Camren - Resistir ao Irresistível

Acidente

~ Lauren Jauregui ~

Decidi sair e dar uma volta ao redor da casa. Minha vontade era pegar a chave do carro e dirigir para qualquer lugar, afim de organizar as ideias. O problema é que a chave do meu carro estava no quarto e Camila não abriria a porta para mim por nada deste mundo. Procurei um quarto onde eu pudesse ficar, mas todos estavam bem ocupados, exceto o de Charlotte, mas eu não dormiria com aquela piranha de jeito nenhum. Não sei por que a vagabunda não dorme junto com o demente do Saulo. Os dois combinam perfeitamente: dois desgraçados que amam ferrar a vida alheia. Talvez um pouco de sexo os faça parar de infernizar a vida dos outros. Estremeci com a ideia. Já pensou se os dois acabam tendo filhos? Não quero nem imaginar o peido do capeta que nasceria desta junção. Que nojo! Tentei afastar este pensamento perturbador para decidir logo o que fazer. Pensei em ficar na sala e dormir no sofá, mas os parentes de Camila ainda estavam lá. Já se passava da meia noite, estava bem escuro e não tinha ninguém lá fora. Como ainda não conhecia bem o lugar, decidi não me afastar e apenas fiquei rondando a enorme casa. Passei perto da garagem (que na verdade era um enorme galpão feito de madeira) e a vontade de pegar meu carro atingiu-me novamente. Notei que a luz estava acesa e fui até lá, para dar uma olhada. Enquanto caminhava, avistei uma linda moto encostada no lado de fora. Era grande, preta com alguns detalhes prata. É uma daquelas motos antigas, em um estilo vintage. Lembrou-me uma daquelas motos que vemos na série Sons of Anarchy. Não resisti e fui até lá para dar uma olhada de perto. A moto é uma linda Harley Davidson. Não me contive e comecei analisar minunciosamente essa obra de arte. Era ainda mais linda de perto. Lindas rodas, provavelmente originais. A lataria brilhante com um design antigo, porém perfeitamente lindo. É uma obra de arte de duas rodas.

- Uau! — Exclamei baixinho para mim mesma, enquanto a encarava ridiculamente encantada.

- Gostou? — Uma voz masculina surgiu atrás de mim e eu dei um pulo assustada. Olhei para trás, preparando-me para xingar o filho da puta, mas minhas palavras morreram no meio da garganta ao ver que se tratava do senhor Alejandro.

- Oh, Desculpe senhor Cabello, não sabia que o senhor estava aqui. Eu só... Bom, eu só... — Apontei para a moto, como se aquilo explicasse tudo.

- Gosta de motos? — Perguntou.

- Amo. Na verdade tenho certo fascínio por veículos. Seja carro ou moto. Meu pai é colecionador e passou sua paixão para mim — Expliquei.

- Então você entende de carros? — Perguntou e parecia levemente empolgado.

- Bom, hum... Mais ou menos — Admiti. Afinal estou longe de ser uma expert.

- Então talvez você possa me ajudar em uma coisa — Ele falou se virando para a parte de dentro do galpão. Foi então que eu vi algo que me deixou de queixo caído: Um maravilhoso Mustang preto estava ali, bem na minha frente. Era um modelo antigo, provavelmente nos anos 70. Mas porra, ele era foda. Mesmo todo empoeirado, com a lataria amassada e com a aparência detonada dava para ver que ele foi um carro e tanto no passado.

- Ai caralho, isso é...

- Sim, um Mustang 1968. Todas as peças originais, cada uma delas! — Sr. Alejandro completou minha frase empolgado. Eu o olhei com atenção, nunca tinha visto ele assim. Notei que suas roupas estavam sujas de graxa, assim como seu rosto que também aparentava certo cansaço. Ele tinha uma toalha velha o pendurada em seu ombro que estava completamente suja.

- O senhor esta arrumando o carro? — Perguntei interessada.

- Sim. Bom, na verdade eu estou tentando. Faz meses que eu tenho trabalhado nisto. O motor é um grande desafio. Você pode me ajudar, o que acha?