Capítulo XII: Alguém nos esperava

93 8 2
                                    

Quando finalmente nos encontramos com a luz, o crepúsculo surgia no céu. Surgimos atrás do Coliseu, totalmente calados e apreensivos. Foram horas agitadas e sem lógica alguma, fazendo com que todos sentíssemos um receio de mais viagens. A cidade italiana parecia tranquila, sem ter ideia que a confusão havia acabado de chegar. É estranho se referir assim, não acha? Pois bem, pensei sobre isso o caminho todo e vi que aonde estávamos acontecia algo. Eu só não conseguia se isso era bom ou ruim. (Gê pediu foco na história e parar de enrolar. Ele gosta de fatos! Então, vamos continuar).

Desci do meu amigo tourino e sorri. Vi meus amigos também descerem e olharam em volta. Virei para o pequeno bando a minha frente e assenti com a cabeça.
- Obrigada pela carona. - murmurei.

Mais uma vez, ele mugiu, agradecendo por ter salvado sua vida e passou um aviso: se eu precisasse de algo, ele estaria um mugido de distância. Concordei, feliz, com o apoio e despedi-me. Eles partiram pela rua e sumiram no horizonte.

- E como vamos encontrar essa pessoa? - perguntou Peter, quebrando o silêncio.
- Vamos andar. Teremos mais chances se nos movermos. - anunciei.
- Ok. Você que manda. - retrucou ele e sorriu.

O quê? Eu não mandava em nada. Ele que era o líder. Porém, eu não tinha paciência para esperar. Melhor fazer alguma coisa do que nada. Começamos a andar pelas calçadas tranquilamente, na tentativa de nos misturar com as pessoas. De repente, aquela sensação estranha se repetiu.

- Vocês também estão sentindo isso, não é? - perguntei, temendo uma resposta negativa.
- Aquela história de imã não era brincadeira. Não esperava que fosse tão literal assim. - resmungou Peter.
- É só uma leve sensação de impulso. Isso deve significar que estamos indo para o lado certo, ok? - interrogou Esther.
- Certamente. - confirmei.
- Vamos seguir em frente. - exclamou Gê sério.
- Estou cansada. Meus pés estão doendo, Esther. - reclamou Courtney.

Suspirei fundo, aliviada.
- Achei que era só eu que estava assim. Exausta. - comentei, sorrindo.
- Para falar a verdade, eu também estou assim. - concordou Esther.
- Precisamos descansar. - disse Gê.
- Assim que encontrarmos o próximo signo, vamos parar e descansar um pouco. - aconselhou Peter.

Assentimos, mais animados. Naquele fim de tarde, passávamos por diversos estabelecimentos. Assim que passamos por uma lanchonete, um garoto foi lançado para fora por um homem muito irritado.

- Fuori di qui, ragazzo! Sono stanco di voi rubare mio deposito! - "Suma daqui, garoto! Cansei de você roubando minha loja!", disse o homem.

O garoto cambaleou e quase caiu de cara no chão. Agi rápido e o segurei, evitando um machucado. Olhei para a porta do estabelecimento e vi o homem entrar, resmungando.
- Que homem bravo! - exclamei, surpresa.
- É comum jogarem crianças por aqui? - perguntou Peter.
- Ladrões, sim. Vocês não viram nada. Ele está de bom humor hoje. - exclamou o garoto.

Ele tinha um cabelo claro, com uma franja que quase cobria seus olhos verdes e pele clara. Naquela tarde, vestia um casaco escuro e calças largas. Seu sorriso irônico denunciou que já estava acostumado com sua realidade.

- Lembre-me de nunca vê-lo de mal humor, então. - comentei.

O garoto nos avaliou e ergueu as sobrancelhas.
- Vocês são turistas, não são? - perguntou ele. - Tem aquela cara de perdidos.
- Estamos procurando uma pessoa. Não estamos aqui a passeio. - exclamou George.
- Que pessoa? Conheço bastante gente aqui. Talvez, eu possa ajudar se...-começou ele.
- Se? - questionei de volta.
- O que quer em troca? - perguntou Peter.
- O que vocês tem? - interrogou ele.

Peguei algumas notas da minha mochila, o dinheiro que Rose havia nos dado e eu não tinha gastado.
- Vinte dólares americanos. - exclamei, mostrando o dinheiro.
- Serve. - e pegou o dinheiro. - Como é a pessoa?
- Não sabemos. A única informação é uma marca. - respondeu Esther.
- Que tipo de marca?
- Uma flecha na transversal.

Os Doze Dons Do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora