Os gritos e a movimentação da policia atrapalharam um pouco a visão, mais podiamos ver Jade e Felipe caidos, não sabiamos ao certo quem havia tomado o tiro.
A policia esvaziou o local nos mandando ficar no camarim, mas podemos ver Matias sendo preso, tudo aquilo era estranho, a minha ficha ainda não havia caido sobre tudo o que eu havia escutado de Jade. Vi que meu pai estava muito mal com tudo aquilo, eu não podia sentir raiva dele por aquilo, por tentar me proteger, eu tinha que dar uma chance para ele explicar o seu lado da historia.
- Papai?
- Oi minha filha.
- Você ta bem?
- To, to bem sim, e você ta mais calma?
- Estou.
- Violetta eu queria te pedir desculpas por nunca ter contado o que aconteceu naquela noite, eu não queria que você crescesse com isso.
- Tudo bem papai, eu entendo.
- Eu te amo.
- Pai?
- Oi?
- Porque você não tirou a minha mãe do carro?
- Porque ela me pediu pra salvar você, eu queria tirar as duas, mas ela me pediu que eu salvasse você, ela disse que daria um jeito, mas quando eu cheguei na margem ela já estava sendo levada pela correnteza, eu não alcançaria a tempo de salva-la.
- Ela sabia que poderia morrer mais mesmo assim te pediu que me tirasse do carro.
- Sim.
- Ela deu a vida pra me salvar, minha mãe morreu pra que eu não morresse.
- Você era tudo pra ela.
- E o corpo dela?
- Na verdade o corpo nunca foi encontrado.
- Então como sabem que ela morreu?
- Ela foi levada pela correnteza, naquela noite teve uma tempestade muito forte, não teria como ela sobreviver. - Abracei meu pai e vi Leon e Ludmilla se aproximarem de nós.
- Vilu?
- Oi Ludmi.
- Estavamos conversando com a policia la fora.
- E ai?
- Quem tomou o tiro foi a Jade, parece que o Felipe tento impedir que o Matias disparasse contra o seu pai, o Matias deve ter pensado que a arma tava apontada pro Felipe mas na verdade estava na direção da Jade, e atirou. - Ludmilla contou como se não fosse nada.
- O Felipe estava do lado da arma então pegou o impacto e se queimou um pouco, por isso caiu, não foi nada grave e ele já esta sendo atendido. - Leon concluiu.
- A Jade morreu? - Perguntei sem pensar.
- Não, ela foi levada pro hospital, o medico disse que o estado dela não parece ser tão grave, de lá ela vai ser transferida pra Espanha junto com o Matias e ficaram presos por lá.
- Parece que a maldade se virou contra ela mesma.
Pov Federico.
Eu observava Violetta e German juntos, a verdadeira definição de familia, e parava para pensar o quanto eu gostaria de ter aquilo, e esperava ser um grande pai pro meu filho. Resolvi sair e dar uma volta, pensar em tudo que estava acontecendo.
Caminhava no estacionamento quando avistei Felipe sentado ao lado de um carro, cabeça baixa e chorando.
- Felipe?
- Federico, o que faz aqui? Porque não ta comemorando a minha prisão com os outros?
- Acho que a pergunta é porque você ta aqui, chorando assim.
- É verdade o que você falou da minha mãe, ela ficou internada mesmo?
- Sim, duas semanas.
- E como ela ta?
- Bem, to pensando em ir vê-la nas proximas ferias.
- Eu queria ir vê-la.
- Porque se arriscou pelo German?
- O plano deles não era só o German, nem só a Violetta, eles iam matar todos, um por um, eu não podia deixar.
- Você podia ter tomado um tiro.
- Eu não me importaria.
- Mas eu me importaria.
- O que?
- Felipe, não somos amigos, nunca nos demos bem, mas querendo ou não somos da mesma familia, e você é meu irmão mais novo. Quando você chegou na familia, meu pai te dava a maior atenção, ele queria que você se sentisse confortavel com ele, queria que você ao menos tentasse entender que ele não queria substituir o seu pai, mais sim ser o que ele nunca foi, e eu fiquei com ciume, queria que você sumisse.
- O meu pai... Será que um dia, o nosso pai, e a minha mãe me perdoariam?
- Você arriscou sua vida pra salvar um monte de gente, claro que eles perdoariam.
- Mas eu trai meu pai.
- Como assim você traiu o seu pai, não entendi.
- Amanhã eu volto pra Italia, vou ficar em preso lá, pode ser que eu fique em condicional porque ainda sou menor, e tem toda a questão dos estudos e tal, mas pode ser que não, e eu não sei se quero que eles saibam que voltei.
- Eles vão ficar felizes que você voltou, e que está bem.
- Será?
- Conheço o meu pai melhor do que ninguem, ele te ama assim como me ama, ou seja, como um filho.
- Ele é como um pai pra mim. - Rimos da forma ironica como Felipe disse aquelas palavras. Eu nunca havia tido momentos assim com ele, nunca haviamos nos dado bem, mas com aquele momento eu percebi que tudo que ele sentia era medo, raiva e ciume, mas nada contra mim, ele só queria uma familia normal.
- Amigos? - Estendi minha mão e sinal de paz, ele era meu irmão, meu irmãozinho, e havia arriscado a vida por mim e pelos meus amigos.
- Irmãos! - Ele pegou em minha mão e logo me puxou para um abraço, aquele momento ficaria para sempre comigo, e ele podia ter a certeza de que quando fosse solto, eu estaria lá, na porta daquele lugar o esperando, para abraça-lo e protege-lo e ser o irmão mais velho que nunca fui.
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Um novo sonho - Season I
FanfictionVioletta Castilho, estudante do segundo ano do colegial, retorna à Buenos Aires com seu pai German Castilho e começa a estudar em uma escola nova. Ela vai conhecer um mundo totalmente novo, vai conhecer novas pessoas e novas paixões irão despertar e...