Capítulo XVIII: Um acerto de contas

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Quando finalmente chegamos, meus olhos estavam pesados e meu corpo sonolento. Para a minha sorte, Anelise decidirá voltar a andar, depois de uma hora nas minhas costas. Senti as mãos de Gê nos meus ombros.
- Vamos parar, certo? Não se esgote tanto.- aconselhou ele.
- Vamos subir. Já chegamos. - anunciei em um tom para que todos pudessem ouvir.

Peter que estava na frente, apenas assentiu e diminuiu o passo. No final do túnel apareceu uma porta escura. Segurei firme na maçaneta e abri. Assim que passei por ela, deparei-me com a cidade.Estava de noite , mas a cidade estava completamente iluminada. Parecia que roubará a luz das estrelas para seus prédios. Havia uma boa quantidade de pessoas nas ruas. Boa parte sorriam, conversavam e de tempo em tempo, tiravam fotos, algumas em poses engraçadas.

Esther bufou e começou a andar.
- Turistas. - exclamou ela.

Corri e parei ao seu lado, trazendo Leon comigo. Peter parou ao lado de Esther e me dirigiu um olhar, lançando a pergunta no ar:
- O que vamos fazer agora?
- Acho que foi uma viagem cansativa, principalmente para Tory. Vamos parar e descansar por algumas horas. - propôs ela.
- Mas...- comecei a dizer.
- Será melhor assim. Todos estarão melhor amanhã. Vamos parar por hoje. - continuou ela.

Neguei com a cabeça, contrariada. Desta vez, havíamos cansado de nos esconder e decidimos entrar todos pela porta da frente do hotel. Explicamos que fazíamos uma espécie de viagem com os membros jovens da nossa família. Era meias verdades. Eramos mesmo uma família e aquilo era uma viagem. O gerente foi chamado e repetimos a história. Relutante, ele nos deu o maior quarto do hotel, mas tivemos que pagar a diária adiantada. Aquilo não era um problema para nós. Logo subimos e nos adaptamos ao quarto. Eu estava sonolenta e bocejava de cinco em cinco minutos. Como todos ainda estavam descobrindo quarto, sentei a mesa, juntei meus braços na minha frente e apoiei a cabeça, fechando os olhos.

Não estou tão mal. Só preciso dormir, falei para mim.

O sono foi extremamente pontual e em poucos minutos, eu tirava um cochilo aconchegante na mesa mesmo. Lembro de sentir alguém me puxar da mesa e de repente estar sem peso. Meu corpo foi colocado deitado em algo muito macio eme senti uma gelatina espelhada. Eu ia acordar, mas meus olhos se negaram a abrir e eu estava tão confortável que convenci a mim mesma que poderia ficar ali mais um tempo. Tudo ia bem, até o pesadelo começar.

Eu corria por um longo corredor. Minha respiração estava pesada e minhas mãos, pingando suor. O local estava escuro, mas vi que suas paredes eram cinzas, o chão era branco e estava frio. Olhei para baixo e vi que vestia roupas brancas.
-Impossível...- sussurrei.

Não era para mim está ali. Vi luzes de lanternas vasculharem o fim do corredor e continuei a correr. Senti que não tinha opção. Eles iam me pegar. Nos alto-falantes, alguém me chamou.
- Projeto T, volte pacificamente para a sua cela. - disse a voz.

Olhei para o final do corredor e vi alguns doutores.
- Cadê os outros? - perguntei, com a voz quase falhando. Meu desespero era totalmente visível.
- Outros? Não há outros. Estamos aqui para cuidar da sua segurança. Por favor, volte para a sua cela.- respondeu um dos doutores.
- Claro que há. Onde está o Gê? Peter? Esther? Onde está as crianças? O que vocês fizeram com elas? - comecei a gritar.
- Eu não sei a quem está se referindo. Só tem você nesse setor. - argumentou ele.
- Não! Mentiroso! - contra-ataquei e voltei a correr.

Em poucos minutos, eu estava na Sala Central e corria em direção a saída. Assim que passei pela porta, deparei-me com muitos soldados fortemente armados.

- Volte ou vamos atirar. Vou contar até três.- falou um dos solados .

O que eu ia fazer?

Os Doze Dons Do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora