada e coça levemente a parte ainda quase completamente raspada da sua cabeça.

- Você sabe que, de tudo o que você disse, a única coisa que eu realmente prestei atenção foi a palavra "casais", né?

- Ai meu Deus! - dou um soco de leve no braço dele. - desencana.

- Como diabos eu poderia desencanar, se você está deixando bem claro que também gosta de mim?

Torno a dar de ombros.

- Sei lá, da seu jeito.

E a nossa noite de resume a isso: eu estou afim dele, ele está afim de mim, mas nenhum dos dois da um passo definitivo para acabar com as distâncias que existem entre nós.

Por precaução, eu digo à ele que prefiro não ir em nenhum brinquedo radical demais.

- Ah, tudo bem, fica aqui me esperando que eu vou na montanha russa - ele diz, dando tchauzinho para mim e logo em seguida solta uma risadinha: - brincadeirinha.

[CONCLUÍDA] A Contagem Regressiva de Charlie e TessOnde histórias criam vida. Descubra agora