Capítulo XXV: O Bebê da A-51.

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Assim que subimos na superfície, um vento se tornou presente no lugar onde estávamos, parecendo dar as boas vindas. Olhei para os meus amigos e sorri.  Eu estava sentindo um certo alívio por essa ser nossa última viagem de busca. Havíamos procurado um   por um em seguida. Mesmo que não fosse puxado, ainda considerava algo cansativo. Porém, valia muito a pena, salvar aqueles que eram iguais a nós. Eles precisavam saber que não estavam sozinhos no mundo. 

- Vamos achar algum lugar para comermos bem e nos limpar adequadamente. Essa viagem nos deixou um pouco empoeirados. - comentei, rindo e todos concordaram com um sorriso.

Não tínhamos noção para onde iriamos ou como íamos procurar, porém já estava escuro. 
- Tory, eu estou realmente preocupado. A viagem foi longa e você parece um pouco abatida. Vamos parar​ por hoje. Amanhã, com todos os estabelecimentos abertos, procuramos com calma. - falou Peter, com uma voz calma.

 Senti o sentimento de confusão se mexer dentro de mim. Eu não sabia se ele estava se convencendo sobre aquilo ou me convencendo. Tinha a certeza que eles tinham medo que eu desmaiasse novamente. Não seria legal se isso acontecesse, pois assustariam as crianças.  

- Tudo bem. Podemos descansar o resto do dia. Fará bem a todos. - respondi. 

Todos se animaram e eu passei a observar a cidade com os demais. Era colorida e bem iluminada.

- Aqui é bem agitado. - murmurei.
- E tem várias lojas que estão abertas. Devemos estar em uma cidade turística. - concluiu Gê, do meu lado.

Soltei do Leon por um momento e apoiei a mão do Arys que estava no braço, no apoio da cadeira de rodas. 
- Já volto. - anunciei aos dois que concordaram com um aceno de cabeça.

Algo me chamou a atenção, mas estava um pouco longe e e teria que me aproximar um pouco para ver. Caminhei devagar até estar onde queria. Parecia com bandeiras em dois mastros. Olhei para uma delas. Possuía três faixas na horizontal de três cores diferentes: amarela, azul e vermelha. Na faixa de azul, havia um arco de estrelas. Era uma bela bandeira. Então, olhei para outra. Era verde escura. No seu meio, havia um losango amarelo e no seu interior, um circulo azul repleto de estrelas também. Uma faixa pequena e nela duas palavras. Como ventava um pouco, não consegui ler. Abaixei meu olhar e vi que os mastros estavam presos a um morro de concreto e uma das bandeiras se repetia ali. Em cima dela, li claramente: Venezuela. Olhei para o  outro desenho: um retângulo partido na transversal. Um lado era verde e o outro era amarelo. No meio dele, "Brasil" estava escrito de azul. Sam adoraria ver aquilo. 

Sorri e voltei para meu grupo. Segurei firme na cadeira de Leon e apoiei a mão de Arys no meu ombro. Virei para os demais e disse:
- Vocês precisam ver isso. - anunciei, começando a andar. 

Eles me olharam, curiosos e me seguiram. Assim que estavam na calçada diante as bandeiras, todos olharam, impressionados. 
- Estamos na divisa da Venezuela com o Brasil. - comentou Gê.
- Hum. - concordei, sorrindo.
- Meu Deus! Eu não acredito. - Sam gritou, contente.

Ele correu até estar perto da bandeira do Brasil e falou:
- Agora, estou no Brasil! 

Então, correu até o outro lado, parando de frente a bandeira da Venezuela. 
- E agora, na Venezuela. 

 Ele fez isso umas cinco vezes, gritando toda vez que estava diante as bandeiras.
- Não deveríamos pará-lo? - perguntou Violet.
- Não. Deixa ele. Está feliz. -confessei, rindo. - E quanto mais energia ele gastar agora, mas rápido ele irá dormir. Vai ser mais fácil assim.

Violet riu e voltamos a observar a cena. Enquanto o garoto fazia isso, eu detalhava a cidade para Arys, com a ajuda da Violet. Após alguns minutos, Sam parou e colocou as mãos no joelho.
- Se eu ficar bem no meio, eu estou no Brasilzuela? Ou no Venesil? - perguntou ele, rindo.

Os Doze Dons Do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora