48 dias. O MARAVILHOSO dia de ação de graças.

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A minha mãe está sentada na minha cama, tentando me obrigar a usar um vestido que ela comprou para mim assim que ficou sabendo que eu vou jantar na casa dos pais do Charlie. Eu até usaria ele sem problemas, se não fosse florido e com as costas nua.

- Eu vou ficar terrível nele - digo, mesmo sabendo que argumentar com ela é a mesma coisa de falar com uma porta. - Olha só pra essas flores, que coisa mais horrorosa! Prefiro vestir minha calça jeans.

- Você já usa isso todos os dias! Olha, eu não conheço muito essa tradição dos americanos, mas já ouvir falar que eles realmente levam a sério! Você não pode chegar na casa deles parecendo uma qualquer.

- Tenho certeza que o Charlie vai adorar.

- Ele está apaixonado, filha! Você poderia aparecer lá sem um braço, que, ainda assim, ele te adoraria.

Eu dou risada e reviro os olhos.

- Tá, tá, eu só vou usar ele, porque das suas últimas vezes que eu usei o vestido que a senhora me deu, coisas incríveis aconteceram.

- Ah, é? Que coisas incríveis, posso saber?

- Outra hora eu conto, curiosa. Agora vou me arrumar.

[...]

Já estou pronta e a minha mãe segura sua câmera na frente do olho direito.

- Diga queeeijo!

- Queeeeeijo! - eu pisco quando ela aperta o botão e o Flash acende.

- Querida, já está pronta? - grita meu pai do andar de baixo.

- Já vou descer!

- Bom jantar, querida - minha mãe da um beijo na minha bochecha e me acompanha até a porta, onde meu pai já me espera.

- Eu e a sua mãe ficamos bastante... chateados quando vimos você dormindo na sala com o Charlie.

- Ah, pai, já falamos sobre isso...

- Não, querida, eu não vou dar sermão nem nada. Eu só quero que... você tenha certeza que gosta desse rapaz.

- Eu o amo. De verdade verdadeira. E estou muito feliz em saber que fui capaz de sentir uma coisa maravilhosa dessa que é o amor antes de morrer.

- Então... Fico feliz... Pelos dois, minha querida.

Ele para o carro na frente da casa do Charlie e eu o abraço.

- Obrigada, pai.

- Eu te amo, querida.

- Também te amo, pai.

Saio do carro e logo estou tocando a campainha da casa do Charlie.

Ele abre rapidamente, como se estivesse deitado no chão do outro lado da porta, espiando pela fresta, esperando pelo momento em que eu iria chegar..

- Você está linda.

- Obrigada - digo, o observando. Ele usa uma suéter azul clara e eu acho que essa é a primeira vez, desde que nos conhecemos, que ele veste uma outra cor que não seja o preto. - você também está apresentável.

[CONCLUÍDA] A Contagem Regressiva de Charlie e TessOnde histórias criam vida. Descubra agora