LV: Por que existimos? Qual é o nosso propósito na Terra?

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Nota da autora: queridos leitores, hoje resolvi trazer uma espécie de novidade e vou compartilhar com vocês a música que me ajudou a fazer esse capítulo. Ela é essa que está aqui em cima. Espero que gostem e boa leitura.

☀️

Quando finalmente tomei a consciência das coisas ao meu redor, assustei-me. Estava em um lugar claro, na entrada de uma espécie de templo. Com movimentos lentos, olhei para trás e vi o vasto campo de flores. Todas pareciam pintadas com pincéis, mesclando delicadamente o azul, roxo e rosa. Se fechasse os olhos, sentiria o vento se chocar levemente contra minha pele, renovando o ar de meus pulmões, trazendo contigo o perfume das plantas próximas. Mais adiante, podia se ver o céu azul- claro, com pequenas nuvens que transitavam devagar pelo céu. O sol parecia estar escondido, já que o procurei e não identifiquei de onde vinha seus raios. Voltei minha atenção para o templo. Era alto e majestoso. Com meus pés descalços, pude sentir o gélido do material. Seria mármore branco? Porcelana? Eu realmente não sabia, mas era muito bonito, principal por ter detalhes em dourados. Será que tinha quantos metros? Doze? Quatorze? Era por aí.

Respirei fundo mais uma vez, sentindo uma boa sensação. Apesar de nunca ter estado ali, eu não estava assustada, não sentia medo ou qualquer sentimento ruim. Apenas vazio. Ali era muito quieto e isso me deixava um pouco desconfortável. Não estava acostumada com aquele silêncio que era de uma certa forma, acolhedor. Coloquei as mãos nos bolsos, algo que fazia sempre que não sabia como agir. Foi então que reparei em minhas roupas. Travam-se apenas de uma calça bege de tecido extremamente macio com bolsos fundos. Já a camiseta que usava era branca, porém manchada de castanho-claro.

- Então, é isso? Eu morri? - joguei a pergunta no ar, tomando noção da minha nova realidade.
- Ainda não, Tory. - alguém me respondeu.

Com a resposta, recuei um pouco, assustada e acabei descendo dois degraus do templo. Do lado direito do templo, saiu um senhor com olhar curioso sobre mim. Ele tinha um rosto quadrado, com a barba para fazer. Possuía uma pele morena e rugas em volta dos olhos que ficaram mais evidentes quando ele sorriu para mim. Ele era alto e corpulento. Parecia uma mistura de lenhador da chapeuzinho vermelho com lutador de boxe. Porém assim como eu, ele estava com roupas simples: uma camisa xadrez vermelho, uma calça jeans azul e nada nos pés.

Fiz uma nota mental: "Aparentemente, no céu não se usa sapatos. Liberdade aos pés!".

Olhei-o, séria.
- Quem é você e como sabe meu nome? - interroguei. Seria ele Deus?
- Não sou quem você pensa que eu sou. - respondeu ele, como se lesse meus pensamentos.
- Ótimo! Então, eu não fui grossa com uma pessoa extremamente importante. - resmunguei.
- Você ainda não sabe, mas sou importante. Venha, tenho muito a te contar! - convidou ele, abrindo a porta do templo.

Observei, desconfiada. É claro que eu estava curiosa com tudo ali, porém entrar em um lugar desconhecido com um estranho não me parecia uma ideia inteligente. Em uma longa discussão interna, tentei decidir meu próximo passo. Bom, eu estava morta e nada de mal teoricamente poderia me fazer mal ali. Então, meio relutante, decidi aproximar-me com passos lentos até a porta.

- Não insista nisso. Você não está morta e não corre perigo aqui. Esse lugar é sagrado e sua terra natal. - comentou ele, assim que passamos pela porta.

Assim que meus olhos se adaptaram a luminosidade do local, reparei que se tratava de uma sala, com muitas portas em volta. Treze, contando com a que tínhamos acabado de entrar. No meio, havia um círculo por onde entrava uma luz bem clara. Em volta desse círculo havia doze lugares, como tronos. Cada um era diferente, rico em detalhes. Eu estava muito deslumbrada com a visão que mal reparei que aproximei dos tronos para vê-los melhor. O primeiro trono parecia feito de porcelana. Em cima, de um jeito meio estranho, estava uma pele de um animal parecendo ovelha ou carneiro. Passei a olha o segundo trono: era de madeira, escuro e seu estofado parecia veludo vermelho- escuro. O terceiro me lembrava uma poltrona, porém era feito de metal e seu estofado, couro preto. O quarto era um azul-escuro, tão escuro quanto o céu. O quinto trono parecia realmente um trono de rei, luxuoso e dourado. O sexto e sétimo tronos eram mais delicados, sendo parecendo simples de tons pastéis, lilás e amarelo respectivamente. O oitavo era totalmente vermelho vivo, fazendo-me sentir apreensiva perto dele.
O nono brincava com o preto e o branco, deixando-o com um ar descontraído. O décimo era mais retrô, bege e âmbar. O décimo primeiro parecia feito de diamante com um brilho majestoso. Conforme a luz batia nele, pequenas ondas se projetavam. O último era de cristal. No seu interior, similava a um aquário e dois peixes nadava tranquilamente.

Os Doze Dons Do SolOnde histórias criam vida. Descubra agora