Necessidade

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~Lauren Jauregui ~


Quinze dias. Quinze malditos dias. Caralho, eu estava a quinze dias sem fazer sexo!

Eu já sentia uma necessidade ninfomaníaca por Camila. Esta era a primeira vez que eu experimentava o significado de abstinência, e não era nada, absolutamente nada legal.

É sábado e eu estou sentada no sofá de sua casa, tomando uma cerveja com Alejandro enquanto Camila nos obriga a assistir o reality show das Kim Kardashian. Nem Alejandro nem eu prestávamos atenção de fato, ele falava algo sobre o Mustang que estava na fase final do concerto, enquanto eu me esforçava para prestar atenção, mas não conseguia, já que Camz estava sentada em meu colo, fazendo carinhos supostamente inocentes em minha nuca. Bom, eu digo "supostamente" pois já nem sei se posso afirmar que isso é um carinho inocente, já que ela passou as ultimas duas semanas fazendo questão de me provocar. Sem contar que, ultimamente, ela respirar ao meu lado já tem sido o bastante para me deixar excitada. Maldita puberdade!

Eu estou começando a me assustar e temer a possibilidade de ficar igual o Michael Fassbender no filme Shame. Sabe, aquele onde ele é ninfomaníaco, mas aí você descobre que isso é na verdade uma doença bem horrível e não algo divertido como as pessoas pintam por aí. O fato de ser literalmente doente por sexo ao ponto de não conseguir seguir sua vida normalmente não é algo nada legal. Estou começando a achar que vou chegar a este ponto, uma vez que não consigo nem me socializar sem pensar em no quanto seria mais interessante eu estar transando com Camila.

O pior de tudo é que não era apenas a necessidade sexual que estava aflorada. Eu me sentia carente. Terrivelmente carente, devo destacar. Eu odiava me sentir assim, porque eu parecia uma garotinha indefesa. Eu sentia falta dos abraços constantes de Camila, de seus beijos quentes, os carinhos maliciosos e da aproximação despreocupada. Agora todo movimento que ela faz comigo é calculado, parece que ela só relaxa quando estamos acompanhadas, quando tem alguém por perto para nos "vigiar", garantindo que eu não vá agarrá-la. Tudo que eu queria era que as coisas voltassem a ser como antes, e eu tentei de várias maneiras possíveis, desde ser a Lauren cafageste de costume até ser uma romântica melosa (o que foi bem patético). O fato é que tudo que eu consegui foi aumentar consideravelmente o tempo dos meus banhos, na tentativa frustrada de me aliviar. No começo até que funcionou, mas quando passou a primeira semana desta greve cruel de Camila as coisas começaram a ficar preocupantes. Percebi então que não era apenas falta do orgasmo em si, mas falta da Camila. Apenas dela. Falta de sentir o peso do seu corpo sobre o meu, falta de lhe beijar o corpo inteiro, de gemer em seu ouvido, de sentir minhas costas sendo maltratadas por suas unhas, falta de seu gosto único, da sua respiração quente, das suas mãos puxando meu cabelo pedindo por mais, sua voz doce chamando meu nome...

Será que ela não sente falta? Meu Deus, será que apenas eu desejo que tudo volte como antes? MALDITA SENSIBILIDADE, MALDITA PAIXÃO, MALDITO AMOR. Me sinto a porra e uma mulher insegura. Sério, eu estou ficando muito trouxa.

-Venham almoçar, já esta pronto! — Sinu gritou da cozinha, despertando de meus devaneios.

-Estou indo, mama! — Camz respondeu e saiu de meu colo, puxando-me pela mão. Alejandro nos seguiu, passando a mão em meus cabelos e bagunçando-os.

O almoço estava delicioso. Sinu fez comida mexicana e estava simplesmente divino, sem mais. Camila e Sofi estavam competindo para ver quem come mais rápido e comecei a me perguntar quem era a criança de seis anos ali. Volta e meia nossos braços se roçavam e trocávamos alguns sorrisos, mas eu não estava realmente feliz.

Sinu e Alejandro me faziam um milhão de perguntas, que variavam desde como eu estava indo na escola até meus planos para depois (sim, depois) da faculdade. Quando terminei, Camila já repetia pela terceira vez e eu estava começando a me preocupar com a possibilidade dela explodir. Não sei explicar como, mas isso não aconteceu e Camz ainda teve espaço para a sobremesa. Chega a ser injusto alguém que come tanto ter a barriga tão incrivelmente torneada sem esforço algum. Eu tenho que me matar e dar duro para que não fique com uma barriga enorme, onde as banhas ficam pra fora da roupa!

Camren - Resistir ao IrresistívelOnde histórias criam vida. Descubra agora