Os Doze Dons Do Sol

Capítulo XX: Às vezes, as coisas dão certo ( para minha sorte)!

Passei o caminho todo, calada. Eu sentia o clima que estava proporcionando, mas não conseguia evitar. Estar de volta a Las Vegas me causava um frio na coluna. Poderíamos ser pegos a qualquer momento pelos doutores  e virar ratos de laboratório. O pior seria os outros signos que estariam em perigo, continuariam naquela mesma situação. Os outros poderia não me entender, mas eu sabia exatamente o que estava fazendo e faria de tudo para protegê-los. 

Eu ia na frente com o Leon. Os outros estavam  logo atrás de mim, mas o silêncio era agoniante. Quando finalmente emergimos, estávamos alguns metros de distância de Las Vegas, em um hotel de beira de estrada.  Esperei meus amigos se acomodarem no pequeno quarto. Enquanto, colocava sua mochila perto da cama de solteiro, Esther jogou a  pergunta no ar:
- Por que não fomos direto para a cidade? 
- Verdade. Eu quero ver Las Vegas. Ouvi falar que é muito linda...- comentou Sam.
- ...Tão brilhante quanto Paris. - falou Anelise, sonhadora.

Suspirei e neguei com a cabeça.
- Lamento muito  em decepcionar vocês, mas não vamos  todos para  Las Vegas . - confessei.
- Mas por que? - perguntou a Courtney.
- Las Vegas é perigosa para nós. Não deveríamos estar nessa região dos Estados Unidos. Estamos perto demais da A-51 e eu aposto meu rim que os doutores ainda estão obcecados para nos encontrar. - expliquei.
- Então, qual é o plano? - perguntou Peter.
- Eu, Gê e você continuamos a busca. Os demais esperam aqui. Esther ficará responsável por todos. Não vou colocar a vida de vocês em perigo a toa. - confirmei.
- Então, essa é a equipe de guerra? - brincou Esther.
- Como assim?- perguntei, confusa.
- A equipe formada pelos melhores em campo de batalha. O mais inteligente, o lutador e a mais forte. - respondeu ela.

Sorri com a afirmação.
- De certo modo, pensei​ desse jeito. Escolhi o Peter porque sendo um bom lutador, ele pode me ajudar a nos defender, caso as coisas vão para um lado mal. Enquanto isso, Gê estaria bolando  um plano de gênio para nos tirar dali. - então virei-me para o restante do grupo.-  Sei que todos queriam ir a Las Vegas, mas no momento é impossível. Quem sabe, futuramente quando as coisas tiverem mais... tranquilas, poderíamos vim sem problemas. 

Anelise abraçou minha cintura.
- Por favor, eu quero ir. Prometo não dar trabalho.- disse ela.

Olhei para o lado sem saber o que exatamente faria. De repente, Leon a puxou e olhou diretamente em seus olhos.
- Tory está fazendo o melhor para nós. Estamos correndo perigo e ela quer apenas nos proteger. Tenho certeza que ficaremos mais seguros aqui e que facilitará a viagem. - confessou ele, lançando-me um olhar​ compreensão.

Agradeci imensamente aquele apoio. Senti os pequenos braços de Ane saírem de mim, mas ainda sim, um sentimento pesado cresceu no meu interior.
- Vamos em um pé e voltamos no outro.- afirmei.

Peter e Gê assentiram. Comemos e logo saímos do hotel. Desta vez, abri um túnel mais raso, assim teria mais controle sobre a distância ou logo estaríamos no Alasca sem querer. A tensão estava no ar e eu vi isso no olhar dos meninos. Prometi  a mim mesma que aquela busca seria a mais rápida. 

Assim que estávamos em Las Vegas, passei a observar a minha volta, procurando pela cena que vi na visão. 
- O que exatamente procuramos ? - perguntou Peter.
- Um casino. - afirmei, parecendo óbvio. Então, busquei por mais informações. -  Era azul por dentro. Tinha um fonte dourada a esquerda. 
- Certo. Azul. Fonte dourada. - comentou ele.

Concordei. Continuamos andando.
- Então, entramos de casino em casino, olhando as paredes e vendo se tem fontes? Isso vai demorar semanas. - confessou Gê, olhando em volta.
- Imãs, lembra? Nós vamos sentir quando o signo estiver por perto. - anunciei.
-  Claro. - concordou Gê.

Estávamos na calçada, quando Peter colocou as mãos no bolso e disse:
- Vou ver se acho algum lugar para comprar uma água. Não dá para ficar andando sem beber uma boa água gelada. 
- Ok. - falei, dando algumas notas.